A CRISE CRIA NOVOS PARTIDOS NA EUROPA! AVANÇA A ANTIPOLÍTICA! A “INTERNACIONAL ANARQUISTA”!
1. Os políticos sêniores europeus e os politólogos esbravejam contra a onda de populismo na Europa, a mais tradicional referência da democracia ocidental no pós-guerra. Acusam líderes populistas de ganhar prestígio com propostas demagógicas em função da crise. Mostram preocupação com o recrudescimento do nacionalismo radical, de triste memória na Europa dos anos 30.
2. Em vez de atacar os efeitos, deveriam se perguntar sobre as causas. Afinal, a crise desde 2008 não é produto do populismo ou da demagogia. E os remédios aplicados algumas vezes têm reconstruído o quadro social do século 19. As soluções pela esquerda afundaram a socialdemocracia europeia, a ponto da expressão –socialista- produzir desgaste em vários casos. A Internacional Socialista quer mudar de nome. Está desagregada. A bancada socialista (socialdemocrata) no parlamento europeu nunca esteve tão descoordenada.
3. Os partidos cristão-democratas, liberais e conservadores –integrados no PPE –partido popular europeu- venceram agora a quarta eleição seguida e ocupam todos os cargos relevantes da União Europeia. As receitas que propõem são muitas vezes amargas e, ao aprofundar em alguns países a crise, abrem espaço ao populismo. A corrupção política dá o tempero e é a ordem do dia na Espanha, por exemplo.
4. O caso mais grave é o da Grécia. O Syriza –coalizão de esquerda radical- lidera as pesquisas para as eleições gerais de fevereiro de 2015 e se coloca como o próximo governo. Os partidos tradicionais -Nova Democracia e Pasok- colapsaram. Em 2012, o Syriza já havia alcançado 26% dos votos. As pesquisas dão ao Syriza mais de 10 pontos de frente neste momento. A dívida externa da Grécia cresceu, nestes 4 anos, de 124% do PIB para 175%. O desemprego permanece em 27% e entre os jovens mais de 50%.
5. Na Espanha o “Podemos” lidera as pesquisas. Tem um ano de vida e se justifica tendo como origem os “indignados” e as redes sociais. Na Itália o MV5 (Movimento 5 Estrelas), de um comediante de TV e também impulsionado pelas redes sociais, venceu a última eleição parlamentar com 25% dos votos e continua crescendo. O presidente Giorgio Napolitano (90 anos) avisa que vai renunciar, antecipando o calendário eleitoral.
6. Na França, o debacle do presidente Hollande do Partido Socialista abriu caminho para Frente Nacional de Marine Le Pen, que passou a liderar as pesquisas, acentuando seu discurso nacionalista. No Reino Unido, o nacionalista UKIP deixou para trás os liberais-democratas e hoje ocupa a terceira posição em intenção de voto com 14%.
7. O separatismo –derrotado por pouco em plebiscito na Escócia-, aquecido por um plebiscito não autorizado na Catalunha, vai estimulando novos casos –como Veneza que quer voltar a status de antes da Unificação Italiana no século 19. E legitima casos graves –também de base nacionalista- como o separatismo na Ucrânia.
8. No conjunto, constroem um quadro inimaginável na Europa fundadora, desde o século 19, da política orgânica, programática e ideológica. Neste momento, o alvo são os partidos e os políticos: é uma forte onda de ANTIPOLÍTICA. De certa maneira é uma refundação do anarquismo (Bakunin…) do século 19, nas condições do século 21. Na última reunião da IDC –Internacional Democrata de Centro- em Cabo Verde, quando se discutia a situação das Internacionais político-partidárias, um deputado espanhol ironizou, dizendo que a Internacional que mais cresce hoje é a Internacional Anarquista, contra os partidos e os governos.
9. Aliás, populismo e antipolítica já têm forte expressão na América Latina, impulsionados pela crise do final dos anos 90 e lastreados, depois, pela corrupção. Os políticos e analistas brasileiros que fiquem atentos.
* * *
DESTAQUES NA CÂMARA DE VEREADORES NA SESSÃO DE 13/11/2014!
1. Vereador Renato Cinco. 1.1. O Brasil já é um dos países que mais reprime no mundo. Vejam só: nós temos a 4ª população carcerária do planeta. Perdemos para os Estados Unidos, para a China, para a Rússia, e depois somos nós. E dos três países que nos vencem, em números absolutos de presos, o único que tem uma população menor do que a nossa é a Rússia. Nós somos a 4ª, mas nós seremos a 3ª — aliás, já somos a 3ª em números relativos de pessoas presas, porque a gente ganha da China. A China tem 1,3 bilhão de habitantes e tem 1,6 milhão de presos — isso dá 0,11% da população encarcerada. O Brasil tem 0,26% da população encarcerada. O que eu estou querendo dizer é que os dados do Brasil demonstram claramente: aumentar o encarceramento e aumentar as execuções não diminui a violência.
1.2. Vamos aos números: em 1990, havia 90 mil encarcerados no Brasil. Hoje, são 549.577 encarcerados. Nesse período, a população brasileira cresceu 36%, e a população encarcerada cresceu 403%, só que a taxa de homicídio é igual. É 28,9 lá atrás, 29 agora, 26 ontem. A taxa de homicídio varia sempre crescendo, e varia pouco. Não há queda. Esse encarceramento todo do Brasil não fez cair nenhuma taxa da violência. Os roubos cresceram, a violência contra a pessoa cresceu. Os homicídios — o pior dos crimes — cresceram nesse período, mesmo com todas as execuções sumárias e com todo o encarceramento.
2. Vereador Reimont. 2.1. A reestruturação na DICOR, pretendida pelo Banco do Brasil, que envolverá a GECEX – Gerência de Comércio Exterior, centralizando seus serviços operacionais em São Paulo, Belo Horizonte, e Curitiba, trará aspectos negativos na cidade do Rio de Janeiro. Perderemos um setor relevante como a GECEX, trazendo, ainda, prejuízo aos funcionários com as transferências de cidade, bem como perdas salariais. AS GECEX auxiliam as empresas em sua gestão, visando a torná-las aptas a exportar seus produtos para outros países, além de fomentar a competitividade, qualificar empresas e trazer geração de emprego. O modelo antigo da GECEX contava com quatorze unidades pelo Brasil.
2.2. A GECEX- Rio de Janeiro era responsável, sozinha, pela contratação de 30% dos contratos nacionais, mais de ¼ do total. Foram mais de 75 bilhões em contratos só de janeiro a setembro deste ano. Mais de 10 bilhões de reais em financiamentos a importação e a exportação. O Rio perde economicamente, socialmente, culturalmente. O montante em impostos gira em torno de 30 milhões por mês. Esse processo de reestruturação é contra as políticas nacionais de melhoria das condições de trabalho e desenvolvimento político, social e econômico. Traz um retrocesso social para os trabalhadores, o que requer a suspensão imediata de todos os processos de reestruturação considerando que faltam garantias aos trabalhadores, além de desapossar a cidade desse setor no que tange ao quantitativo de exportações existentes na cidade do Rio de Janeiro.