23 de março de 2015

O SEGUNDO TURNO EM 2014 FOI ANTI-DILMA/PT E NÃO PRÓ ALGUÉM! O QUE VIRÁ?

1. O jornal Le Monde, avaliando as eleições municipais deste último fim de semana, afirmou que elas invertem o sentido das eleições desde De Gaulle. “Há tempos que se afirma que no primeiro turno se escolhe e no segundo se elimina. Agora deve acontecer o contrário: no primeiro turno se elimina  e no segundo se escolhe.”

2. No Brasil, as eleições presidenciais de 2014 tiveram um claro sentido das eleições francesas desde De Gaulle. No segundo turno, a votação de Aécio não foi para ele, para seu partido e para suas propostas. Foi contra Dilma. Naquele momento, o país ficou dividido. Após as eleições, com o descontrole e a sensação de estelionato eleitoral, a rejeição à Dilma e ao PT aumentou, mas isso não significou, até aqui, que alguma força política tenha entrado no vácuo e assumido a liderança alternativa com suas ideias e propostas.

3. Quando o Datafolha recente nos informou que 74% dos que foram à manifestação de 15 de março nunca tinham ido e que a não identificação com qualquer partido atingiu um recorde próximo a 80%, e aquela com PT caiu a menos da metade ficando com um dígito, isso tudo ficou claro.

4. O PMDB, por sua maior experiência e líderes expressivos mais espalhados regionalmente, soube ocupar esse vácuo com maior capacidade. Fixou-se na rejeição à Dilma e não entrou no debate de alternativas em nível econômico e social, que são as mais compreendidas pelo eleitor. Capitalizou a rejeição parlamentar, abrindo espaço àqueles que saem de suas bases pressionados pela rejeição à Dilma, mas que não querem se assumir como oposição para não perderem espaço.

5. Nesse sentido, o PMDB –ampliado- tem hoje maioria absoluta na Câmara de Deputados.  Mas o tempo vai colocá-lo numa encruzilhada: apresenta ou respalda alternativas ou vai entrar no coro do Fora Dilma. No segundo caso, o PMDB voltaria a seu tamanho parlamentar. O PSDB se iludiu e se ilude imaginando-se a referência da oposição, trazendo à memória a “banda de música” dos juristas da UDN com a  atual “banda de música” dos cientistas sociais (sociólogos, politólogos e economistas).

6. Demandas difusas são características das redes: descontentamento. Como responder?  Como organizar? Como decidir caminhos?  Certamente o PMDB não cumprirá esse papel.  E os demais? O PT também não, porque as redes sociais substituem e rivalizam com os movimentos sociais (sindicatos, associações,…) que o PT comanda.

7. Uma visita de alguns parlamentares ao Podemos e Cidadãos, que saíram das redes e se constituíram como forças politico-partidárias na Espanha, como opção de poder, ajudaria. Ou –para citar a Espanha- propor para o Brasil, aqui e agora, um novo “Pactos de Moncloa”, que poderia dar aos partidos políticos protagonismo. Mas quem seria o Rei ou Adolfo Suárez, para propor e aglutinar?

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AS 5 PROPOSTAS DE DILMA APÓS AS MANIFESTAÇÕES DE JUNHO DE 2013! COMO CONFIAR?

1. (G1, 24/06/2013) A presidente Dilma Rousseff propôs na tarde desta segunda-feira (24) aos 27 governadores e aos 26 prefeitos de capitais convidados por ela para reunião no Palácio do Planalto a adoção de cinco pactos nacionais. OS 5 PACTOS NACIONAIS PROPOSTOS POR DILMA:  1. Responsabilidade Fiscal e controle da inflação / 2. Plebiscito para formação de uma constituinte sobre reforma política / 3. Saúde / 4. Educação / 5. Transportes.

2. (Ex-Blog) Dá para confiar? As duas primeiras propostas eram responsabilidade fiscal e controle da inflação. Dilma mentiu. E agora? Dá para acreditar?

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FRANÇA: UMP, DE SARKOZY, VENCE O PRIMEIRO TURNO DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS!

UMP (centro-direita), de SARKOZY, coligado com UDI e MODEM (centro) vence o primeiro turno das eleições municipais francesas com 29% dos votos. Em seguida, a Frente Nacional (direita), de Marine Le Pen, obteve 25,8%. O PS, do presidente Hollande, ficou em terceiro com 21,1%. A seguir, diversos pequenos partidos de direita com 7,49%, a Frente de Esquerda com 5,88% e, fechando, os Verdes com 1,92%.

Veja o Gráfico do Le Fígaro.

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ESPANHA, ANDALUZIA: PSOE VENCE! PP PERDE! NOVOS PARTIDOS TEM VOTAÇÃO SIGNIFICATIVA!

1. O PSOE (social-democrata) mantém sua bancada de 47 deputados. O PP perde 17 deputados, caindo de 50 deputados para 33 deputados. Os dois novos partidos alternativos, com origem nas redes sociais, pela primeira vez participaram de uma eleição no país e obtiveram votação substantiva. O Podemos elegeu 15 deputados e o Cidadãos 9, num total de 24 deputados. IU (Esquerda Unida) caiu de 12 para 5 deputados.

2. Curiosamente a votação de Podemos+Cidadãos, 24 deputados, veio da perda de 7 deputados da Esquerda e de 17 deputados da Centro-Direita. Assim representaram significativos 22% dos votos.

3. Conheça o quadro.