23 de novembro de 2012

RISCOS PARA 2016: DILMA SÓ PENSA EM 2014!

1. É bom que o Rio comece a ficar atento às ações do governo Dilma em relação à Copa e aos JJOO. Todas as atenções estão voltadas para 2014. Afinal, é esse o ano da campanha para reeleição.

2. Dilma joga com sua imagem apenas  e deixa que a imagem negativa recaia apenas nos demais políticos, a começar pelo PT. Tem dado certo. Até em relação a Lula. Isso tem um custo político, na medida em que vem perdendo o controle do Congresso. Mas não tem custo eleitoral, muito pelo contrário.

3. O cronograma das obras nos estádios, que estava muito atrasado, começa a ficar em dia. E ainda há um fator de segurança de 30% que pode ser usado, reduzindo o número de sedes, se for necessário. As obras urbanas têm quase nada a ver com a Copa, pois não será com 2, 3 ou 4 jogos, para públicos acostumados com grandes audiências ou eventos, que se afetará a normalidade da Copa.

4. Um levantamento feito junto a grandes empreiteiras mostrou que a carteira de obras públicas está completa, mas só até 2014 e, no máximo, início de 2015. Além disso, pouco ou nada foi transferido para as obras em curso ou iniciadas com vistas a 2016. E, no caso dos JJOO-2016 no Rio,  as intervenções urbanas são importantes.

5. A comissão tripartite (federal, estadual, municipal) ainda não foi constituída. Não há compromissos firmados. Pouco ou nada foi transferido às obras em curso além de uma ou outra autorização de financiamento. Enquanto isso vai se distorcendo o desenho urbano do Rio com transferências de desembolso para o setor privado, com generosíssimas compensações.

6. Os recursos do FGTS que vieram para a área portuária nada têm a ver com os JJOO-2016. Estão fora do quadrilátero olímpico, que é o mesmo do PAN. Como dizem as autoridades: é um pretexto. Bem, pelo menos servem ao Rio.

7. No início de dezembro, os governos estaduais e municipais interrompem a liquidação de despesas e só reabrem, para valer, em março, depois do decreto de contingenciamento e execução orçamentária. Ou seja, apenas 3 anos antes dos JJOO-2016. Muito pouco tempo. A experiência do PAN-07, de menor complexidade, mostra que 3 anos podem não ser suficientes.

8. Dilma só pensa naquilo: 2014!

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HONDURAS: ZELAYA CRIA PARTIDO E LANÇA SUA ESPOSA PARA PRESIDENTE DA REPÚBLICA EM 2013! 

1. Os resultados das eleições primárias internas em Honduras, realizadas no último dia 18, consolidaram o partido fundado pelo ex-presidente Manuel Zelaya – Partido Libre – como terceira força política no país.  A pré-candidata única da agremiação, Xiomara Castro de Zelaya, esposa do ex-presidente, obteve 347 mil votos na votação interna.

2. Os resultados das demais internas indicam que no Partido Nacional (atual partido governista) a disputa pela candidatura parece estar definida em torno do nome do Presidente do Congresso Nacional, Juan Orlando Hernández (299 mil votos).  Pelo Partido Liberal elegeu-se candidato Mauricio Villeda Bermúdez (248 mil votos), que apoiou a retirada de Manuel Zelaya em 2009.

3. As eleições primárias destinam-se a escolher quais serão os candidatos de cada partido – a Presidente da República, Deputados, Prefeitos e Vereadores – ao pleito geral marcado para 18 de novembro de 2013.

4. A política hondurenha, que era binária, passa a ser ternária a partir do ano que vem.

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CORTE DE HAYA DECIDE E COLÔMBIA NÃO ACEITA E DIZ QUE VAI SAIR DO PACTO DE BOGOTÁ! 

(El Comercio, 22) 1. A Colômbia pode vir a retirar-se do pacto que aceita a jurisdição do Tribunal de Haia. Deixaria o Pacto de Bogotá, assinado em 1948, após a decisão que delimitou seu território marítimo a favor da Nicarágua. A Colômbia vai buscar apoio internacional em países da América Central e organismos como a ONU para fazer uma reclamação conjunta pela suposta afetação na região, provocada pela decisão do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), disseram fontes oficiais.

2. Em um debate a respeito de controle político sobre a decisão da CIJ, a ministra María Ángela Holguín disse que o governo não vai desistir diante da decisão judicial que cedeu um amplo território marítimo para a Nicarágua, e anunciou que serão buscadas  novas formas jurídicas de “neutralizar” as consequências. “Nós não vamos desistir, isso não vai acontecer assim. Tenho conversado com diversos ministros, porque nunca imaginamos que a Corte de Haia iria na contramão de seus princípios, que é afetar outros países com suas decisões”, disse Holguín, que também considerou a possibilidade de seu país sair do Pacto de Bogotá, assinado em 1948 aceitando a jurisdição da CIJ.

3. Mapa do conflito.