27 de setembro de 2017

A CLÁUSULA DE BARREIRA APROVADA PELA CÂMARA DE DEPUTADOS E AS PROJEÇÕES PARA OS PARTIDOS POLÍTICOS!
1. Há anos que o jornalista Fernando Rodrigues (UOL, DRIVE, PODER 360) vem acompanhando estatisticamente a política brasileira, incluindo as pesquisas divulgadas, avaliando e analisando tendências e alternativas.
2. Se foi assim sempre, nos últimos meses, com o debate sobre reforma político-eleitoral, suas criticas às diversas hipóteses, em base às estatísticas político-eleitorais, certamente influenciaram as decisões dos deputados federais (leia “O Mito do Sistema Político Perfeito: Congresso busca algo que não existe”).
3. No capítulo “A cláusula de desempenho e o STF”, Fernando Rodrigues aplica a hipótese de cláusula de barreira de 2% às eleições para deputados federais, desde 2002. Com isso, se pode avaliar tendências e probabilidades com a aplicação da cláusula de barreira na eleição de 2018, que será de 1,5%.
4. Mesmo com a aprovação de cláusula de 1,5% em nível nacional e 1% em 9 estados, essas tabulações já feitas permitem projetar hipóteses.
5. Em 2014, seis partidos alcançaram entre 1% e 2,5% dos votos válidos e estão na fronteira da guilhotina da barreira. São eles: PSC 2,55%, PROS 2,19%, PV 2,03%, PPS 1,98%, PCdoB 1,94%, e PSOL 1,78%.
6. Olhando para as eleições anteriores e até as municipais, PROS, PV e PPS têm tendência declinante. PSC indefinida, especialmente com a saída do deputado Bolsonaro. PCdoB tem tendência estacionária e PSOL tendência ascendente.
7. PV e PPS têm suas tendências agravadas em função da barreira de 1,5% em 9 estados. PROS, com a perda de apoio no Nordeste, da mesma maneira. PCdoB cresce com a cláusula nos 9 estados. Em 2014 ultrapassou a barreira dos 2% em 12 estados. O PSOL, por sua votação em alguns centros urbanos, tende a superar a barreira nacional, mas precisa crescer em estados para atingir a meta em 9 deles. Em 2014 passou da barreira de 2% apenas em 6 estados.
8. Os partidos que tendem estar firmes acima da cláusula de barreira geral e em 9 estados são: PMDB , PT, PSDB, PP, PSB, PSD, PR, PRB, DEM, PTB, PDT e abaixo dos 3% o SD. Há partidos novos e com nomes novos, como o NOVO, o Patriota confiando na puxada do deputado Bolsonaro, e Podemos que confia na puxada do senador Alvaro Dias.
9. Mas sobre tudo isso há um forte fator de imprevisibilidade. Olhando as 4 últimas eleições, é clara a tendência de crescimento do NÃO VOTO (abstenção, brancos e nulos). A eleição mês passado no Amazonas confirmou essa tendência, com quase 50%. Lembre-se que a cláusula de barreira se aplica sobre votos válidos.
10. Se confirmada essa tendência. o que é provável, não há como antecipar os partidos que terão ganhos ou perdas. Seria importante que as pesquisas em 2018 usassem um método aplicado em países onde o voto é voluntário. Ou seja, uma pergunta preliminar se pretende votar ou se abster, anular ou votar em branco. Isso exigirá uma abordagem mais calma e, portanto, pesquisas com menos perguntas.
11. Pesquisas assim não inibem as pesquisas tradicionais em outra pergunta. Há muito tempo até as eleições. A crise política e a recuperação econômica desenharão o quadro e o ambiente em que os eleitores decidirão seus votos.