“TECNOLOGIA E BIGDATA”
Seminário da Fundação Konrad Adenauer – Santa Marta, Colômbia, 9-12/04/2018. Relatório de Jefferson Figueiredo, Presidente da JDEM-RIO.
1. Santa Marta é a cidade mais antiga da Colômbia, tendo sido fundada em 1525. É também o local onde Simón Bolivar passou seus últimos dias, na Quinta de São Pedro Alejandrino. – O governo local tem um programa de formação dos jovens como guias turísticos. A partir dos 14 anos, no contra turno escolar, recebem a formação e alimentação. A parte prática do curso é cumprida como guias para visitantes da Quinta de São Pedro Alejandrino. Lá eles podem receber gorjetas dos visitantes para complementar a renda.
2. Dra. Kristin Wesemann – Diretora Fundação Konrad Adenauer do Uruguai. – A América Latina tem distâncias inimagináveis e somente podemos mudar a realidade política seguindo juntos. – Estes diplomados servem para criar networking e intercâmbio de boas práticas. Em 10, 15 anos todos vão estar em postos de comando onde isto será importante.
3. Dra. Victoria Elena Gonzalez (Universidad del Externado Colombia) – “Ciberódio como origem das campanhas de desqualificação”. – Ódio é uma tendência humana de repudiar o contrário e é tão antigo quanto a humanidade e se estende a todas as culturas. O aumento das redes de comunicação amplificou este ciclo. – A maioria dos discursos são direcionados a grupos em geral. Se atacam os apoiadores do político para desqualificá-lo. – A democracia reduziu por muito tempo a participação popular ao voto. Quando as redes sociais dão voz a essas pessoas, o ódio acumulado contra essa restrição junto ao anonimato pôs para fora todo este discurso de ódio. – Os discursos de ódio podem ser efetivos, mas também são perigosos pelo efeito boomerang, vide Zapatero x Rajoy -2004
4. Dr. Daniel Quintero Calle (Ex-Viceministro de tecnologias de informação e comunicação da Colômbia) – “Objetivos e oportunidades da economia digital” – A informação hoje é o ativo mais importante para um país. 2,5 quadrilhões de livros de informação são criados diariamente digitalmente, mas só 0,5 % dessa informação está sendo processada. – As 4 maiores empresas do mundo são de informação digital. – Em 2030 teremos 15 coisas conectadas a internet, por pessoa, em média. – O custo de armazenamento baixou mil vezes entre 2010 e 2016. Isso facilitou a criação mais rápida de informação. – Às vezes os políticos funcionam como um bêbado procurando uma moeda de baixo de uma lâmpada. Mas não porque perdeu essa moeda, mas sim porquê só olha para esta lâmpada e não vê que existem outras lâmpadas e moedas na rua. – A educação não se transformou rápido o suficiente para transformar a sociedade em uma sociedade da informação. Hoje na Colômbia temos um computador ou tablet para cada dois jovens.
5. Adriana Vicentini (Venezuela / Inteligência de Dados) – “Manejo de dados em campanhas políticas”. – O mundo é heterogêneo e complexo. Não existe um receptor de mensagem, o que existem são diferentes pessoas com diferentes agendas e objetivos. Como não podemos fazer uma campanha para cada pessoa, temos que separar a campanha por diferentes grupos de pessoas. – A mensagem que sai do político não mudou. O que mudou foram as ferramentas e as métricas para análise destes dados. – Cada vez que o político tem um evento, tem que ter alguém que possa fazer um cadastro destas pessoas. Telefone, email e uma ou duas perguntas. – Uma boa base de dados está divisível e adaptável a toda a equipe de campanha. – O mais difícil de uma base de dados é a sua limpeza. A equipe de Obama passou 3 anos atualizando e organizando a base de dados conseguida em 2008. Em 2011 a equipe entregou a base de dados com todos os possíveis eleitores e quais temas que atraíam estas pessoas. – Conhecer os eleitores economiza dinheiro. Você define onde, como e com que frequência contatar e gastar mais ou menos dinheiro. – A campanha política tem 3 tarefas: arrumar gente para votar em você, convencer a quem não vota em você e convencer os demais a não votarem.
6. Andreas Buhl MDL (Deputado Alemão pelo distrito de Turingia / CDU) – “Correspondente de assuntos sobre turismo”. – A agressividade que surgiu na Alemanha nas últimas eleições eu nunca tinha visto. Nas redes sociais, nas ruas. Hoje no parlamento estudamos a questão da influência estrangeira na disseminação desse ódio via redes. – Muitas vezes íamos a locais onde não deixavam a Chanceler falar. Em determinados locais iam integrantes da oposição apenas com o intuito de falar mal dela.- Para chegarmos a uma coalizão tivemos que fazer concessões na saúde e no ministério da fazenda. – Temos que ajudar todos os que estão em guerra, sofrendo perseguição. Em 2015 tivemos 1 milhão de imigrantes. Isso gerou as consequências de ódio que vemos nas pessoas durante a eleição. – Quando tivemos que governar sozinhos, todos os outros partidos se juntaram para fazer oposição, quando virou um governo de coalizão, essas críticas diminuíram. Olhando para trás, quando tivemos a total maioria, nem sempre tomamos as melhores decisões.
7. Christoph Zippel MDL (Deputado Alemão pelo distrito de Turingia / CDU) – “Correspondente sobre assuntos de saúde”. – Por 80 anos não tinha se ouvido ataques organizados contra minorias e grupos étnicos na Alemanha. Pensávamos que nunca mais isso iria acontecer. Mas agora temos um partido que incentiva estes valores. Hoje nas pesquisas este partido bate 13%. – Com o tempo a CDU foi mais para o centro, deixou mais espaço para a direita e o partido social democrata foi mais para a esquerda. Isso deu abertura para este partido surgir. – A diferença entre a reeleição definida na América Latina e Alemanha, é que na Alemanha existem instituições de controle que fazem com que isso não seja maléfico ou que esta perpetuação cause problemas ao Estado. – Solidariedade é boa, mas tem seus limites. Uma nação rica tem por obrigação ajudar as pessoas. Mas quando vem pessoas que vem não por guerra, mas por uma melhor qualidade de vida, é preciso encontrar outra saída.- Se vierem milhares de imigrantes todos os anos, o sistema europeu e alemão vai se desestabilizar. É preciso encontrar uma forma de ajudar sem que eles precisem vir necessariamente. Por isso a Chanceler fala em seus discursos sobre ajudar a estes países a melhorarem a vida dos seus cidadãos.