ANTIPOLÍTICA E PÓS-POLÍTICA! O FIM DA HISTÓRIA E O FIM DA GEOGRAFIA!
(Iván de la Nuez – El País, 05) 1. O pós-político pensa a sociedade a partir do fim das ideologias. O antipolítico quer recuperar o debate ideológico, mas suspeita de sua representação nos parlamentos, ou na política partidária. O pós-político aponta seu alvo, sempre, para o poder (que é o Estado e, ainda mais, as elites financeiras ou midiáticas). O antipolítico despreza os acertos com o governo ou com a representação parlamentar. O pós-político parece saber de que forma canalizar o seu desprezo, e o antipolítico não parece ter encontrado a chave para organizar o seu descontentamento.
2. Vamos dizer que a pós-política está na origem da crise e a antipolítica é parte de seu resultado. Para a pós-política, qualquer coisa é possível neste sistema; o antipolítico está convencido de que nada é possível dentro desse sistema. Na verdade, a pós-política poderia ser entendida como uma época em que a cultura recicla os movimentos sociais para convertê-los em projetos estéticos. A antipolítica inverteu essa tendência: agora são os movimentos sociais, as manifestações, a revolta em si, que parecem influenciar a politização da cultura.
3. Vale reconhecer que, pelo menos como tendência, se a pós-política esvazia de conteúdo as instituições democráticas, a antipolítica pretende prover a praça pública de base política. O pós-político se utiliza dos partidos; o antipolítico prefere os movimentos. O pós-político aposta na tecnologia para multiplicar o poder econômico e financeiro. A antipolítica usa a tecnologia para subvertê-la a favor da mobilização. Um lado da moeda mostra um volume de negócios sem precedentes (o dinheiro virtual também multiplica exponencialmente a magnitude da crise). O outro lado mostra a possibilidade de uma economia, uma democracia e uma cultura que tentam operar em código aberto.
4. A pós-política é uma forma de governar baseada no “fim da história”, proclamada por Fukuyama. A antipolítica está mais imersa no que Paul Virilio descreveu como “o fim da geografia”, em linha com o encurtamento das distâncias provocada pela Internet. A pós-política necessita do controle dos meios de comunicação, a antipolítica, da expansão das redes sociais…
5. Pós-política e antipolítica travam sua batalha sobre as ruínas da socialdemocracia. A primeira, com seu ataque persistente sobre a condição econômica do Estado do bem-estar; a segunda, a partir de uma crítica geracional e cultural que rejeita a moderação, os pactos intransigentes e uma linguagem patrulhada pela correção política. Mais e mais, a partir de ângulos opostos, nos deixam convencidos de que a política – sem-prefixos – não pode continuar como antes. Também a questão sobre o futuro desta democracia cheia de rachaduras a que estamos presos e a incerteza de não saber se estamos testemunhando a sua regeneração inadiável ou a seu colapso definitivo.
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ONU DIVULGA O IDH 2012 DE 186 PAÍSES: BRASIL FICOU EM 85º!
1. A ONU divulgou os dados atualizados do IDH para 2012. Noruega, Austrália, Estados Unidos, Holanda e Alemanha têm os cinco IDHs mais altos do mundo: 0,955 a 0,920.
2. O país latino-americano melhor colocado foi o Chile em 40º lugar com 0,819. Brasil ficou em 12º lugar na América Latina com 0,730. Pela ordem: Chile (40), Argentina (45), Uruguai (51), Cuba (59), Panamá (60), México (61), Costa Rica (62), Granada (63), Trinidad-Tobago (68), Venezuela (71), Peru (77), BRASIL (85), Jamaica (86), Equador (89), Colômbia (91), Rep. Dominicana (97), Suriname (105), El Salvador (107), Bolívia (108), Paraguai (111), Guiana (118), Honduras (120), Nicarágua (129), Guatemala (133).
3. Fecham a fila: Burkina Fasso (IDH 0,343), Chade, Moçambique, R. Democrática do Congo e Níger (IDH 0,304).
4. Tabela e Gráfico.
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FRANCISCO: “O APÓSTOLO DO ORIENTE”! A GRANDE REVANCHE!
1. Não há dúvida que a inspiração do Cardeal Bergoglio, ao escolher seu nome de Papa, foi Francisco Xavier, cofundador da Companhia de Jesus, jesuíta como ele. Paulo e Francisco Xavier foram/são os mais importantes evangelizadores da Igreja Católica em todos os tempos. Paulo na Síria, Ásia Menor e Grécia. Francisco na Índia, na China e Japão.
2. A escolha de um Papa Jesuíta foi também a grande revanche, mais de 250 anos depois, à expulsão dos Jesuítas de Portugal, Espanha e França.
3. (Gerson Camaroti – G1, 14) Cardeais da Ásia e da África despejaram votos em Bergoglio.
Sabe-se agora que além dos purpurados da América Latina, muitos cardeais da África e da Ásia despejaram seus votos no então cardeal argentino Jorge Mário Bergoglio. O Blog apurou que esses votos foram fundamentais para consolidar a candidatura do arcebispo de Buenos Aires desde o primeiro escrutínio. Os votos do italiano Angelo Scola diminuíram rapidamente nos escrutínios seguintes. “Sem fortes candidatos, os africanos e asiáticos passaram a apoiar Bergoglio, que representava a mudança”, revelou uma fonte do Vaticano.
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ONU DIZ QUE BRASIL É O ÚLTIMO DA AMÉRICA DO SUL EM ANOS DE ESCOLARIDADE!
1. Brasil além de ser o último dos países sul-americanos em anos de escolaridade, ainda é o penúltimo em adultos alfabetizados, estando apenas na frente do Peru.
2. Entre os 12 países, Brasil é oitavo na proporção da população com ensino médio ou mais. Evasão escolar na educação fundamental, o Brasil também é o último (24% contra 2,6% do Chile e 6,2% da Argentina).
3. Conheça a tabela.
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POLICIAIS DA UPP DO COMPLEXO DO ALEMÃO DIZEM QUE ESTÃO “ACUADOS” PELO TRÁFICO! VENDA DE DROGAS “CONTINUA A TODO VAPOR”!
(Extra, 14) 1. Um dia após policiais da unidade Parque Proletário, no Complexo da Penha, afirmarem ao EXTRA que têm medo de ataques do tráfico na favela, ontem 18 soldados das UPPs do Alemão, da Fazendinha, da Baiana e da Nova Brasília—todas no Complexo do Alemão — afirmaram que bandidos circulam armados e afrontam os policiais nas vielas das comunidades. — Está difícil trabalhar aqui. Estamos acuados. Os ataques a policiais acontecem quase todo dia na Nova Brasília — conta um praça.
2. De acordo com os policiais, as situações das últimas semanas lembram os tempos em que o estado não estava presente nas favelas. Há três semanas, uma van da UPP do Alemão foi atacada e perfurada por tiros de pistola. Para combater os criminosos, (segundo os praças, aumentou o número de bandidos nas favelas desde a ocupação policial das favelas de Manguinhos e do Jacarezinho, em outubro de 2012), a polícia precisa lidar com problemas de infraestrutura. —Às vezes, falta fuzil para alguém. Há uma semana, meu fuzil travou no meio do tiroteio — contou um policial da UPP do Alemão.
3. É unânime, entre os policiais ouvidos, que as áreas da região mais hostis às UPPs são Nova Brasília, no Complexo do Alemão, e Parque Proletário e Vila Cruzeiro, na Penha. Segundo PMs da Vila Cruzeiro, tiroteios são diários na Rua Vinte e Nove. Em 22 de fevereiro, a unidade foi atacada por bandidos de moto e um praça foi baleado.
4. Vivemos um dilema: se prendemos algum bandido ou tentamos inibir a venda de drogas, que contínua a todo vapor no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro, a represália é certa. Há três semanas, prenderam dois traficantes na Vila Cruzeiro; depois, não dava para andar à noite, nem lá nem aqui no Alemão e na Nova Brasília. Agora, se temos que subir na favela de madrugada, vamos em grupos de três a seis pessoas, não mais em duplas. A verdade é que temos medo.