E A POLÍTICA INTERNACIONAL DO NOVO PRESIDENTE? SILÊNCIO PREOCUPANTE!
1. Depois de meses de pré-campanha e já com as Convenções em andamento, não se leu, ouviu ou viu, uma palavra sequer dos candidatos sobre Política Internacional. Esse é um vácuo muito importante que diferencia a capacidade dos candidatos de assumirem o país num mundo globalizado, interconectado e com conflitos de antes e de agora.
2. Os discursos presidenciais em campanha sobre Política Internacional não devem ser apenas restritos aos candidatos a chefe de governos nos países mais desenvolvidos, mas a todos e, em especial, àqueles -como no caso do Brasil- de países continentais, geopolítica e economicamente estratégicos.
3. Aí estão os casos do Oriente Médio (gravemente reaberto), da Ucrânia, da expansão populista na América Latina, das crises na África do Norte, do populismo europeu xenófobo redivivo, das nossas relações afetadas com os Estados Unidos, da desintegração do Mercosul, da pujança asiática, etc.
4. Em 29 de março de 1960, em Belém, escala de sua viagem a Havana, o candidato Jânio Quadros, depois vitorioso com 49% dos votos e que inovou em política externa nos meses que dirigiu o país, afirmava: “A primeira condição que se exige daquele que aspira a dirigir nossa pátria, no meu entender, é a objetividade e coragem no campo das relações internacionais. As conveniências dos outros países ou temores da imaturidade não podem orientar-nos na vida exterior, sob pena de graves consequências ao progresso e segurança do bem estar de nossa gente”.
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1. Ucrânia, Geórgia e Moldávia assinaram hoje (27), em Bruxelas, acordos de associação com a União Europeia, a fim de estabelecer vínculos políticos e econômicos mais estreitos – uma iniciativa que a Rússia se opunha com firmeza e que, inclusive, provocara a crise na Ucrânia.
2. (El País, 27) Desde a semana passada o chavismo dá sinais de desintegração. O antes imutável ministro de Planejamento e mentor intelectual de Chávez, Jorge Giordani (destituído em 17 de junho), difundiu uma carta aberta titulada “Testemunho e responsabilidade diante da historia”, na qual faz reprimendas ao presidente Nicolás Maduro, como não transmitir liderança, dar sensação de vazio de poder e tomar decisões equivocadas em matéria econômica.
3. (Agência EFE, 27) Bagdá aplaude um ataque aéreo sírio contra jihadistas. Exército iraquiano lança uma ofensiva para tomar Tikrit, cidade natal de Saddam. O presidente do Curdistão visita Kirkuk.
4. Primeiro ministro britânico Cameron critica abertamente acordo para a escolha do novo presidente da União Europeia: “Juncker é a pessoa equivocada para dirigir a UE”.
5. (El Tiempo, 27) Produção de cocaína em 2013 foi a mais baixa em 10 anos: 290 toneladas. Dez anos atrás os narcotraficantes produziam 640 toneladas por ano.
6. (Ex-Blog) 26/06 cumpriram 100 anos do início da Primeira Guerra Mundial, cujo desdobramento foi a partilha e desintegração do Oriente Médio. A conta chegou indo muito além da Palestina.