A CRISE DO RIO E A AUTOESTIMA!
(Mauro Osorio) Matéria do jornal O Globo de de 23/6, apontou pesquisa mostrando que muitos estão deixando o estado do Rio de Janeiro em busca de oportunidades profissionais em outras regiões: “Entre os que deixam o estado, 42% têm nível superior”.
Essa pesquisa traz à luz também a questão sobre quais são os fatores que levam ao desenvolvimento econômico.
Entendo que a educação é uma variável necessária, mas não suficiente. Gosto muito do economista americano Albert Hirschman que, em seu clássico livro “Estratégia do desenvolvimento”, aponta que não dá para dizer previamente o que gera desenvolvimento. O que gera desenvolvimento é sempre um conjunto de fatores e o mais difícil é começar. Hirschman trabalha ainda com a ideia de que a autoestima é uma variável fundamental.
A Argentina, por exemplo, em 1914, tinha o segundo PIB per capita do mundo e excelente padrão educacional. Desde então o seu PIB per capita caiu para a 50ª posição.
A cidade do Rio de Janeiro/Guanabara, nos anos 1960, tinha um excelente padrão educacional no cenário brasileiro. Desde então se tornou a lanterna em termos de dinamismo econômico comparativamente às demais capitais de estados brasileiros.
Não me surpreende que o estado do Rio de Janeiro tenha destaque em termos de exportação de capital humano. Entre janeiro de 2015 e abril de 2019, o estado apresentou uma perda de empregos com carteira assinada de 15,2% – a maior entre todos os estados brasileiros –, contra uma perda no total do Brasil de 6%.
Desde janeiro de 2015, o estado do Rio de Janeiro perdeu 573.258 postos de trabalho com carteira assinada. É esperado que a migração de profissionais para outros estados ocorra com destaque entre aqueles que têm formação profissional, capacidade financeira e contatos para buscar oportunidades em outras regiões, no Brasil e no mundo.