23 de janeiro de 2014

DEPUTADO DO PSB DÁ ENTREVISTA AO EX-BLOG SOBRE O CASO DE SP!

1. Embora o feriadão fosse no Rio, o deputado A, do PSB, veio passá-lo no Rio, apostando no refluxo dos cariocas. Volta a Brasília na terça. Telefonou e depois enviou e-mail ao Ex-Blog e pediu para fazer uma entrevista ping-pong sobre o caso de São Paulo. As perguntas foram sugeridas por ele –enviadas e respondidas por e-mail para garantir a edição.

2. Ex-Blog: Mas afinal por que tanto interesse de Aécio no apoio do PSB ao PSDB de Alckmin em S. Paulo? Deputado A: Isso é uma ilusão de ótica. O apoio do PSB em S. Paulo a Alckmin não mexe com o quadro eleitoral, nem para cima, nem para baixo. E eles sabem disso melhor que nós. / Ex-Blog: Então quais as causas das declarações de Aécio sobre a necessidade do PSB estar com o PSDB e, que se não for assim, quem perde é o PSB? Deputado A: Os estrategistas do PSDB pensam que somos ingênuos. Sabem que Marina como vice de Eduardo é imprescindível para nossa competitividade. Como ela teria vetado a aliança com o PSDB, em SP, uma mudança de curso poderia abalar seu envolvimento na campanha do Eduardo.

3. Ex-Blog: Então a pressão do PSDB e de Aécio pela parceira PSDB-PSB em SP é para criar atritos entre Marina e Eduardo? Deputado A: Sim, mas mais que isso. Atritos se superam, mas a decisão de Marina não ser vice de Eduardo seria fatal para nós. Aécio sabe disso. Com sua habilidade “tancrediana” entrou em campo como se fosse um amigo e conselheiro do PSB e do Eduardo. Eduardo não é tolo. Amigos, amigos, negócios a parte. Forçar o apoio do PSB ao PSDB em SP é inviabilizar a Marina na chapa como vice.

4. Ex-Blog: Então o que propõe habilmente Aécio é inviabilizar a candidatura de Eduardo? Deputado A: Certamente. Não quer ajudar o PSB, quer prejudicá-lo. Quer inviabilizar Eduardo. Nós do PSB sabemos perfeitamente que o objetivo é esse. O fato só nos fez desconfiar do Aécio e nos afastar do PSDB. Até Eduardo, que é amigo dele, resmungou.

5. Ex-Blog: Você então pode garantir que o PSB terá candidato em SP? Deputado A: Posso sim. Temos a convicção que a eventual e suposta dificuldade de um ou outro candidato a deputado em sua eleição será vista por esse ou aquele como parte fundamental em seu futuro. E se a chapa Eduardo/Marina cresce, o quadro se inverte para eles: perdem uns cargos no governo e ganham, e muito, competitividade eleitoral.

6. Ex-Blog: Por quê? Deputado A: Quem sabe o repetitivo binômio PSDB-PT não esteja chegando ao fim no Estado? E quem será o tercius que entrará no segundo turno? Há nomes fortes e o nosso será um deles.

* * *

CABRAL E OS TRENS!

(Coluna Paula Cesarino Costa – Folha de S. Paulo, 23) Em 2010, o governador Sérgio Cabral antecipou a renovação do contrato de concessão, após a Odebrecht assumir o controle acionário da SuperVia. Estendeu o negócio até 2048. A Agetransp, que deveria fiscalizar os transportes, tem entre seus conselheiros o tesoureiro do PMDB. O homem do dinheiro do partido de Cabral terá como função fiscalizar empresas cujos sócios doaram milhões para a campanha peemedebista. Outro conselheiro foi vice-presidente da concessionária Metrô Rio. Relações que soam como escárnio, mais do que o riso nos trilhos.

* * *

2 DE FEVEREIRO 2014: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS EM EL SALVADOR E COSTA RICA! CENTRO–DIREITA X ESQUERDA!

1. EL SALVADOR. Depois de várias eleições em que a centro-direita (Arena) elegeu o presidente, na eleição passada a FMLN, de esquerda, elegeu o presidente Fulnes, atraindo o voto com este popular âncora da TV. Não há reeleição e agora a FMNL lança o vice-presidente e ex-comandante guerrilheiro Salvador Sanchez Ceren, que lidera as pesquisas. A Arena, apesar de ter sofrido o impacto de uma dissidência, lançou o prefeito de San Salvador, Norman Quijano, que se firmou em segundo lugar. O ex-presidente Elias Saca, que liderou a dissidência da Arena, vem mais afastado em terceiro. Sanchez alcança o patamar de 40% das intenções de voto, seguido de Quijano com 35%. Saca vem bem mais atrás com menos de 15%. A probabilidade de segundo turno é alta, quando a eleição estará indefinida com vantagem para Quijano.

2. COSTA RICA. O PLN, de centro/centro-direita, partido da atual presidente e de anteriores presidentes, apresentou como candidato o prefeito de San Jose, Johnny Araya, que lidera as pesquisas com 39% das intenções de voto. A surpresa é o candidato do Frente Amplo, de esquerda, José Maria Villalta, com 26%. Atrás, Otto Guevara, candidato pela quarta vez, com 18%. Com 40% dos votos se vence no primeiro turno. O que parecia certo agora passou a ser provável, com o crescimento e a vitalidade –33 anos- de Villalta que leva a bandeira ambientalista.

3. Se Sánchez (FMLN) perder em El Salvador, a esquerda bolivariana perde seu segundo reduto na América Central (Nicarágua o outro), uma derrota política importante para a ALBA. Se Villalta vai ao segundo turno na Costa Rica, será a presença relevante da esquerda no país, que é o mais estável politicamente e com a maior taxa de igualdade da América Latina. Se ganha, seria uma vitória estratégica para os bolivarianos. A hipótese de a Arena vencer em El Salvador é muito maior que a do Frente Amplo vencer na Costa Rica.