A Cidade da Música!

1. A Cidade da Musica -antes batizada por seu idealizador o consagrado arquiteto especialista em complexos com salas de concerto como centro de gravidade, Christian Portzamparc, como Cidade das Artes, é um grande complexo de atividades tendo a musica como tema. Na eleição de 2000 o prefeito Cesar Maia incluiu em seu programa a prioridade de realizar um grande investimento para que o Rio recuperasse a centralidade num dos vetores das artes. Lembrava que não há centralidade cultural,nem esportiva, em nenhum cidade do mundo, sem grandes e sofisticados equipamentos que sirvam de base e referencia.

  2. A decisão foi ter as Artes Plásticas como esse tema. Estabelecida a parceria com a Fundação Guggenheim, dentro de sua rede de museus, e desenhado o projeto-base pelo arquiteto Jean Nouvel, iniciou-se uma reserva de recursos para 5 anos, de 250 milhões de dólares. O projeto foi obstruído na justiça por ação da oposição. Insistir nesta linha mudando de parceria, insinuaria uma provocação ao poder judiciário, na medida que a questão colocada no TJ foi um equipamento centralizador em artes plásticas contemporâneas, independente da parceria.  

 

3. Desta forma -mantida toda a concepção das razões de um grande equipamento de qualidade internacional- a decisão foi substituir o tema -Artes Plásticas- por -Música. A primeira alternativa tinha como propósito promover, dar visibilidade e competitividade aos artistas brasileiros. A Musica, sendo razão da próprria identidade  do carioca, um povo acústico, já partiria alavancada nacional e internacionalmente, pela historia da musica no Rio,onde trabalharam os grandes compositores eruditos, e sua referencia internacional em musica popular com o samba e a bossa-nova. Além do mais a Orquestra Sinfonica Brasileira passaria a ter uma sede reforçando sua centralidade nacional e qualificando-a ainda mais.

4. Uma sala de concertos seria insuficiente, por maior qualidade acústica que tivesse. Por isso decidiu-se por um Complexo tendo a Musica como tema. Desta forma o projeto passou a contar com uma grande sala de concertos, ópera e ballet, -vanguarda acústica no mundo todo-, uma segunda sala de concertos, duas salas de orquestra de câmara, uma sala acústica que seria alternativamente usada em gravações, uma escolaconservatório de musica com 10 salas, onde os professoresmusicos da OSB formariam o corpo docente. O Complexo será também um shopping cultural, com livraria, cd-dvdteca, e dois cinemas. No entorno das salas de concerto, foram definidos espaços informais como mini-teatros de arena, com a finalidade de que os estudantes de musica pudessem usá-los para se exercitar e fazer suas conversas musicais. Além de tudo, são quatro mirantes nos pontos cardeais olhando a Barra da Tijuca de diferentes formas, apoiados por cafés e restaurante, toda a parte administrativa e um grande Parque Público com gramados e um lago que serpenteia. As salas de concerto, especialmente a grande sala, estará equipada para gravação dos eventos e transmissão por TV.  E o Conservatório teria sempre uma proporção de vagas para crianças e jovens com renda mais baixa.

5. A estimativa do arquiteto é que um Complexo como esse, receba todos os dias, independente de concertos, 5 mil pessoas e que se torne um point de encontro e especialização de todos os que estudam e são aficionados pela musica, onde poderão estar todo o dia. O acesso aos espaços comuns é livre e gratuito. Além de tudo, foram desenhados grandes espaços para a exposição de artes plásticas, e por isso na origem o arquiteto tenha chamado de Cidade das Artes. A possibilidade de auto-financiamento -parcial e total- vai além dos patrocínios das empresas que tem a cultura como marketing de marca. As reuniões e encontros de grandes empresas,com concertos de gala, eventos internacionais,seriam outra forma de captação de recursos. É este complexo -que custará 250 milhões de dólares- supondo um cambio de 2 reais, ou menos se o cambio for maio,- onde já foram investidos 85% do total, sendo que todos -todos- os equipamentos estão comprados e estocados, faltando apenas as obras civis e de paisagismo.