09 de julho de 2018

2018: A ELEIÇÃO DO VOTO ÚTIL!

1. Entra pesquisa e sai pesquisa, de antigos e novos institutos de pesquisa, e os números pouco flutuam.

2. Bolsonaro mantém seus 20% ou pouco menos, que não mudam há meses. O segundo grupo, da mesma forma: Marina, Ciro Gomes e Alckmin que oscilam entre 7% e 10%, em geral, com Marina na frente, seguida por Ciro Gomes e Alckmin. Alvaro Dias continua estancado em 5%, concentrados no sul.

3. A única novidade é a inclusão do nome de Haddad, do PT, precedido de “candidato do Lula”. Sem isso, ele está no grupo de baixo, com 2%. Com essa inclusão, ele tem quase 10%. Essa transferência não vem dos demais candidatos, mas dos que não marcam nenhum candidato, que passam de cerca de 35% para 30%. Essa informação o eleitor terá progressivamente em campanha.

4. Com isso, o segundo grupo, dos 10%, passa a ter mais um nome: Marina, Ciro Gomes, Haddad e Alckmin.

5. Para este segundo grupo só vale atirar em Bolsonaro se houver a expectativa de que eleitores de Bolsonaro possam passar a serem eleitores de um dos outros do segundo grupo. Essa hipótese é improvável para os eleitores de Haddad e Marina.  Os demais vão contar com a cobertura do noticiário que, pelas características e história de Bolsonaro, devem afetar a intenção de voto em Bolsonaro. Ou já afetaram, dada a sua estabilização em pouco menos de 20%.

6. Haddad terá que contar exclusivamente com o impacto do apoio de Lula, que será cada vez mais aberto. Ou seja, da transferência do Não Voto para ele, ou, muito marginalmente, de Ciro Gomes e Marina.

7. A disputa dentro do segundo grupo explica a maior flexibilidade política/ideológica dos candidatos do segundo grupo -excluindo Haddad- pelo apoio dos partidos e políticos, de centro e centro-direita.

8. A diferença entre estes, do segundo grupo, está dentro do que os institutos chamam de empate técnico. Isso leva todos eles a lutarem pelo “voto útil”, ou seja, “já que o meu preferido tem menos chance, então vou optar por outro”.

9. O voto útil pode ser ajudado pelas pesquisas, na medida em que as diferenças no segundo grupo cresçam. Mas -e de qualquer forma- deve ser induzido pela campanha dos demais. E não se trata de bater no adversário cujo eleitor possa decidir transferir seu voto. Isso, às vezes, fixa mais o voto.

10. A comunicação pelo voto útil deve ser direta, ou seja, sem bater, mostrar que as chances de um candidato são diminutas e, por isso, pragmaticamente, o eleitor deveria fazer o voto útil, mudando a sua intenção de voto.

11. Já sem a Copa do Mundo, as eleições passarão a concentrar a atenção dos eleitores. Aguardemos as pesquisas de agosto.