POLÍTICA, MERCADO E CAPITAL ACUMULADO!
1. É da natureza da política que a popularidade dos políticos seja volátil. Às vezes por razões objetivas e às vezes por razões subjetivas. E em prazos os mais diversos: Pedro I, Deodoro, Getúlio, Sarney, FHC, etc., apenas para citar alguns ‘presidentes’. Essa volatilidade se dá nos dois sentidos. Ou seja: popularidade que vira rejeição e rejeição que vira popularidade. Antes se sabia pela voz das ruas. Agora, além dessa, pelas pesquisas de opinião.
2. Isso deve levar os políticos a sempre ter esperança na baixa e nunca pensar que a alta é permanente. E, claro, não deixar que essa volatilidade ocorra ao sabor dos ventos. Eles devem intervir para suavizar a baixa, reduzir seu prazo e sair dela para uma nova alta.
3. A política é diferente da economia. Na economia -na alta- as empresas podem acumular capital, acumular recursos e acumular patrimônio. E na baixa, desde que as perdas sejam inferiores ao capital acumulado, este pode cobri-las, tranquilizando os credores e acionistas e projetar um futuro de alta, graças à impulsão do capital acumulado.
4. Na política, num momento de baixa, não há capital acumulado para cobrir as perdas. Uma aprovação de 60% hoje, não cobrirá uma rejeição de 40% amanhã. Seus credores/eleitores -em geral- têm a certeza que o político “já era”. E, num momento de alta, os políticos que pensam que é para sempre, serão os menos preparados e, aí sim, o afundamento pode ser definitivo. Mas os que –olhando para a história- entendem essa volatilidade terão “capital acumulado” para cobrir as perdas, entendendo esse “capital acumulado” como experiência, conhecimento, talento e paciência.
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ONDA DE SAQUES NO BOLSA-FAMÍLIA FOI O PRIMEIRO SINAL DA FORÇA DAS REDES SOCIAIS!
1. Em 27 de maio de 2013, este Ex-Blog analisava: “O pânico e a mobilização relativos ao caso Bolsa Família/CEF, além de serem investigados pela Polícia Federal, para identificar eventual promotor, devem estimular pesquisadores de opinião pública a estudar o processo que levou a mensagens –provavelmente deflagradas para smartphones- terem produzido essa enorme mobilização. Se foi assim, esse é o primeiro caso no Brasil de um multiplicador via redes sociais ter produzido tamanho efeito. Um caso novo (talvez no mundo), pois o público atingido de baixa renda não é o característico das redes sociais. O multiplicador horizontal é o que deve despertar o maior foco dos pesquisadores. Uma vez deflagrado o processo verticalmente –e dado que o uso de smartphones, incluindo, claro, os celulares mais simples, que são de uso generalizado no Brasil- os pontos alcançados se encarregaram de multiplicar solidariamente para seus pares cadastrados no bolsa-família. Como o bolsa-família tem concentração espacial entre comunidades de baixa renda, da mesma forma, o boca a boca, aumentou o multiplicador.”
2. Em 13 de julho de 2013, a Folha de SP publicou matéria. “A Polícia Federal concluiu que não houve crime na onda de boatos que provocou pânico entre beneficiários do Bolsa-Família em maio, contrariando a versão inicial do governo, que sugeriu a existência de uma ação orquestrada por trás dos rumores. Após quase dois meses de investigação sobre a origem dos boatos, a PF concluiu que eles surgiram de forma “espontânea” e foram “fruto de um conjunto de fatores desassociados”, de acordo com o relatório final do inquérito. A onda de boatos ocorrida em maio levou milhares de pessoas em todo o país a sacar o benefício ao mesmo tempo. Sem dinheiro para todo mundo, algumas agências da Caixa foram depredadas.”
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EXECUTIVO CONFRONTAR O LEGISLATIVO NUNCA FOI TÁTICA ADEQUADA!
(Dora Kramer – Estado de SP, 14) 1. Desde o dia 24 de junho, quando a presidente Dilma Rousseff foi à televisão tentar responder aos protestos, raro o dia em que o governo não criou uma crise. A cada tentativa de apagar o fogo acendeu um novo foco no incêndio. Justiça seja feita, é de se admirar tanta competência na arte de fazer inimigos, não influenciar, afugentar e irritar pessoas. Com a ajuda do PT e dos conselheiros a quem dá voz e ouvidos, a presidente saiu comprando brigas em série. Todas as soluções apresentadas resultaram em problemas maiores.
2. O de potencial mais danoso para o Executivo é o atrito com o Legislativo. Há provas de sobra na História de quem sai perdendo na briga do mar contra o rochedo: Getúlio Vargas saiu da vida, Jânio Quadros renunciou e Fernando Collor voltou à Casa da Dinda. O Congresso sofre um processo de desgaste profundo e acelerado e é nisso que Dilma e companhia parecem apostar quando escolhem transferir os prejuízos aos combalidos partidos.
3. Não bastasse a proposta de Constituinte exclusiva sem consulta a ninguém, muito menos ao escrito na Constituição, não fosse suficiente o ardil do plebiscito inexequível, o novo homem forte do governo veio a público oficializar o confronto. O ministro Aloizio Mercadante disse em espantosa entrevista à Folha de S. Paulo que o Congresso iria “pagar caro” junto à população por ter recusado a proposta do plebiscito para fazer a reforma política.
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BRASIL: BAIXO CRESCIMENTO ESTRUTURAL! ECONOMIA DEVE CRESCER 1,8% EM 2013!
(Persio Arida, trecho da entrevista ao Estado de SP, 14) 1. Lamentável constatar isso, mas nossa realidade hoje é de baixo crescimento estrutural. Os sinais são claros. O crescimento da massa salarial perdeu o vigor, a geração de novos empregos é cadente, o crédito em bancos privados como proporção do PIB já está constante há um ano. A expansão de crédito é feita pelos bancos públicos, que obviamente seguem uma orientação governamental. Isso é mais preocupante quando se leva em conta que a política fiscal é expansionista e a taxa de juros estava baixa. Significa que nem dando muito gás a economia está crescendo.
2. Com certeza vamos crescer abaixo de 2%. Algo em torno de 1,8%.
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COMÉRCIO CHINA – VIETNÃ!
1. O comércio entre China e Vietnã vem-se desenvolvendo em progressão geométrica. Em 2000, os dois governos fixaram para 2005 a meta de US$ 5 bilhões, que foi atingida já em 2003. A meta fixada para 2010, de U$10 bilhões, foi superada em 2006. As trocas totais mais que duplicaram em três anos, de cerca de US$ 20 bilhões em 2009 para US$ 41 bilhões em 2012.
2. Entre 1998 e 2008, o comércio bilateral cresceu à taxa média anual de 39,8%. Apesar do intenso ritmo de crescimento e dinamismo do comércio bilateral, a especialização vietnamita como fornecedor de produtos agrícolas e minerais tenderia a forjar relação altamente desigual, com aspectos semicoloniais. Há ainda, com fator negativo, o desequilíbrio desse intercâmbio (as exportações vietnamitas para a RPC alcançaram US$ 12 bilhões, enquanto que as exportações chinesas foram de US$ 29 bilhões).