22 de julho de 2016

QUE TEMAS TERÃO DESTAQUE NA CAMPANHA MUNICIPAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO?

1. Uma questão tem intrigado os estrategistas e marqueteiros dos candidatos a prefeito do Rio. Que tema ou temas serão destacados pelas candidaturas? Não é tarefa simples, especialmente numa conjuntura de enorme desgaste dos políticos e crise abissal.

2. A segurança pública, que ficou fora de foco nas 5 últimas eleições municipais, volta com força, seja pelo aumento da criminalidade, seja pelo terror externo que cria uma sensação de insegurança interna, seja pela sensação de insegurança existente.

3. A saúde pública, destacada nas pesquisas pelos eleitores como o maior problema de todos, abre a eleição sem vocalizador. A privatização da saúde pública através das OSs não mudaram esse quadro e a crise estadual na saúde não permite o cidadão diferenciar responsáveis, apesar das tentativas municipais.

4. A educação pública que, em geral, tem interlocutores pela esquerda, não deve ter, pois os problemas do magistério ganham prioridade na comunicação dos candidatos em relação à política educacional.

5. A mobilidade urbana (transportes), apesar dos grandes investimentos realizados, enfrenta uma situação paradoxal. A prioridade dada aos BRTs objetivando a reestruturação do transporte radial de massa, em curto prazo, produziu um enorme desconforto nos passageiros em relação ao transporte porta a porta de ônibus e vans. A linha 4 do metrô será inaugurada parcialmente e só após as eleições poderá servir de fato como alternativa. Ou seja, um imenso investimento sem capitalização eleitoral para este ano.

6. Mais uma vez -vide 2008- a concentração de gastos e atenção exigidos pela Olimpíada produzirá uma sensível queda de qualidade na conservação nas regiões Norte e Oeste, que concentram 75% da população, e que reagirão como ocorreu em 2008 a este desconforto.

7. A capacidade administrativa, que é uma prioridade num momento de crise, não combina com os perfis dos candidatos apresentados. A insegurança do servidor público em relação ao alcance das medidas que estão sendo analisadas nacional e estadualmente vem amplificada com a crise que chegou à previdência municipal.

8. Os valores da família e da vida inevitavelmente terão destaque pelo perfil do candidato que lidera todas as pesquisas, e a força do discurso dos que vêm a seguir dele. As fragilidades de candidatos em relação a esse tema será aproveitada nos debates.

9. A questão social, que em várias eleições anteriores destacava as políticas de inclusão social, nesta eleição traz como carro chefe a taxa de desemprego, especialmente dos mais jovens e a dificuldade de propostas municipais surgirem como alternativa, num momento pós Olimpíada.

10. A corrupção, destaque nacional com a Lava-Jato, pousará na eleição municipal em função dos grandes investimentos e sua qualidade com os exemplos que a imprensa vem sublinhando.

11. Finalmente, uma eleição apresentada como re-reeleição, coloca uma difícil disjuntiva, seja pelo natural “desgaste de material” depois de 8 anos, seja pela referência estadual do mesmo partido, seja pelo declínio de avaliação. Numa eleição com TV 35 dias e sem a concentração de tempo de TV das 2 eleições anteriores e o desvio de foco provocado pela Olimpíada, a tarefa dos estrategistas e marqueteiros será complexa, pelo menos complexa.

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MELANIE TRUMP X MICHELE OBAMA: PLÁGIO OU MARQUETAGEM?

1. O discurso de Melanie Trump relativo a frases de um discurso de Michele Obama de anos antes foi plágio mesmo ou marquetagem? Cópia ou intencional?

2. Inquestionavelmente, a “gafe” colocou Melanie e seu discurso como destaque imediato nos telejornais pelo mundo todo.

3. A imprensa identificar em minutos o plágio de frases sociais normais de primeira-dama em convenção de anos atrás é impossível. E a cobertura foi imediata.

4. Das duas uma. Ou a assessoria de Obama identificou e informou imediatamente, ou a assessoria de Trump fez de propósito e vazou durante ou logo após o discurso.

5. Com isso, conseguiram um destaque para modelo-esposa que, sem isso, teria passado desapercebida. Melanie veio aos telejornais.

6. A gafe permitiu expor sua beleza e se tornar um personagem nesse início de eleição, coisa que não havia acontecido nos meses das primárias.

7. A redatora do discurso pediu demissão no dia seguinte. Como era de se esperar, Trump não aceitou. Talvez tenha recebido até uma gratificação.