PESQUISAS ELEITORAIS!
1. Paul Lazersfeld é o fundador das pesquisas de opinião política na Universidade de Columbia no final dos anos 20 e início dos anos 30. Os críticos da montagem de um sistema de pesquisas como estava sendo feito, que refletisse a opinião pública, afirmavam que o eleitor sendo um, em milhões, achava que era inútil votar ou opinar. Dessa forma, as amostras usadas nas pesquisas não conseguiriam identificar os vetores de opinião pública.
2. Lazarsfeld trabalhou com o Jogo de Coordenação. Ou seja, as pessoas e seus contatos, em casa, na família, no trabalho, nas ruas, nas escolas, nos clubes, etc.,vão trocando opiniões e construindo a ideia que não estão sós, que fazem parte de um grupo de pessoas que pensam como eles, e que o alcance de sua intenção de voto é muito maior que sua opinião pessoal. Com isso, a amostragem aparentemente pequena, não apenas pelos fatores censitários como gênero, idade, instrução, renda, localização…, impulsionada pelo Jogo de Coordenação, tem um alcance muito maior que os críticos imaginavam. E precisão.
3. Gabriel Tarde –francês, pai da micro-sociologia- final do século 19, em seu clássico “As Leis da Imitação” ( não traduzido para o português), dizia que a opinião pública é formada pela troca de opiniões entre as pessoas e outras pessoas cuja opinião respeitam. A partir daí se formam fluxos de opinamento. Quando as informações difundidas são amplas, como pelos meios de comunicação, aquela troca de opiniões se dá milhares/milhões de vezes. São esses fluxos que formam a opinião pública.
4. Gabriel Tarde fala de três atores nesse processo: os que iniciam processos de opinamento (“loucos”), os que repassam os fluxos de opinamento (“sonâmbulos”), e os que não estão nem aí, e não dão importancia a esses fluxos e não repassam (“idiotas”). Quanto maior a proporção desses últimos, menor a velocidade na formação de opinião pública e mais difícil identificá-la.
5. Tanto o Jogo de Coordenação quanto as Leis da Imitação explicam que quando um certo assunto não desperta interesse nas pessoas, que elas não conversam, não interagem a respeito e quanto maior a proporção dos que não repassam fluxos de opinamento, maior dificuldade das pesquisas terem precisão na proporção dos vetores de opinião pública.