IMPOPULARIDADE TERMINAL DE TONY BLAIR VEIO QUANDO ENRIQUECEU COMO LOBISTA! E LULA? ANTHONY SELDON, BIÓGRAFO DO EX-PRIMEIRO MINISTRO TONY BLAIR, OPINA PARA BBC SOBRE SUA IMPOPULARIDADE!
(BBC) 1. O veredicto da história para os primeiros-ministros que deixam seus cargos é um tema altamente controverso, mas nos tempos modernos, muito poucos foram submetidos a tanta hostilidade como Tony Blair. Após seu controverso governo, que terminou em maio de 2007, Blair ganhou um pós-governo ainda mais controverso. Precisamos examinar ambos, tanto o governo como aquele que se seguiu, para entender por que ele é o ex-primeiro-ministro mais insultado desde 1945.
2. Blair tornou-se líder do Partido Trabalhista em julho de 1994 e se propôs a “modernizar” o partido para abraçar -em vez de rechaçar- o capitalismo. E buscou liderar no interesse de todo o país e não apenas da classe trabalhadora e dos sindicatos. Quando o trabalhismo chegou ao poder depois de quatro derrotas eleitorais consecutivas (1979, 1983, 1987 e 1992), a fórmula de Blair mostrou ser extraordinariamente bem sucedida.
3. Blair ganhou as eleições gerais em Maio de 1997, com uma vitória esmagadora sobre o desacreditado governo conservador. Venceu, novamente de forma esmagadora, em 2001 e novamente, embora por uma pequena maioria, em 2006. Nenhum líder trabalhista na história tinha obtido três vitórias eleitorais consecutivas. Portanto, era esperado que o Partido Trabalhista venerasse Blair como sendo seu maior recurso eleitoral. Mas a verdade é exatamente o contrário.
4. Muitos dentro do partido falam mal dele e a cada dia tem menos seguidores entre a nova geração de parlamentares trabalhistas que rejeitam tanto Blair como a maneira como ele tentou se livrar de elementos de esquerda no partido. Blair foi mais bem sucedido como líder do partido que ganhou eleições, do que como primeiro-ministro governante.
5. Blair começou com um grande apoio tanto à direita como à esquerda da política britânica, ainda que seu aparente fracasso em controlar a imigração eventualmente tenha provocado a ira da direita. Foi a política externa de Blair, no entanto, que produziu a maior polêmica de seu governo, que incluiu protestos em Londres e em todo o país. Seu apoio ao presidente dos EUA, George W. Bush, na invasão do Iraque em março de 2003 foi a decisão de política externa mais contestada de um primeiro-ministro britânico desde que Anthony Eden ordenou que as tropas britânicas invadissem o Egito em 1956.
6. A forma como a decisão de Blair foi tomada foi altamente contestada, incluindo a dúvida sobre se havia enganado o país ao apresentar o motivo para envolver os militares britânicos. Talvez ele tivesse sido perdoado se a invasão liderada pelos Estados Unidos tivesse sido bem sucedida, mas o seu espetacular fracasso em conseguir a paz no Iraque levou a anos de recriminações.
7. A segunda parte da nossa história começa: o pós-governo. Blair delineou uma proposta muito ambiciosa para a sua vida após Downing Street. Ele se tornou um “enviado para o Oriente Médio” da ONU e trabalhou para trazer a paz para o conflito árabe-israelense. Também tinha planos ambiciosos para a África, para ajudar as religiões do mundo a se entenderem e uma lista de outras causas. Este foi um programa maravilhoso, que deveria ter gerado aprovação e nenhuma vergonha. O fato é que, quase uma década após deixar o governo, o prestígio público de Blair é ainda menor. A falta de progressos tangíveis no Oriente Médio, na África e nas religiões do mundo, não pode por si só explicar essa hostilidade.
8. Em vez disso, têm sido os contatos com regimes e pessoas de moral duvidosa, suas atividades para ganhar dinheiro e propriedades, todos regularmente divulgados por uma mídia suspeita, que causaram o dano. Membros do partido Trabalhista não conseguem entender por que era necessário para seu ex-líder ganhar tanto dinheiro e viajar pelo mundo em aviões particulares. Talvez leve algum tempo antes que a reputação desse antigo gigante da política mundial comece a levantar-se novamente.
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“PROJETO IMPEACHMENT”!
(Vera Magalhães – Painel – Folha de SP, 28) 1. A intenção do Planalto de recriar a CPMF surpreendeu e irritou Michel Temer. Alheio à discussão dentro do governo sobre a volta do tributo, o vice-presidente deixou claro à equipe que não vai se empenhar por sua aprovação no Congresso. Temer estava especialmente contrariado porque seria cobrado pela ideia em jantar com empresários nesta quinta-feira, em São Paulo. Aliados que conversaram com o vice batizaram a proposta de “projeto impeachment” de Dilma Rousseff.
2. Aliados de Renan Calheiros avaliam que os estudos pela volta do tributo lembram o anúncio do ajuste fiscal, que foi feito sem conversa prévia com o Congresso, logo depois de uma promessa do governo de mais diálogo com o Legislativo.
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CRÉDITO TEMBÉM EM ESTAGNAÇÃO!
(Vinicius Torres Freire – Folha de SP, 27) 1. O crescimento do total de dinheiro emprestado pelos bancos chegou praticamente a zero, (aumento de 0,3%, descontada a inflação, em relação a julho do ano passado). Nos bancos privados, o estoque de crédito cai desde março de 2014, encolhendo agora 4,4%. Na breve recessão de 2009, o crédito das instituições privadas chegou perto de estagnar, mas não ao vermelho, mas essa baixa foi muito mais do que compensada pelo aumento do crédito dos bancos públicos (BNDES, Caixa, BB). Assim, o total de empréstimos continuou a crescer 10%, no pior momento daquele ano. Agora, acabou o dinheiro público.
2. No final de 2010, os bancos públicos detinham 42% do total (estoque) de crédito; em julho de 2015, 55%.