A PIRÂMIDE SOCIAL INVERTIDA DA CRISE BRASILEIRA!
1. As crises econômicas tradicionais começavam sempre atingindo os setores mais vulneráveis, os de menor renda, os que não contavam com redes de proteção social, etc. E ia subindo progressivamente, ultrapassando o tempo do seguro desemprego, afetando os trabalhadores, antes com carteira assinada.
2. Depois subia para os setores médios de classe média baixa e média, dada margem de segurança pela poupança que tinham acumulado. E assim progressivamente, até atingir a classe média alta, as empresas e empresários pela extensão e aprofundamento da crise.
3. Na atual crise brasileira, essa pirâmide está quase invertida. Atingiu a classe média antes da classe trabalhadora. E atingiu de três maneiras. A classe média foi atingida pelo desemprego e foi além da poupança que acumulou, voltou ao mercado de trabalho, agora muito mais restrito. As inadimplências, bancária e imobiliária, avançaram com velocidade.
4. Quando conseguiu espaço novo no mercado, teve que aceitar remuneração menor que a anterior, afetando a qualidade de vida de sua família. Essa rotatividade descendente -em que o novo emprego é de menor remuneração que o anterior- ainda vem agravada pela redução absoluta dos empregos com carteira assinada. E, como seria de se esperar, a informalidade cresceu e está atingindo o patamar dos 50%.
5. Dois fatos são novos nas crises brasileiras. O primeiro é o fato da crise só estar atingindo os segmentos de menor renda após os demais. Isso se explica pela rede de proteção social construída nos últimos anos, com destaque para os programas de renda mínima e transferências de renda e as “flexibilidades” adotadas em relação ao seguro desemprego e aposentadoria.
6. O segundo é a crise ter começado -e de forma intensa- pelo andar de cima. No centro desse processo dois vetores principais: a) a crise que atingiu a Petrobras fulminou seu entorno de grandes empresas da área de infraestrutura. b) a irresponsabilidade fiscal nas eleições de 2014 não foi exclusividade do governo federal. A crise fiscal -e de endividamento- é de amplo alcance entre Estados e Municípios – com as situações dramáticas do Rio Grande do Sul e do Estado do Rio de Janeiro.
7. No caso do Estado do Rio de Janeiro, a queda vertical dos preços do barril do petróleo -de mais de 50%- atingiu duramente os municípios dependentes dos royalties do petróleo – especialmente do Norte e da Região dos Lagos e, claro, o próprio Estado do Rio.
8. Esse é o fato novo: a crise afetar primeiro e de forma mais que proporcional o andar de cima e as finanças públicas; e como nunca. Fato novo e com ampla repercussão política pela capacidade de vocalização desses segmentos.
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ONDA AZUL TAMBÉM NO CHILE: REJEIÇÃO A BACHELET CHEGA A 57%!
(Estado de SP, 29) O descontentamento dos chilenos com a gestão da presidente Michele Bachelet atingiu 57%, enquanto a aprovação se manteve em 36% em outubro, de acordo com uma pesquisa divulgada ontem. A oposição conservadora ganhou espaço. Para a consultoria responsável, os números expressam uma crise política. Entretanto, a porcentagem dos que acham que o país progrediu subiu cinco pontos, passando para 23%. A pesquisa teve a participação de 1,2 mil pessoas e tem uma margem de erro de 3%.
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AUDIÊNCIA DAS TVs: 28/10 À NOITE!
(Kogut – G1, 29) 1. Na quarta-feira, 28, “Além do tempo”, “I love Paraisópolis” e “A regra do jogo” obtiveram a mesma média no Rio: 25 pontos. Em São Paulo, as novelas das 18h e das 21h marcaram 23. A história das 19h alcançou 25. A partida Santos x São Paulo repetiu recorde de audiência da Copa do Brasil com 24 pontos em São Paulo. No Rio, Palmeiras x Fluminense cravou 23. Na Record, “Os Dez Mandamentos”, no ar das 20h34m às 21h41m, liderou com 24 pontos. Na faixa, a Globo teve 23. Em São Paulo, a novela registrou 21 contra 23 da Globo.
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8,8 MILHÕES DE DESOCUPADOS!
(G1, 29) 1. Os números fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua, que substituirá a tradicional Pnad anual e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). A população desocupada cresceu 7,9% em relação ao trimestre de março a maio e chegou a 8,8 milhões de pessoas. Já em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o aumento foi ainda maior, de 29,6%. O número de empregados com carteira assinada caiu 1,2% sobre o período de março a maior e 3% diante do período de junho a agosto de 2014.
2. “Podem ser pessoas mais velhas ou podem ser estudantes. O mercado teve queda de mais de um milhão de empregos com carteira assinada em um ano, isso é perda de estabilidade. Acaba gerando busca por estabilidade, o que faz com que pessoas sigam para mercado de trabalho que não está contratando, pelo contrário”, completou.
3. Estão ocorrendo mudanças na estrutura do mercado. A carteira de trabalho reduz fortemente. Quando uma pessoa perde emprego com carteira, isso leva com que no domicílio a pessoa [que antes não estava procurando emprego] procure compor a estabilidade perdida. Como o mercado não está contratando, há uma pressão forte, e essa pressão faz com que esse crescimento expressivo, de ter um aumento nunca antes visto na série histórica da pesquisa.