EM ABRIL DE 2015, TRÊS NOVOS PARTIDOS! E??????
1. Três novos partidos já anunciaram que até abril terão cumprido todas as exigências do TSE e passarão a ter seus registros oficializados. São eles: O REDE de Marina Silva; O Partido Novo de economistas liberais com origem no sistema financeiro; e o Partido Liberal, mais um partido criado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab, depois do PSD.
2. O Congresso Nacional, no final do ano passado, aprovou lei, já sancionada pela presidente Dilma, terminando com o princípio da portabilidade. Ou seja: se um deputado sai de um partido para outro, mesmo recém criado, não leva mais consigo sua quota proporcional no Fundo Partidário e no Tempo de TV.
3. No caso do REDE e do Partido Novo, de perfis mais ideológicos e programáticos, se entende que um parlamentar possa migrar apostando no futuro, pelo impacto e multiplicador de opinião pública de suas teses, hoje ampliados pelas redes sociais. Do ponto de vista parlamentar, vereadores, deputados estaduais e federais, o risco será menor. Vide alguns casos de minipartidos com presença na Câmara de Deputados.
4. Mas em nível do executivo, as dificuldades de afirmação serão muito grandes. Talvez Marina Silva seja uma exceção. Em 2016, nas eleições municipais já se terá uma primeira avaliação desse quadro com a eleição de vereadores e, talvez, na cidade do Rio de Janeiro, onde Marina é líder de opinião desde 2010. Ela poderá, no Rio, lançar um candidato e apoiá-lo ostensivamente. Isso prejudicará o Freixo, do PSOL, um dos favoritos. Ou poderá apoiar o Freixo, tornando-o favorito.
5. O Partido Novo terá um percurso muito difícil. Se na América Latina as teses liberais-liberais nunca tiveram sucesso eleitoral, agora ainda mais num quadro de crise econômica e receio de desemprego, falências e inadimplências. Mas essa mesma crise econômica, política e moral, poderá abrir espaço para um discurso de antipolítica/anti-estado –desde as teses puras liberais.
6. Finalmente o Partido Liberal do Kassab, presidente do PSD. Uma análise superficial poderá apontar para uma decisão inócua, pois não produzirá atrativos ao baixo clero parlamentar. A hipótese com que políticos trabalham é a da fusão do Partido Liberal, com outro, ou outros partidos e, com isso, levando o tempo de TV e fundo partidário para este e bancada expressiva na Câmara de Deputados. Essa tese aposta na fragilidade de tantos partidos em nível nacional.
7. Mas qual a vantagem? A avaliação que se faz é que isso facilita a mudança de partido sem a perda de mandato. E que o novo partido teria algo a oferecer. A experiência no PSD atrairá ou desestimulará. O fato é que o PSD, na eleição de 2014, perdeu 15% dos deputados que tinha e que haviam agregado. Mas a hipótese de coligação com o PSD em vários municípios em 2016, e novos espaços para garantir os mandatos em 2018 –num quadro de fragilidade e rotatividade de mandatos, poderá atrair.
8. Quem projetar os cenários certos terá um ganho de fundador.