DESEMPENHO DA ESQUERDA NAS GRANDES CIDADES NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS!
(Arko) Apesar de a ida de Guilherme Boulos (Psol) para o segundo turno em São Paulo (SP) ser uma vitória política para seu partido, e de as esquerdas retornarem em segundo turno em Porto Alegre após oito anos, com Manuela D’Ávila (PCdoB), o campo progressista não venceu nenhuma eleição em primeiro turno nas capitais.
No segundo turno, as esquerdas estarão presentes em oito disputas. Em Rio Branco e Recife, com o PSB. Em Aracaju e Fortaleza, com o PDT. O PT disputa em Recife e Vitória. O Psol, em São Paulo e Belém. E o PCdoB, em Porto Alegre.
Como PSB e PT se enfrentam em Recife, essa é uma conquista certa para as esquerdas. As demais são possibilidades. A tendência é que o PSB, com exceção de Recife, não vença em nenhuma outra capital. O PDT é o favorito em Aracaju e Fortaleza. O PT tende a ser derrotado em Recife e Vitória. O PCdoB enfrenta uma eleição muito difícil em Porto Alegre. E o Psol é o favorito em Belém, mas está em desvantagem em São Paulo.
Ou seja, no cenário mais otimista, as esquerdas conquistarão quatro capitais. E, no mais pessimista, terão apenas uma vitória. Mesmo que as esquerdas conquistem essas quatro capitais, esse será o seu pior desempenho desde 1988. Até então, o pior resultado havia sido em 2016, quando elas venceram em oito capitais.
Apesar desse revés, alguns nomes da chamada nova geração conseguiram ser projetados. É o caso de João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), no Recife; Guilherme Boulos (Psol), em São Paulo; e Manuela D’Ávila (PCdoB), em Porto Alegre.
No entanto, o pior resultado das esquerdas em capitais desde a redemocratização deve provocar uma reavaliação de suas estratégias. No Rio de Janeiro, por exemplo, reduto do bolsonarismo, a divisão das esquerdas acabou levando seu candidato mais competitivo – Marcelo Freixo (psol) – a desistir de concorrer. Fragmentada em quatro nomes – Benedita da Silva (PT), Martha Rocha (PDT), Bandeira de Melo (Rede) e Renata Souza (Psol) –, a esquerda assistirá ao segundo turno entre Paes x Crivella.
Nas outras cidades com mais de 200 mil eleitores, apenas PDT e PSB venceram em primeiro turno. O PT disputa o segundo turno em 13 cidades, podendo vencer em seis. O PDT disputa o segundo turno em duas cidades e pode vencer em uma. E o PSB está no segundo turno em seis e pode vencer em três.
Se tudo der certo para a esquerda no segundo turno, ela faria 20 prefeitos nas capitais e no chamado G-96 (grupo que reúne as capitais e cidades com mais de 200 mil eleitores). Esse desempenho seria apenas um pouco melhor do que o apresentado em 2016, quando esses partidos somaram apenas 13 prefeituras. Ou seja, as esquerdas caminham para apresentar, novamente, um desempenho ruim nas grandes cidades.”