COMO AS REDES MULTIPLICAM A IMPRENSA NA CAMPANHA ELEITORAL!
1. Suponhamos um jornal com 200 mil leitores. Pela multiplicidade de notícias, a menos que seja uma notícia continuada -tipo campanha- a memória das matérias é de curtíssimo prazo para todos aqueles que não estão fortemente envolvidos com o conteúdo dessa ou daquela, seja pela força da informação ou da emoção.
2. Suponhamos uma matéria que gere memória, mas cuja publicação ocorreu numa página interna. Apenas uma fração dos leitores -digamos 10%- a leu com atenção. Digamos 20 mil pessoas. Se essa matéria é de interesse eleitoral, com denúncias sobre um candidato majoritário, os militantes de seus adversários vão usar essa matéria contra aquele.
3. O poder difusor da internet em matérias políticas é muitas vezes maior em matérias negativas. Quando militantes de uma candidatura copiam a matéria com denúncias sobre seus adversários, iniciam um processo de multiplicação nas diversas redes que tem acesso. Quando são redes pequenas, a multiplicação das matérias depende dos momentos seguintes.
4. Quando são redes grandes, as matérias já partem com bases ampliadas e a partir dai vão ser multiplicadas. A força do multiplicador das notícias eleitorais impressas tiradas de páginas internas dos jornais e revistas depende do interesse das mesmas e dos pontos de deflagração. Portanto, seu impacto muda de acordo com essas duas variáveis básicas: interesse e deflagradores primários e secundários.
5. A velocidade de multiplicação aumenta muito quando está linkada a fotos/desenhos, com pouco texto, tipo a diagramação de charges. Claro, observado os dois vetores: interesse e deflagradores. Só que com potencial de multiplicação muito maior.
6. O uso dos vídeos tem fortíssimo potencial multiplicador, observados três vetores: interesse, deflagradores e o surpreendente/inusitado dos fatos em vídeos. Mas há uma restrição: o tamanho do vídeo. Quanto mais curto, melhor. Quando se aproxima ou passa de 3 minutos, ou o interesse e o inusitado do vídeo são muito fortes, ou tende a não ser visto até o final.
7. Nesse caso, se o impacto ocorre no final, o vídeo que vai além de 3 minutos perde muito, muito de seu potencial multiplicador.
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AVALIAÇÃO DE DILMA CONTINUA CAINDO: 32% DE OTIMO+BOM x 29% DE RUIM+PÉSSIMO!
(Datafolha/Veja Online, 18) A reprovação ao governo e a aprovação empataram, uma situação sempre temida pelos candidatos à reeleição: hoje, acham seu governo ótimo ou bom 32% dos entrevistados — há duas semanas, eram 35%. Consideram-no ruim ou péssimo, 29% (26 na pesquisa anterior). E os mesmos 38% o avaliam como regular. Dilma, definitivamente, não tem por que se alegrar.
Veja o gráfico desde 2011 até hoje.
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ENGARRAFAMENTO: “A VIDA FICA MENOR”!
(Cora Rónai, 17) 1. Eu adorava passear de carro! Quando estava sozinha e tinha uma folga no trabalho, saía de casa sem destino definido, e ia aonde o dia me levasse. Explorava ruas que não conhecia, subia ladeiras, rodava por Santa Teresa, pela Muda, pelo Grajaú. Havia sempre uma surpresa interessante pelo caminho, uma casa simpática, uma árvore bonita. O Centro, engarrafado desde sempre, era um dos poucos lugares que não me atraíam: era impossível passear de carro onde o trânsito exigia tanta atenção.
2. Na sexta-feira retrasada peguei um táxi em frente de casa, na altura do Corte de Cantagalo, para ir à Fonte da Saudade — uma corrida boba que, normalmente, leva cerca de dez minutos, e custa uns R$ 12 ou R$ 13. Pois levei uma hora e meia e paguei R$ 40. Em vários momentos tive vontade de descer do carro e seguir a pé, mas fazia um calor insuportável, eu estava com uma roupa pouco apropriada para derreter ao sol e, além disso, seria covardia abandonar o motorista sozinho com o prejuízo.
3. Na segunda-feira passada tive que ir à Barra. A corrida, se é que se pode chamá-la assim, levou duas horas. O percurso, que antes me dava tanto prazer, há tempos se tornou um suplício; hoje só vou à Barra por absoluta necessidade, e faço o que posso para que essa necessidade seja cada vez menor. Não há comércio, restaurante ou espetáculo que justifique tanto tempo perdido.
4. O horrendo trânsito do Rio, que já ultrapassou São Paulo como cidade mais engarrafada do Brasil — e que ostenta o tristíssimo título de terceira cidade mais engarrafada do mundo — acaba com a alegria de qualquer um. Não é só o tempo perdido, o estresse sem fim; ficamos cada vez mais confinados aos nossos bairros, perdemos o prazer de percorrer e de descobrir a nossa cidade. A vida fica menor.