26 de fevereiro de 2014

O MAIS GRAVE ERRO POLÍTICO DE SERGIO CABRAL! INGENUIDADE!

1. Durante os mandatos em que conviveu com Lula Presidente, de 2007 a 2010, Cabral cometeu um erro primário: acreditar que seu novo amigo, desde o segundo turno de 2002, era amigo de infância, correligionário de sempre e, assim, inteiramente confiável. Transformou uma parceria político-administrativa em entrega total.

2. Mas Lula é um político profissional. Profissional e pragmático, a-ideológico em seu berço sindical. Assinaram dezenas de palanques de pedras-fundamentais convênios, jantares e… Recursos vieram dentro das prioridades emblemáticas de Lula: Alemão, Rocinha, Manguinhos…

3. Cabral foi usado para Lula nomear Temporão ministro da Saúde, assinando ficha no PMDB já “na prorrogação, nos descontos”. Cabral se encantou, aliás, um processo conhecido em política em torno dos líderes populares e carismáticos. Quando veio a discussão dos Royalties do Petróleo, Cabral esnobou o PMDB e até o Congresso e disse na TV, na saída do Planalto: Conversei com Lula e está tudo resolvido. Cabral sonhou ser vice de Dilma e, quem sabe, disse a amigos, depois, Presidente.

4. O PMDB, com larga experiência política e com os interesses de seus parlamentares e governadores desprezados por Cabral, eliminou-o do “Consistório”. E esperou com paciência getuliana.

5. Cabral desintegrou e deixa de ser um “eleitor” forte no Rio. Sua impopularidade atingiu níveis nunca antes vistos neste país. Lula, pragmaticamente, busca alternativa e a encontra dentro de seu próprio PT: Lindbergh, eleito com grande maioria para o Senado em 2010.

6. Cabral, iludido, bate o pé, faz beicinho, disse que assim não apoia Dilma. Lula –mascando cana de açúcar, mascando, mascando…-, cospe o bagaço e deixa seu amigo “íntimo” sem entender nada. Lula é um profissional do pragmatismo: amigo do peito de Fidel, Chávez, Empreiteiras e Bancos. Cabral era um instrumento de Lula e não um parceiro.

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LEI SOBRE SEGURANÇA PÚBLICA E MANIFESTAÇÕES: COMPARE A CRÍTICA DO CONSELHO DO PODER JUDICIÁRIO DA ESPANHA COM O QUE SE PRETENDE FAZER NO BRASIL!

1. O governo federal encaminhará ao Congresso do Brasil nos próximos dias uma lei que contempla a segurança pública associada às manifestações e excessos. Por coincidência o governo espanhol fará o mesmo nos próximos dias. O conselho assessor do poder judiciário espanhol fez fortes críticas a esse projeto de lei a ser apresentado. Dada as semelhanças sejam das razões que inspiram a ambos, seja de texto, este Ex-Blog, resume a matéria de El País (25), para avaliação dos riscos. Clique e depois clique na capa do dia 25.

2. (El País, 25) 2.1. O Conselho do Poder Judiciário da Espanha considera de constitucionalidade duvidosa muitos dos artigos mais polêmicos do projeto de Lei para a Proteção da Segurança Pública e propõe a sua eliminação ou reformulação. O texto preparado pelo Ministério do Interior define critérios “excessivamente amplos” para justificar a intervenção policial e rejeita que a mera suspeita da possibilidade de perturbação justifique a denúncia de uma autoridade ou funcionário público. A regulação da identificação de pessoas é de “constitucionalidade duvidosa”.

2.2. O relatório questiona que se possa executar uma revista “para sancionar um delito” além de considerar “incompleta e imprecisa” esta prática, por não excluir “a nudez, mesmo que parcial”. Também rechaça que empresas e funcionários de segurança privada colaborem para dissolver reuniões e manifestações. E acreditam ser um excesso a penalização os chamados “escraches” (escrache é o nome dado a um tipo de manifestação em que um grupo de ativistas de direitos humanos vai até a casa ou local de trabalho de alguém que querem denunciar).

2.3. O projeto de lei regula as operações de revista e identificação realizadas durante controles preventivos de cidadãos. O relatório do Poder Judiciário entende que é questionável que se estabeleça uma revista para “sancionar um crime”. Além disso, a definição de revista existente na lei é incompleta e imprecisa. Não define de que forma deve ser feita. Não limita a revista de forma superficial, e não exclui, portanto, a nudez, ainda que parcial. Ficou faltando no relatório uma referência mais precisa de como deve ser realizada a revista, por considerar a nova regra deveria indicar expressamente o respeito à dignidade e à privacidade da pessoa sujeita a revista e seu caráter reservado, limitando as revistas em via pública para casos específicos. Da mesma forma, diz o relatório, as revistas devem ser feitas por pessoas do mesmo sexo daqueles que estão sendo revistados, e com o maior respeito à sua identidade sexual.

2.4. O projeto inclui como causa de dissolução de reuniões, o “risco existente de distúrbios de segurança pública com armas, objetos contundentes ou outros meios de ação violenta”. O relatório afirma que isso representa uma expansão dos motivos para a dissolução de reuniões e manifestações e é inaceitável.  O relatório também rejeita a obrigação de empresas e funcionários de segurança privada de trabalhar de forma eficaz com a polícia. E recomenda a exclusão desta norma, basicamente porque afeta o exercício de um direito fundamental, que atribui a defesa exclusivamente as forças estatais.

2.5. O relatório também critica que a nova lei tipifique comportamentos que dificilmente podem comprometer a segurança pública e, portanto, não se justifica a sua previsão como delito. Em alguns delitos pode-se observar uma falta de proporcionalidade, onde até mesmo condutas insignificantes são tipificadas como crime. O relatório observa ainda que a supressão dos critérios de graduação das sanções realizado no projeto de lei é lamentável e pode levar a sanções injustas.

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SENADOR RANDOLFE RODRIGUES, DO PSOL, CANDIDATO A PRESIDENTE E O PMDB!

(Entrevista à Folha de SP, 24) Quero oferecer ao povo pela primeira vez na história do país a chance de ter o PMDB na oposição, de ter pela primeira vez José Sarney e Paulo Maluf na oposição. E você pode me perguntar: é possível governar sem o PMDB? Eu refaço a pergunta: o que acontece com o PMDB é governo? Isso não é governo. É distribuição de cargos, loteamento de funções públicas, repartimento da coisa pública. Ter o maior ministério de cargos públicos das democracias ocidentais só para abrigar aliados não é governo. Essa história de presidencialismo de coalizão é eufemismo para justificar o clientelismo e o fisiologismo.

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54% DOS USUÁRIOS SOMENTE LEEM JORNAIS GRATUITOS NA INTERNET!

(Estado de SP, 26) 1. Uma pesquisa do instituto Ipsos MediaCT mostra que 90% dos internautas brasileiros acessam sites de mídia ao menos uma vez por semana. Entre as diferentes fontes de informação, a preferida dos brasileiros conectados à web são os sites de jornais, citados por 68% dos entrevistados, seguidos por redes de televisão e revistas. De acordo com Diego Oliveira, diretor de contas do Ipsos MediaCT, a pesquisa mostra também que, à medida que o consumidor migra para novos aparelhos, o hábito de buscar informação continua a responder por uma parcela importante de sua atividade. Os usuários de smartphone dizem usar o telefone com acesso à internet para ler notícias (48%), artigos (40%) e ver televisão (19%).

2. Entre os donos de tablets, 40% disseram que usam o dispositivo para baixar jornais. Segundo Oliveira, no entanto, a maior parte dos usuários – 54% – ainda diz que lê somente jornais gratuitos no aparelho. Outros 34% dizem ser assinantes das publicações que leem, o que geralmente estende o acesso do conteúdo para a internet, enquanto 21% afirmam que pagam pelos conteúdos disponíveis online.

3. O hábito de baixar revistas no tablet é mais baixo (citado por 32% dos entrevistados). Do total de interessados neste meio de informação, 72% disseram que só leem publicações gratuitas na internet.