NARCOTRÁFICO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NA AMÉRICA LATINA!
1. É intrigante que, o narcotráfico, por mais grave e atuante que seja, não tem afetado a dinâmica econômica de países afetados na América Latina. É quase uma unanimidade que a bola da vez de crescimento e atratividade de capitais é o México. E é um exemplo de força e presença do narcotráfico através dos cartéis. Produzem metafetamina, maconha e heroína, importam/exportam cocaína. E ainda fazem tráfico de pessoas. Para tudo, o mercado ali ao lado são os EUA.
2. Estima-se que movimentem 40 bilhões de dólares por ano. O governo Calderón, ao usar as Forças Armadas e acentuar a dose de repressão, o máximo que conseguiu foi concentrar os cartéis, com evidente destaque para o Cartel de Sinaloa. Livro lançado no México, agora em dezembro-2012, pela premiada jornalista Anabel Hernandez –“México em Chamas”, dá detalhes, inclusive das sempre presentes relações com o mundo político, o mundo policial e o mundo militar.
3. Seu capo –El Chapo- foi incluído nas duas listas Forbes recentes dos 100 mais ricos e dos 100 mais poderosos do mundo. Incluindo os plantadores de amapola/ópio e todo o espalhamento em pontos de produção, recebimento, exportação, segurança, etc., 150 mil pessoas trabalham para El Chapo. A exaltação dos capos narcos é aberta. Entrem no YouTube e procurem por El Chapo ou pelas músicas de exaltação, os ‘narco corridos’.
4. A economia colombiana –da mesma forma- convive com o narcotráfico e a narcoguerrilha há anos. Sua economia vai de bem a melhor, com alta taxa de investimentos, atratividade de capitais e destaque de vários de seus programas. É fato que, no caso da Colômbia, o governo Uribe reduziu a narcoguerrilha a 1/3 do que era. Agora se estima em 10 mil pessoas que, somadas ao ERP –de mesma extração-, chegam a 13 mil envolvidos diretamente na selva. Não se tem estimativa de pessoas envolvidas em seus nexos urbanos, nem no transporte de cocaína à Venezuela, Guatemala e México. Pode-se imaginar que, no mínimo, sejam 10 mil, num total de 23 mil pessoas.
5. O Peru é a economia latino-americana com os melhores e sustentáveis parâmetros macroeconômicos. Passou por cima da crise mundial e cresce, ano a ano, pelo menos 6%, com inflação de 3% e reservas em divisas de 25% do PIB. E os espaços de plantio de coca, produção de pasta de coca e cocaína são crescentes, substituindo a perda de área plantada na Colômbia. A narcoguerrilha, Sendero Luminoso –em dimensões menores- ressurgiu e criou um movimento social aberto pela liberação de seu capo que continua preso, Abimael Gusmán.
6. E finalmente o Brasil, que mesmo vivendo um ciclo recessivo econômico, continua atraindo capitais e mantém-se na expectativa positiva externa. A situação do Brasil é diferente dos demais, pois opera um narco-varejo, armado e espalhado pelo país todo. Estima-se o mercado interno em 40 toneladas de cocaína, maior parte vinda da Bolívia. Somando-se todas as facções operando Brasil afora, se ultrapassaria os 150 mil narcotraficantes – juniores ou sêniores. Isso sem incluir as milícias, que depois de desenvolver tecnologia de extorsão no Rio, está se espalhando nacionalmente.
7. Usam armas militares longas/pesadas e as facções, com maior (PCC-SP) ou menor grau de organização, têm capacidade de enfrentamento com as forças policiais, de corrupção com fatos noticiados sempre e de articulação eventual com autoridades e políticos. No Brasil foi inaugurado no Rio, no Complexo do Alemão, o uso das Forças Armadas. Saíram e já se pede que retornem.
8. As ações do narcotráfico no México, Colômbia, Peru e Brasil visitam diariamente o noticiário da imprensa com grande destaque, especialmente nos casos de violência exponencial como em S. Paulo, recentemente, como nos casos de associação com policiais, como rotina no Rio. Mas as economias desses países passam à margem da narcotraficância, como se ela não se cruzasse com as decisões econômicas –governamentais e privadas. Essa é uma equação intrigante que merece a atenção dos pesquisadores desses quatro países.
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EX-BLOG E OS FERIADOS DE FIM DE ANO!
Nos dias 24, 25, 31 e 01 o Ex-Blog não circulará. Havendo algum fato relevante, haverá edição especial.
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EM UMA SEMANA DILMA MUDA PROMESSA DE AEROPORTOS REGIONAIS DE 800 PARA 270!
1. Em 12 de dezembro de 2012. Portal TERRA. A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira, em Paris, na França, que pretende construir 800 novos aeroportos regionais no Brasil nos próximos anos. O objetivo é que todas as cidades com até 100 mil habitantes tenham uma pista de pouso a no máximo 70 km de distância. “Os números no Brasil às vezes são grandes. Nós pretendemos fazer, no Brasil, em torno de 800 ou mais aeroportos regionais”, afirmou a presidente, em discurso na sede do Movimento das Empresas Francesas (Medef). “Nós temos recursos para isso, originários até da outorga que cobramos dos grandes aeroportos. Nós temos de interiorizar o transporte aeroviário no Brasil”, explicou a presidente, estimulando o desenvolvimento de médias empresas do setor a atenderem às demandas de um País “de dimensão continental”.
2. 21 de dezembro de 2012. O Globo. Serão contemplados 270 terminais em todo o país. O pacote para o setor aeroportuário prevê um plano para estimular a aviação regional, com investimentos de R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos de pequeno porte, nos próximos anos.
3. 21 de dezembro de 2012. Folha de SP. 270 aeroportos serão reformados ou construídos pelo governo.
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NOVO PRESIDENTE DO MÉXICO FAZ DURAS CRÍTICAS AO PRESIDENTE CALDERÓN NO COMBATE AOS CARTÉIS!
(El País, 18) 1. Pouco antes do presidente Peña Nieto falar, houve uma intervenção do secretário de Governo, Miguel Angel Osorio Chong, que pintou um quadro sombrio da situação no país após seis anos de Calderón, com uma cascata de dados chocantes: “Entre 2006 e 2011, foram cometidos 10,6 milhões de crimes. Oito de cada 100 são registrados e desses, apenas 15% são resolvidos. Apenas um em cada 100 é punido. O sequestro aumentou cerca de 83%, o roubo com violência 65%, a extorsão 40% etc. Os homicídios são a segunda causa de morte no México. Cerca de 65% dos policiais ganham menos de 4.000 pesos (cerca de 320 dólares) por mês. As 419 prisões estão com 49.399 presos acima do limite . O Centro Nacional de Direitos Humanos registra 8.900 denúncias de tortura e maus-tratos entre 2005 e 2011″…
2. Em seu discurso, Osorio Chong “pulou” o seguinte parágrafo que estava incluído no discurso entregue a imprensa: “Nos últimos anos, resultado da violência relacionada ao crime organizado, foram mortas cerca de 70.000 pessoas e existem 9.000 corpos não identificados”. Os números oficiais de mortes associadas a guerra contra o narcotráfico lançada por Calderón, são significativamente menores – pouco mais de 50 mil – ainda que algumas ONGs digam que é o dobro disso. O Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI) completou ontem o quadro dos efeitos da violência. Segundo seus dados, a insegurança custou ao setor empresarial em 2001, a quantia de 115,2 milhões de pesos, o equivalente a 0,75% do PIB.
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ENGENHEIROS, CHEFES DE GOVERNO E UNIVERSIDADES!
(La Nacion, 18 – Andrés Oppenheimer) 1. Quando Xi Jinping foi nomeado o novo líder da China, há algumas semanas, uma das coisas que mais me surpreendeu no seu currículo é o fato de ser um engenheiro. Mais exatamente, é um engenheiro que substituiu outro engenheiro como líder do país mais populoso do mundo. No Ocidente, a maioria dos presidentes são advogados, que em quase todos os casos, falam “bonito”. O presidente dos EUA é um advogado formado em Harvard, que recentemente foi reeleito depois de derrotar Mitt Romney, outro advogado formado também em Harvard. O ex-presidente do México, Felipe Calderón, é advogado e foi substituído em 1º de dezembro por Enrique Peña Nieto, outro advogado. Na América do Sul, a maioria dos palácios presidenciais vem sendo ocupados há muito tempo por advogados.
2. Não é que os engenheiros sejam governantes melhores (nem sempre são) nem generalizar, mas refletir o fato de que a engenharia é muito mais popular na China e em outros países asiáticos do que no Ocidente. Isso é importante porque nós vivemos em uma economia global baseada no conhecimento, em que as patentes de novas invenções, geralmente produzidos por engenheiros, cientistas e técnicos, produziram para as nações muito mais riquezas que as matérias-primas. Na Universidade Tsinghua de Pequim, uma das mais prestigiadas do país, 72% dos alunos de graduação, mestrado e doutorado estão matriculados em escolas de engenharia e ciências exatas, enquanto que apenas 28% estudam humanas ou ciências sociais. Enquanto que 31% de todos os universitários graduados na China se especializam em engenharia, nos Estados Unidos esse número é de apenas 5%.
3. Na maioria dos países latino-americanos, a primazia das ciências humanas e sociais sobre a engenharia e as ciências exatas é ainda maior. Nossas universidades produzem muito poucos engenheiros. A última vez que olhei para os números da Universidade de Buenos Aires, uma das maiores da América Latina, existia 29.000 estudantes de psicologia e 8.000 estudantes de engenharia, o que equivale a produzir três psicólogos para tratar os problemas de cada engenheiro.
4. David E. Goldberg é professor emérito de engenharia da Universidade de Illinois e fundador de um movimento para modernizar a educação de engenharia. Sua receita: fazer o estudo da engenharia mais divertido e mais criativo. “Em vez de começar a carreira de engenharia com o lado criativo, estamos começando com matemática, ciência e toda a parte abstrata, e isso faz com que quase 50% dos alunos abandone o curso”, disse Goldberg.
5. O fato de a China ser governada por engenheiros e dos estudantes chineses se voltarem massivamente para a engenharia, deve servir como lembrete da necessidade de se produzir mais engenheiros e de fazer com que a engenharia seja um estudo mais divertido.
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PERU: HUMALA TEM RECAÍDA CHAVISTA!
(El País, 21) O governo de Humala aprovou no Congresso entre novembro e dezembro um pacote de normas que limitam a transparência e o controle da sociedade sobre as atividades das forças armadas e policiais. Um decreto legislativo torna secretas certas compras em ‘Defesa’ e outro qualifica de secretos os assuntos de Segurança e Defesa Nacional e sanciona como delito sua publicação, afetando a liberdade dos meios de comunicação. Analistas consideram esse conjunto de medidas como sinal de militarização do governo Humala e sugerem ações junto ao Tribunal Constitucional (STF). Humala já havia conseguido durante 90 dias faculdades legislativas especiais, que se encerram agora.