20 de setembro de 2013

A FORÇA DO PARTIDARISMO NO BRASIL! 

(David Samuels da Universidade de Minnesota e Cesar Zucco da Fundação Getulio Vargas)

RESUMO!  1. Até que ponto os rótulos partidários influenciam posições políticas dos indivíduos?  Nós respondemos a esta questão através de duas experiências de pesquisa, um através de pesquisas do Datafolha e outro sobre uma amostra recrutada via Facebook.

2. Os três partidos apresentados -PSDB , PT e PMDB -, são os únicos que obtiveram mais de 5% das preferências partidárias, em média, nas pesquisas. Nossos resultados sugerem não só que a identificação partidária no Brasil é forte o suficiente para gerar viés intragrupo para partidários dos dois principais partidos, mas também que a competição partidária entre o PT e o PSDB é suficientemente estruturada de modo que conhecer a posição do outro partido fornece informações úteis para os partidários de ambas as partes, gerando viés extragrupo.

3. Os vieses de seu grupo empurram as pessoas a adotarem a posição do seu grupo a partir de um desejo de se alinharem.  A aprendizagem de informações sobre posições dos partidos afetam as atitudes de seus partidários no Brasil, mas essa informação não tem efeito sobre não-partidários.  A identificação partidária em um sistema partidário altamente fragmentado é fundamentalmente o mesmo fenômeno das democracias mais maduras, mesmo aquelas com sistemas partidários menos fragmentados.

4. Os partidários do PT e do PSDB parecem ser tão capazes de mapear o espaço político depois de receberem informações sobre o adversário de seu partido quanto depois de receberem informações sobre a posição do seu próprio partido. Embora o nível agregado de partidarismo em massa do eleitorado seja comparativamente baixo, o partidarismo ainda é significativo. O PT e PSDB têm trajetórias históricas muito diferentes, então nossos achados sugerem que existe mais de uma maneira de cultivar ligações partidárias em um contexto eleitoral partidário complicado como a do Brasil.

5. É esperado que o partidarismo fosse fracamente sedimentado nas democracias mais recentes, em geral, e no Brasil em particular. No entanto, apesar da ausência de clivagens sociais e um ambiente institucional que privilegia o individualismo político e discrimina partidos coesos e apesar de os dois principais partidos do país terem convergido para o centro político, concordarem com muitas das questões, e se aliarem com uma gama confusa de partidos, os rótulos partidários para o PT e PSDB têm os mesmos efeitos encontrados para partidos em democracias mais antigas.

6. O texto completo está em inglês.

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PF PRENDE 20 POR DESVIOS DE FUNDOS! CPI DOS CORREIOS DEMONSTROU PERDAS NA PRECE DE R$ 309 MILHÕES ENTRE 2002 E 2005!

1. (Globo, 20) Um dos alvos principais da busca é o economista Carlos Eduardo Carneiro Lemos, ex-gerente de Investimentos da Prece, fundo de previdência dos servidores da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) do Rio. Ele seria um dos três chefes da organização. Eduardo Lemos deixou a Cedae em 2004 em meio à série de denúncias de irregularidades. No ano seguinte foi um dos alvos da CPI dos Correios.

2. (Portal de Notícias do Senado, 09/02/2006) A Sub-relatoria de Fundos de Pensão da CPI Mista dos Correios ouviu, nesta quinta-feira (9), dois ex-funcionários da Prece, fundo de previdência privada dos funcionários da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). Carlos Eduardo Carneiro Lemos, ex-gerente de investimentos, e Renato Guerra Marques, ex-presidente, procuraram justificar as perdas da Prece nos investimentos realizados durante sua gestão e negaram que suas nomeações tivessem motivações políticas. Parte do depoimento de Lemos transcorreu em caráter reservado. Os dois ex-funcionários trabalharam na Prece entre agosto de 2002 e janeiro de 2003, período em que Benedita da Silva (PT) foi governadora do Rio de Janeiro e Marcelo Sereno, ex-secretário de comunicação do PT, era seu assessor. Entre 2000 e 2005 a Prece teve perdas estimadas em R$ 309 milhões.

3. (Ex-Blog) Vale a pena reler os registros da CPI dos Correios em relação à PRECE. Há gente “grande” de hoje lá.

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PAPA FRANCISCO: “OS ENSINAMENTOS MORAIS E O DOGMA DA IGREJA NÃO SÃO EQUIVALENTES”!

1. O papa Francisco abriu a Igreja Católica para homossexuais, divorciados e para as mulheres que fizeram o aborto. “A religião tem o direito de exprimir sua opinião própria a serviço das pessoas, mas Deus na criação nos fez livres: a ingerência espiritual na vida das pessoas não é possível”.

(Globo, 20) 2. O Papa Francisco disse em uma extensa entrevista publicada em uma revista católica que a Igreja tem o direito de manifestar as suas opiniões, mas não pode interferir espiritualmente nas vidas de gays e lésbicas, expandindo seus comentários sobre um assunto que divide clérigos. O Pontífice criticou religiosos cada vez mais obcecados em pregar sobre o aborto, casamento gay e contracepção – e disse que escolheu não falar sobre isso.

3. Numa linguagem direta, Francisco afirmou que a Igreja deve ser “uma casa para todos”, e não “uma pequena capela” concentrada na doutrina, na ortodoxia e numa agenda limitada de ensinamentos morais.   “Não é necessário falar sobre essas questões todo o tempo”, disse o Pontífice ao reverendo Antonio Spadaro, jesuíta como o Papa e editor da revista “La Civiltà Cattolica”.

4. “Os ensinamentos morais e o dogma da Igreja não são equivalentes. O ministério pastoral não pode ser obcecado com a transmissão de uma gama de doutrinas desconectadas a serem impostas com insistência.”. “A Igreja algumas vezes se aferra a coisas pequenas, regras de mentes fechadas. O povo de Deus quer pastores, não clérigos que atuem como burocratas ou funcionários do governo.”

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QUEDA GENERALIZADA DE AUDIÊNCIA DOS TELEJORNAIS: 2013 x 2012!

(Ooops! – UOL, 17) 1. Um possível efeito da overdose de informação e noticiário presentes na internet pode já ter causado a primeira vítima “oficial”: o jornalismo na TV ou telejornalismo. Dados exclusivos obtidos pelo programa Ooops!, apontam que praticamente todos os principais telejornais da TV aberta brasileira amargam grandes perdas de ibope este ano, na comparação com o ano passado.

2. Os jornais até então considerados os mais “badalados” da TV brasileira, como o “Jornal Nacional”, da Globo, chegou a perder 12% de Ibope este ano, até 31 de agosto. O cultuado “Jornal da Band” também não ficou livre da perda de 12%. O pior resultado ficou com o “RedeTV! News”, que viu este ano quase metade de seu público desaparecer (41%; veja tabela abaixo).

3. Conheça a tabela completa.