DIALÉTICA ELEITORAL E COMUNICAÇÃO POLÍTICA!
1. A atração de pessoas, de fiéis, de eleitores e de audiência para uma ideia, uma causa, um movimento, um candidato ou uma mídia, cumpre sempre –desde os tempos bíblicos- a mesma lógica: a dialética proposta para marcar identidade e desconstituir o contrário. Deus e Diabo. Bem e Mal. Pobre e Rico. Justo e Injusto. Manter e Mudar. Seguro e Inseguro. Emprego e Desemprego. Capaz e Incapaz. Confiável e Inconfiável. Honesto e Desonesto. Moral e Imoral. Público e Privado. Verdade e Mentira. Com Autoridade e Sem Autoridade. E assim por diante.
2. A socióloga Kathleen Jamieson, principal pesquisadora norte-americana em Comunicação Política (“A Comunicação na Era Eletrônica”, “O que você pensa sobre política e por que você está errado”…), numa enorme pesquisa realizada nos anos 90 desde a Universidade da Pensilvânia, com 5 mil pesquisadores, estudou a memorabilidade das comunicações desde a eleição de John Kennedy até a primeira de Clinton.
3. Afunilou para os comerciais na TV, que era a forma que produzia maior impacto. Tabulou milhares de comerciais eleitorais e os subdividiu em três tipos: os Defensivos, os de Ataque e os de Contraste. Os Defensivos são aqueles em que um candidato ou um governo apenas trata de si, mostrando os seus logros e virtudes. Esses eram os de menor memorabilidade.
4. Os de Ataque produziam uma reação negativa ao serem vistos, mas depois a memorabilidade era bem maior que os Defensivos. Finalmente os de Contraste, onde se aplica a Dialética de Contrários. Esses –de longe- eram os que produziam a maior memorabilidade.
5. Na TV se vê isso com clareza nas “dramatizações” governo que erra/cidadão que reclama. Em entrevistas em estúdio com governantes respondendo a uma crítica, quando o âncora chama o repórter na rua e esse entrevista uma pessoa que sustenta a crítica, a derrota do entrevistado é inevitável. Da mesma forma a credibilidade dos apresentadores (as) de telejornais de grande audiência: raro político consegue “sobreviver” à “dramatização” do âncora.
6. As campanhas eleitorais nitidamente vitoriosas são aquelas que escolhem adequadamente a dialética que vão aplicar, de acordo com o clima de opinião, a identidade do candidato e os adversários que terá que enfrentar. Em geral, as campanhas vitoriosas de reeleição usam a dialética do manter/mudar/segurança/insegurança (que se reforçam). Os líderes populistas repetem sempre a dialética Pobre/Rico.
7. Os líderes religiosos a dialética de valores, Deus/Diabo (encarnado pelas ideias de seu adversário). Numa conjuntura economicamente adversa, a dialética Emprego/Desemprego. Os que querem Joaquim Barbosa presidente pensam na dialética moral/imoral/honesto/desonesto/confiável/inconfiável que se reforçam. Marina entra no campo Justo/Injusto, incluindo valores religiosos.
8. A dialética pobre/rico em várias eleições é usada por mais de um candidato. Em 2014, no RJ, será assim. Dilma, Aécio e Eduardo Campos não têm uma identidade que naturalmente incorpore uma dialética eleitoral. Por isso, mesmo com Lula como anjo da guarda, o segundo turno de 2010 foi tão difícil. E ainda terão que pensar uma dialética eleitoral onde consigam vestir seu adversário como polo negativo dela. Há tempo.
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PESQUISA NACIONAL CNI-IBOPE, MARÇO/2013!
1. Avaliação da Saúde. Desaprovam 67%. Aprovam 32%.
2. Segurança Pública Desaprovam 66%. Aprovam 32%.
3. Impostos: Desaprovam 60%. Aprovam 36%.
4. Mídia. Noticiário mais favorável 38%. Mais desfavorável 11%. Neutro 34%.
5. Comparação com Lula: igual 61%. Melhor = Pior = 20%.
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CENTRO DE PESQUISA PEW: 31% DEIXAM DE ACOMPANHAR NOTICIÁRIOS NOS EUA!
(Folha de SP, 19) 1. O corte de investimentos em reportagem nos EUA está afastando o público do noticiário, seja ele na TV, nas revistas, nos jornais ou nos sites, conclui um estudo anual publicado ontem pelo Projeto de Excelência em Jornalismo do Centro de Pesquisa Pew. Segundo o relatório “O Estado da Mídia em 2013”, as Redações de jornais no país cortaram seus quadros de funcionários em 30% entre 2000 e 2012. É a primeira vez, desde 1978, que os jornais dos EUA têm menos que 40 mil profissionais, estima o Pew. As redes de TV também diluíram o investimento em reportagens aprofundadas.
2. A queda de investimentos refletiu na qualidade do conteúdo e não passou despercebida ao público, alerta o Pew. “Tudo isso resulta em uma indústria [de mídia] que tem menos pessoal e menos preparação para descobrir notícias novas, cavar mais a fundo aquelas que já emergiram ou questionar a informação que entrega”, diz o relatório.
3. “Nossa pesquisa de opinião para esse relatório mostra que o público nota: quase um terço dos participantes, ou 31%, desistiu de acompanhar um veículo porque ele não fornecia mais as informações às quais as pessoas se acostumaram a receber.” São os mais velhos que mais abandonam o noticiário. Entre aqueles acima de 65 anos, o índice chega a 36%, ante 27% dos de até 29 anos.
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EXPORTAÇÕES DE ARMAMENTOS 2008-12 X 2003-07 CRESCERAM 17%!
(Stockholm International Peace Research Institute – Sipri- March 2013- ) 1. Aumento de 17% no período 2008-12 em relação a 2003-2007 (ver figura no item 4). Os cinco maiores exportadores no período de 2008-12 foram os Estados Unidos (30%), Rússia (26%), Alemanha (7%), França (6%), e China (5%). Esta é a primeira vez desde o fim da guerra fria que um estado de fora da Europa e América do Norte aparece entre os cinco maiores exportadores de armas: exportações da China cresceram 162% entre os períodos 2003-2007 e 2008-2012.
2. Os cinco maiores importadores em 2008-12 foram Índia (12%), China (6%), Paquistão (5%), Coreia do Sul (5%), e Cingapura (4%). O fluxo de armas para a Ásia e África aumentou notavelmente entre 2008-12 e 2003-2007, enquanto os fluxos para a Europa e Oriente Médio diminuíram. Entre as entregas a serem notadas em 2012 estão o comissionamento do primeiro porta-aviões da China e o recebimento pela Índia de um submarino Akula de propulsão nuclear da Rússia.
3. A partir de 18 de Março de 2013, o Banco de Dados de Transferências Armamentistas do SIPRI inclui informações recém-lançadas sobre transferências de armas durante 2012.
4. Conheça o quadro com os fluxos dos cinco maiores exportadores e importadores de armas.
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LIMA, PERU: VEREADORES CASTIGADOS NA REVOGATÓRIA!
A prefeita de Lima Susana Villaran, quando vereadora, aprovou uma lei de revogatória (recall) do prefeito por falha grave, decidida com assinaturas de eleitores. Nesse caso o plebiscito deveria decidir sobre o prefeito e todos os vereadores. Ocorreu uma repressão com mortes numa feira popular e o plebiscito apoiado por assinaturas foi convocado pela câmara municipal. Foi no domingo (17). Apesar das pesquisas contrárias, ela foi mantida no cargo por 51,4% contra 48,6%. Mas 21 vereadores foram destituídos: mais da metade.