18 de outubro de 2012

RIO-CAPITAL: POR QUE VEREADORES DADOS COMO CERTOS NÃO SE ELEGERAM?

1. Não foi apenas este Ex-Blog que avaliou a eleição de 2012 no Rio como fria e forneceu indicadores disso. A diretora do Ibope –Marcia Cavalieri- disse o mesmo em artigo na última semana de campanha. Gabeira, da mesma forma, em seu artigo mensal da semana passada no Estado de SP.

2. Todos os candidatos majoritários sabiam que a probabilidade de reeleição do prefeito era de 100%. Todos os demais buscaram se fortalecer politicamente para 2014. E não se trata de porcentagem de votos, pois isso desaparece da memória da enorme maioria dos eleitores dois dias depois. O deputado Chico Alencar, em 2010, teve 4 vezes mais votos que para prefeito em 2008.

3. Todas as pesquisas para Vereador acertaram em relação aos 4 primeiros, com nome, sobrenome e colocação. Mas todas marcaram vários nomes que não se elegeram. Uma deputada estadual, em discurso quinta-feira passada, culpou os eleitores. Outros culparam a performance de clubes de futebol. E assim por diante. Mas há razões que seria bom lembrar para não se culpar injustamente caras e fatos.

4. Todos os Institutos, uma semana antes da eleição, informaram que 50% dos eleitores não tinha candidato a Vereador. Na sexta-feira, antevéspera da eleição, o GPP informava que 40% dos eleitores não tinham candidato a Vereador. Esse alheamento é uma característica da temperatura da eleição. Como disseram os analistas: uma eleição fria.

5. Qual a resultante destes dois vetores: eleição fria e 40% sem candidato na véspera da eleição? Dedução simples. Os candidatos de opinião ou com voto espalhado, desconcentrado, crescem muito pouco em cima daqueles 40%. Crescem os candidatos locais ou de currais eleitorais ou de voto concentrado, e os candidatos de corporação centralizável.

6. Como não há “onda” (eleição fria de baixo multiplicador), aqueles ficam onde estavam nas pesquisas dos dias anteriores a eleição. Mesmo os candidatos localizados ou de curral não se espalham. Crescem no próprio local, mas não em bairros de fronteira, pelo peso do multiplicador. A vereadora mais votada em 2012, com 68 mil votos, tanto na eleição com reeleição de 2000 como na de 2004 obteve 100 mil votos pelo efeito multiplicador fora de seu núcleo.

7. Essa ausência de “onda” explica por que filhos de grandes comunicadores de rádio e TV, presidente do Flamengo, ex-jogadores, ex-dirigentes, corporação ou perfil de eleitor, diluídos, e até os dois puxadores dos principais candidatos a prefeito, etc., ficaram aquém do que ficariam numa eleição “quente”. E por que 90% dos 1.700 candidatos a vereador apenas chegaram à casa de mil votos ou menos.

8. E, também, por isso, nessa eleição, o impacto da  pré- “boca de urna” da última semana foi mínimo. Candidatos que tiveram menos votos que os  pré-“bocas de urna” que contrataram são exemplos que se contaram as dezenas, após a eleição.

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PORTAL TERRA (13) ENTREVISTA CESAR MAIA!

Terra: Qual vai ser seu papel, ex-prefeito, agora como vereador? O prefeito Eduardo Paes vai, por fim, ter oposição?

Cesar Maia: Vou defender e lutar pelo que defendi no Minuto da Verdade na TV (programa eleitoral do candidato na TV durante a campanha deste ano). A começar pela luta contra a privatização da educação e da saúde.

Terra: O que um vereador com nome de peso e conhecimento da cidade como o senhor pode fazer na câmara onde o prefeito tem maioria?

Cesar Maia: Minorias trabalham para fora. Maiorias trabalham para dentro. Ou seja, mobilizar opinião que constrói maioria na pratica.

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RIO! O CUSTO PÚBLICO DA REELEIÇÃO: +150% COM TERCEIRIZAÇÕES, OSs…!

(Ver. A. G. Vieira – Globo, 18) As transferências de impostos estaduais e federais (R$ 8 bilhões), (para a prefeitura do Rio), equivalem aos gastos com manutenção da máquina pública, pagamento de terceirizados, organizações sociais (R$ 8 bilhões) – um aumento de 24% em relação a 2012. Se comparado com 2008, aumento de 150%!!!!!!!!