03 de maio de 2022

COLEÇÃO FOLHA PUBLICA ‘LEVIATÃ’, CLÁSSICO DA FILOSOFIA POLÍTICA, DE THOMAS HOBBES!

(Folha de SP, 29) A Coleção Folha Os Pensadores traz um dos maiores clássicos da filosofia política de todos os tempos: “Leviatã, ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil”, do inglês Thomas Hobbes (1588-1679), em tradução de Daniel Moreira Miranda.

O título da obra é alusivo ao monstro marinho mencionado na Bíblia como serpente tortuosa e veloz. Publicado em 1651 e posteriormente revisado em 1668, “Leviatã” foi escrito durante a Guerra Civil Inglesa (1642-1651), que opôs os partidários do Parlamento, liderados por Oliver Cromwell (1599-1658), e os do rei Carlos 1o —derrotado e executado.

Hobbes descreve o que ele chama de “estado de mera Natureza” como “estado de Guerra de todos contra todos”, e afirma: “a Causa Final, o Objetivo ou o Desígnio dos homens (que, naturalmente, amam a Liberdade e o Domínio sobre os outros) ao introduzirem restrições para si mesmos (com as quais os vemos viver em Estados) é a preocupação com sua própria preservação e em levar, como resultado disso, uma vida mais feliz; isto é, a preocupação em sair do miserável estado de Guerra, o qual é uma consequência necessária (como foi mostrado no Capítulo 13) das Paixões naturais dos homens, sempre que não existir um Poder visível que os mantenha intimidados e os vincule, utilizando o medo da punição para o cumprimento dos Pactos e a observação das Leis Naturais”.

Para ele, o Estado pode se organizar como monarquia, democracia ou aristocracia. E, ao comparar esses três sistemas, posiciona-se enfaticamente pelo modelo monárquico.

“Veja bem, em uma Monarquia, o interesse privado é o mesmo que o público. As riquezas, o poder e a honra do Monarca surgem apenas das riquezas, da força e da reputação de seus Súditos. Isso porque nenhum Rei pode ser rico, glorioso ou seguro quando seus Súditos são pobres, desprezíveis ou estão muito fracos, por causa da carestia ou dos desacordos, para conseguirem manter uma guerra contra seus inimigos”, argumenta.

“Já em uma Democracia ou Aristocracia, a prosperidade pública não acrescenta tanto à fortuna privada do corrupto ou ambicioso, como, muitas vezes, o fazem um conselho desleal, uma ação traiçoeira ou uma guerra civil.”