A RESISTÊNCIA POLÍTICA ÀS REDES SOCIAIS!
1. Quando as redes sociais convocaram manifestações nas ruas –a partir da África do Norte e depois Madrid, Barcelona, Paris e Nova York- as oposições, em cada caso, comemoraram. Mas quando movimentos a partir das redes sociais passaram a participar das eleições e obtiveram vitórias expressivas, como o MV5 Estrelas (25% e o mais votado para a câmara de deputados) na Itália e outras regionais com os partidos piratas na Suécia e na Alemanha, construiu-se espontaneamente uma espécie de convergência entre os partidos de direita e de esquerda, condenando as redes sociais como anarquistas, fascistas, antipolíticas e outros ismos a mais.
2. Importantes líderes dos partidos tradicionalmente estabelecidos, pelo mundo todo, têm feito fortes críticas ao uso político das redes sociais. E confundem tudo. Deviam saber que sempre que um movimento originado nas redes sociais se aventura como partido político, seu destino é a desintegração. Afinal, um partido político é uma organização com hierarquia e regras, ao contrário das redes sociais, que são horizontais e desierarquizadas. Partidos e corporações estão atemorizados: não controlam mais as ruas, não sabem com quem negociar nas redes.
3. O crescimento das redes sociais e sua importância não afeta a democracia representativa pois –por definição- atua em campo paralelo. Pode incomodar, produzir em momentos crescimento da abstenção e votos nulos, desgastar políticos, etc. Mas sua natureza não compete com a atividade parlamentar e ainda se abre para que os parlamentares as frequentem sem pretensões de dirigismo.
4. Se não afeta a democracia representativa, afeta e muito a democracia direta corporativa (sindicatos, associações…). Esta tende a ir perdendo importância para a democracia direta eletrônica das redes sociais, de natureza inversa das corporações. No Brasil, um só partido –o PT- tem significado parlamentar e base corporativa fortalecendo-se com a democracia direta corporativa. Nesse sentido, apenas o PT deveria estar preocupado com as redes sociais. E está. E muito.
5. Ataca-as de duas maneiras. Uma, qualificando-as como fascistas e outros ismos. E elas são exatamente o contrário dos ismos, que são –por natureza- centralizados e centralizadores. Outra, tentando entrar nas redes para induzi-las e orientá-las com suas palavras de ordem. Se fazem isso como organização por indução central, estão fadados ao fracasso nas redes.
6. Se o fazem através de seus militantes espontaneamente, estarão nas redes, mas serão absorvidos pela lógica delas e em breve seus militantes mudarão de natureza e resistirão ao centralismo do partido, do sindicato ou da associação.
7. Como esse é o início de um processo, em vez do açodamento atual, seria bom não se precipitarem. E os partidos significativos e exclusivamente parlamentares –que são todos os brasileiros com exceção do PT- deveriam exultar com as redes sociais, pois elas irão desmontando progressivamente a democracia direta corporativa.
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CAMPANHA PRESIDENCIAL E MÍDIA SOCIAL!
(Fernando Rodrigues – Folha de SP, 18) Na política do século 21, a necessidade mais primária é conectar-se diretamente aos eleitores. Aparecer no “Jornal Nacional” é importante. Para chegar à Presidência da República pode ser pouco. Também é postiço criar perfis pessoais em redes sociais e mandar assessores no seu lugar para dialogar com os internautas. Os milhares de eleitores conectados percebem. Quem não interage se isola.
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SOCIÓLOGO CONVIVE COM POPULAÇÃO DE RUA NO RIO E MOSTRA A AÇÃO BÁRBARA DA PREFEITURA DO RIO !
(Entrevista de Paulo Magalhães, sociólogo do IETS, ao Globo, 18) 1. Na sua opinião, qual é o pior momento para eles? R- O choque de ordem que acontece a partir de meia-noite, com as vans da Secretaria municipal de Assistência Social, que passam metendo bronca, mesmo. Recolhem eles e levam tudo que eles têm embora, suas preciosidades. Isso eu não vi, mas eles dizem que apanham muito lá dentro.
2. E qual foi o momento mais difícil para você durante o processo? R- Senti medo no hotel (hotéis do governo, que abrigam a população de rua). É uma loucura, rola porradaria entre eles, é um ambiente super depressivo. Acompanhei a chegada deles nesse abrigo, para onde são levados até as 22h. Recebem uma sopa rala e vão para os quartos, completamente separados de seus grupos. Para se ter uma ideia, o porteiro fica numa cela, por segurança. O clima é de tensão absoluta, eles não confiam uns nos outros, acham que vão ser roubados. Não é como a rua. Esses lugares não servem para acalmá-los, muito pelo contrário.
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ALEMANHÃ PÓS-MERKEL! A SUCESSORA!
1. Analistas políticos europeus estão chamando a atenção para Ursula von der Leyen, que acaba de ser nomeada Ministra da Defesa. Não é a política típica da CDU. Mãe de sete filhos, ginecologista, começou a sua carreira política apenas aos 42 anos – algo nada comum na Alemanha. Aos 55 anos, é uma das mais populares políticas do país. O Ministério garante atenção pública e um papel simpático como “mãe dos soldados” a Ursula von der Leyen – apesar de algumas reações iniciais terem questionado a escolha de uma mulher para “comandar as tropas”.
2. Por outro lado, tem uma estrutura complexa, com 33 bilhões de euros de orçamento, e apresenta uma série de desafios, não sendo o menor deles a presença de 3400 militares alemães no Afeganistão (cuja retirada está prevista para 2014). Thomas de Maizière, também apresentado como um potencial sucessor, quase caiu em desgraça quando era ministro da Defesa (agora passou para o Interior) por causa de um projeto de construção de drones de 660 milhões de euros.
3. A revista Der Spiegel tanto diz que Ursula von der Leyen é “finalmente a princesa herdeira”, quanto sugere que o cargo da Defesa a deixa num “assento ejetável”. Von Der Leyen tem, no entanto, fama de ser alguém que resolve problemas, diz a revista. “Até agora nunca teve de usar a palavra derrota.”. Uma das mais recentes vitórias foi, aliás, contra a própria Merkel. Enquanto ministra do Trabalho, Von der Leyen desafiou abertamente a chanceler, contrariando a sua opinião em relação às quotas para mulheres nos conselhos de administração das empresas. Venceu e, embora o combate tenha deixado marcas, conseguiu que, após ter rejeitado a pasta da Saúde, a chanceler a escolhesse para uma pasta ainda mais relevante.
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CAPITAIS PERDEM PARTICIPAÇÃO NO PIB! 2009 x 2011!
(IBGE) 2009 x 2011 / S. Paulo 12% x 11,5% / Rio 5,4% x 5,05% / Brasília 4,1% x 3,97% / Curitiba 1,4% x 1,4% / Belo Horizonte 1,4% x 1,33% / Manaus 1,3% x 1,23% / Porto Alegre 1,2% x 1,1% / Fortaleza 1,0% x 1,01% / Salvador 1,0% x 0,94%