24 de junho de 2014

SUN TZU E A CAMPANHA ELEITORAL!

1. Sun Tsu (500 aC) é sempre atual, com seus ensinamentos em A Arte da Guerra. As analogias funcionam até hoje, no campo político, empresarial, social e pessoal. Numa campanha eleitoral –e a expressão campanha é uma expressão de guerra- a analogia é direta.

2. Os destaques em A Arte da Guerra passam pelo conhecimento do adversário e seu próprio, pelos fatores espaço e tempo, pela unidade de comando, pelos objetivos e –principalmente- pela Estratégia. Sun Tsu lembra que a guerra não é um objetivo em si mesmo. Que o ideal seria vencer sem lutar, sem perdas humanas e sem custo.

3. Conhecer o adversário e a si mesmo é ponto fundamental para saber que estocadas produzem dano eleitoral progressivo e que afirmações/ações produzem ganho. Sun Tsu não tinha pesquisas a sua disposição: contava com sua experiência, intuição e genialidade. Mas agora há. Um candidato que conhece de fato –com pesquisas de sustentação- seu adversário, e –claro- a si mesmo, não deve se preocupar com as batalhas –pesquisa de intenção de voto- durante a campanha. Deve avaliar se sua campanha está produzindo dano eleitoral em seu adversário e reforçando seus próprios pontos fortes –temáticos, sociais e locais.

4. Num quadro de reeleição com visibilidades distintas entre candidatos, num quadro continua/não continua no primeiro turno, ter paciência. A opinião pública se forma por proximidade e por ondas –antípodas- que chegam e partem primeiro dos que têm mais informação. A onda começa a chegar aos setores de menor renda, em tempo bem maior. A propaganda pode acelerar ou atrasar, não mudar tendências cristalizadas.

5. A ação da oposição –e os erros do governo, consequência da arrogância e sensação de ter todo o poder- produzem danos políticos.  As estratégias em uma campanha eleitoral têm dois focos gerais: no processo eleitoral –tática- e na política -estratégica. Mas deve prevalecer sempre a política/estratégia. Ela conduzirá a vitória.

6. O History Channel, num documentário sobre A Arte da Guerra de Sun Tzu, destacou dois exemplos. Num primeiro –A Ofensiva do TET no Vietnam- em múltiplos locais: todos os confrontos/batalhas foram militarmente vencidos pelo exército americano. Mas os danos na auto-percepção do exército dos EUA, na percepção politica internacional, especialmente nos EUA e na moral dos vietnamitas, conformaram um ponto de inflexão.

7. Em outro –e esse é um caso “suntzuano”- fundamental, o coronel “Summers” vai a Hanói negociar a retirada do exército dos EUA. Sentam frente a frente –o representante do governo do Vietnam e o coronel dos EUA. O coronel abriu a conversa dizendo: Bem, de qualquer forma nós, nessa guerra, não perdemos uma batalha sequer. E de bate pronto o vietnamita respondeu: E isso é absolutamente IRRELEVANTE. Por isso estamos aqui.

8. Perder em pesquisas de intenção de voto é totalmente IRRELEVANTE, desde que a estratégia esteja avançando, produzindo danos progressivos no adversário e reforçando os próprios pontos vitais. E pesquisas feitas com um lastro na estratégia, que mensurem danos progressivos x afirmação dos pontos fortes permitem acentuar as tendências e aguardar com paciência os dias finais da campanha, com a certeza de um segundo turno inexorável.

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A PROFISSIONALIZAÇÃO DA POLÍTICA!

(Leôncio Martins Rodrigues, cientista político – Folha de SP, 22) O recrutamento para a classe política está se fazendo cada vez mais na classe média e, em menor medida, nas classes trabalhadoras. Observei isso em pesquisas sobre a composição social da Câmara. A proporção de deputados vindos das classes altas, ricas ou proprietárias tem diminuído. Em 1998, deputados empresários ocupavam 45% das cadeiras. Em 2010, baixaram para 37%. A queda foi maior entre os empresários rurais, de 12% para 8%. Os urbanos mantiveram sua participação, mas entre eles há muitos pequenos empresários, nem sempre ricos.

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ASFIXIA FINANCEIRA DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS PELO CRÉDITO CONSIGNADO!

(Folha de SP, 22) Nos últimos três anos, o saldo das dívidas de aposentados e pensionistas na modalidade de crédito consignado cresceu 27% (descontada a inflação), de R$ 52,5 bilhões para R$ 66,8 bilhões, segundo dados do Banco Central. O aumento é quatro vezes maior que o reajuste real de 5,2% dos benefícios pagos pela Previdência a esse grupo e quase três vezes superior ao crescimento de 7% no número de aposentados e pensionistas, para 42,2 milhões. Também ultrapassa, de longe, a expansão de 3,7% dos empréstimos consignados a funcionários públicos.

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QUEM OUVE RÁDIO SABE DO GOL ANTES DE QUEM VÊ NA TV OU INTERNET!

(Folha de SP, 24) 1. Em tempos de Copa do Mundo, poucas coisas são tão irritantes como ver o atacante armando uma jogada fulminante na sua televisão enquanto o chato do vizinho já está se esgoelando com o gol. O problema acontece em razão das diferentes formas de transmissão disponíveis hoje –antigamente todos torciam unidos pelo sinal analógico e o bombril na antena que supostamente o turbinava. As transmissões digitais, mais lentas, acabaram com a sincronia da gritaria.

2. Os atrasos acontecem porque o sinal digital passa por um processo de codificação, compressão e decodificação, fazendo com que leve mais tempo para chegar às casas. No analógico, as imagens e o áudio dos jogos são entregues quase diretamente ao telespectador. Entre os meios digitais, também há diferenças. Imagens em HD, por exemplo, são mais “pesadas”, por isso demoram mais para chegar.