AUMENTO DO IPK PERMITE A REDUÇÃO DO PREÇO DAS PASSAGENS DE ÔNIBUS!
1. A força das empresas de ônibus sobre o ambiente político no Rio é avassaladora, como nunca ocorreu. Várias das medidas adotadas pela prefeitura do Rio aumentam e muito o IPK.
2. O IPK é o Índice de Passageiros por Km. Ou seja, ônibus transportando mais passageiros, ao mesmo custo. Três medidas apontaram nesse sentido. a) O BRT, reduzindo amplamente o número de ônibus em linhas concorrentes. b) Os corredores de ônibus, atraindo mais passageiros com oferta de menor tempo de viagem. c) A proibição das Vans na Zona Sul, o que transfere diretamente passageiros para os ônibus.
3. O IPK vai diretamente ao lucro das empresas. Isso garante folga para reduzir as passagens, especialmente lembrando que o ISS caiu de 5% para 0,1% em 2010. Uma folga de, pelo menos, –pelo menos- 15%, segundo técnicos ouvidos, que pediram preservação da fonte. Esse Índice a Prefeitura tem através de pesquisa por amostragem. Se é que não interrompeu o registro desses semana passada, quando o número de passageiros de ônibus aumentou 80% e o número de ônibus circulando diminuiu 2%. Ou seja, um enorme aumento do IPK e uma margem generosa para reduzir o preço das passagens de ônibus.
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NEGOCIAÇÕES SOBRE TARIFA DE ÔNIBUS!
Como o movimento é mobilizado em Rede, os “negociadores” não têm poder de representação para decidir nada. Tem que retornar às Redes Sociais com as informações e deixar que elas debatam o que fazer. Não é simples. É muito difícil!
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MANUEL CASTELLS E OS INDIGNADOS BRASILEIROS!
1. Sociólogo espanhol, Manuel Castells esteve no Fronteiras do Pensamento 2013 para a conferência Redes de indignação e esperança. No preciso momento de sua fala no Teatro Geo (11/06), a Avenida Paulista era espaço de tensão entre a polícia militar e os manifestantes contra o aumento das passagens de ônibus. Questionado pelo público sobre o que estava acontecendo na cidade, Manuel Castells respondeu:
2. Todos estes movimentos, como todos os movimentos sociais na história, são principalmente emocionais, não são pontualmente indicativos. Em São Paulo, não é sobre o transporte. Em algum momento, há um fato que traz à tona uma indignação maior. O fato provoca a indignação e, então, ao sentirem a possibilidade de estarem juntos, ao sentirem que muitos que pensam o mesmo fora do quadro institucional, surge a esperança de fazer algo diferente. O quê? Não se sabe, mas seguramente não é o que está aí.
3. Porque, fundamentalmente, os cidadãos do mundo não se sentem representados pelas instituições democráticas. Não é a velha história da democracia real, não. Eles são contra esta precisa prática democrática em que a classe política se apropria da representação, não presta contas em nenhum momento e justifica qualquer coisa em função dos interesses que servem ao Estado e à classe política, ou seja, os interesses econômicos, tecnológicos e culturais. Eles não respeitam os cidadãos. É esta a manifestação. É isso que os cidadãos sentem e pensam: que eles não são respeitados.
4. Então, quando há qualquer pretexto que possa unir uma reação coletiva, concentram-se todos os demais. É daí que surge a indicação de todos os motivos – o que cada pessoa sente a respeito da forma com que a sociedade em geral, sobretudo representada pelas instituições políticas, trata os cidadãos. Junto a isso, há algo a mais. Quando falo do espaço público, é o espaço em que se reúne o público, claro. Mas, atualmente, esse espaço é o físico, o urbano, e também o da internet, o ciberespaço. É a conjunção de ambos que cria o espaço autônomo. Porém, o espaço físico é extremamente importante, porque a capacidade do contato pessoal na grande metrópole está sendo negada constantemente. Há uma destituição sistemática do espaço público da cidade, que está sendo convertido em espaço privado.
5. O que muda atualmente é que os cidadãos têm um instrumento próprio de informação, auto-organização e automobilização que não existia. Antes, se estavam descontentes, a única coisa que podiam fazer era ir diretamente para uma manifestação de massa organizada por partidos e sindicatos, que logo negociavam em nome das pessoas. Mas, agora, a capacidade de auto-organização é espontânea. Isso é novo e isso são as redes sociais. E o virtual sempre acaba no espaço público. Essa é a novidade. Sem depender das organizações, a sociedade tem a capacidade de se organizar, debater e intervir no espaço público.
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DATAFOLHA: PRESTÍGIO DOS PODERES CAI, PRESTÍGIO DAS REDES SOCIAIS CRESCE!
(Datafolha na Cidade de SP – Folha SP, 19) 1. Há dez anos, 51% dos habitantes da capital paulista achavam que o Executivo (Presidência e ministérios) tinha muito prestígio. Em 2007, o percentual caiu para 31%. Hoje, são apenas 19%. Essa década coincide com a administração do PT no Planalto –com Lula e Dilma. No caso do Congresso, a avaliação tem sido ruim: os que achavam que o Poder Legislativo não tem nenhum prestígio eram 17% em 2003. Agora, a taxa subiu para 42%.
2. Em 2003 havia apenas 22% dos habitantes da cidade de São Paulo que consideravam que essas agremiações não tinham nenhum prestígio. Agora, são 44%. No caso do Judiciário, 38% dos paulistanos achavam que esse Poder tinha prestígio em 2003. A taxa recuou em 2007 para 34%. Ontem o Datafolha registrou só 20%.
3. Na outra ponta da avaliação das instituições pesquisadas aparecem as Redes Sociais, que lideram com “muito prestígio” para 65% dos paulistanos. A imprensa vem a seguir com 61%. Em terceiro lugar está a Igreja Católica (35%). Quem tem mais de influência na sociedade? Redes sociais (72%) e Imprensa (70%) estão em primeiro lugar. Bem abaixo vêm Igreja Católica (34%) e Igreja Universal (32%).
4. Aumentou muito a parcela dos paulistanos que apoia os protestos contra o reajuste da tarifa de ônibus na cidade. Na quinta passada, 55% eram a favor das manifestações. Agora, são 77%. De maneira espontânea, 67% dos paulistanos disseram que o motivo que levou 65 mil pessoas a protestar anteontem em São Paulo foi o aumento no preço das passagens do transporte. Para 38%, a razão da marcha foi a corrupção. E 35% responderam que o protesto teria sido contra os políticos.
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NUNO PORTAS -URBANISTA PORTUGUÊS- E A PERIMETRAL DO RIO!
1. (Globo, 18) O senhor participou de um projeto, no governo Luiz Paulo Conde, para a orla do Centro. Qual era o plano para a Perimetral? Convencemos o município de que não valia a pena demolir. Porque um túnel também tem seus problemas. Por outro lado, tínhamos encontrado uma solução. A Perimetral ganharia uma espécie de proteção sonora dos carros em toda a sua extensão. Embaixo, teríamos bares com uma iluminação estudada em Barcelona, o que, à noite, daria vitalidade para a região. / Mas, agora, a Perimetral está sendo demolida. O custo de botar abaixo é o mesmo de fazer um novo. Eu deixaria em pé e faria essa experiência (de revitalização).
2. (Ex-Blog) Aproveitando a entrevista de Nuno Portas, lembre-se que ele desenvolveu um projeto de revitalização do corredor conhecido como SAS – Mem de Sá, Estácio de Sá e Salvador de Sá. Antes que esse prefeito destrua também esse corredor, conforme anunciou semana passada, seus assessores deveriam pedir ao IPP o projeto SAS de Nuno Portas e estudar.