LAVA JATO, ASSIM COMO NO MENSALÃO, ENCONTRA CONEXÃO COM AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE!
1. Com amplo impacto de opinião pública no caso do “Mensalão”, Marcos Valério e suas duas agências de publicidade (DNA e SMP&B) estavam no centro das operações. O depoimento de Duda Mendonça, da agencia DM9, durante a CPI que investigou o “Mensalão”, informou, mostrando a conta no exterior, o número e o valor do que recebeu da campanha de no exterior ilegalmente.
2. Agora, em mais uma etapa da operação “Lava Jato”, outra vez uma agência de publicidade (Borghi Lowe) está no centro das operações em casos da CEF, Ministério da Saúde, BR Distribuidora e BNDES.
3. Está na hora do CONAR ir além do conteúdo da publicidade das agências, mas da própria ética das agências de publicidade em relação ao setor público. Esses casos citados ganharam grande publicidade. Mas a prática é bem mais ampla, especialmente a de receber por propaganda dos governos além do que caberia e depois realizar a campanha eleitoral de seu partido. Às vezes de forma invertida: faz a campanha eleitoral e depois passa a ser umas das principais agências da publicidade governamental.
4. (Folha de SP, 11) 4.1. Alvo da nova fase da Operação Lava Jato deflagrada nesta sexta (10), a empresa de publicidade Borghi Lowe recebeu R$ 112,8 milhões do Ministério da Saúde desde 2011, segundo o governo federal. Em nota sobre a operação, o ministério informou que decidiu pela “imediata suspensão dos pagamentos à agência”, contratada por licitação em 2010. O órgão comunicou ainda que criou uma comissão de sindicância para averiguar a legalidade do contrato.
4.2. A agência também mantém contrato com a Caixa Econômica Federal. Procurado, o banco informou que fará uma investigação interna, mas não deu detalhes do negócio. O site especializado “Meio & Mensagem” informou que a agência também presta serviços à Petrobras Distribuidora e ao BNDES e se encontra “entre as cinco maiores do mercado brasileiro”.
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JAMAIS, NOS EUA, HOUVE UMA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL EM QUE OS PERSONAGENS IMPORTASSEM TÃO POUCO QUANTO SERÁ A DE 2016!
(Paul Krugman – UOL, 13) 1. Jamais houve um momento na história dos Estados Unidos em que os supostos traços pessoais dos candidatos importassem menos que agora. Ao nos encaminharmos a 2016, os dois grandes partidos estão bastante unidos quanto às grandes questões de política pública –e essas posições unidas estão bem distantes uma da outra. O imenso e substantivo espaço que separa os partidos será refletido nas posições políticas de quem quer que eles venham a indicar, e quase certamente será refletido nas políticas que virão a ser adotadas pelo eventual vencedor.
2. Como é que os partidos se afastaram a esse ponto? Os cientistas políticos sugerem que a resposta tem muito a ver com a desigualdade de renda. À medida que os ricos enriquecem ainda mais, se comparados a todas as demais pessoas, suas preferências políticas caminham para a direita –e isso arrastou o Partido Republicano ainda mais nessa direção. Enquanto isso, a influência do dinheiro grosso sobre os democratas pelo menos se erodiu um pouco, agora que Wall Street, furiosa com a regulamentação do setor financeiro e os modestos aumentos de impostos adotados, desertou em massa do partido. O resultado é um nível de polarização política que não se vê desde a guerra civil.
3. Comentaristas políticos que se especializam em cobrir personalidades e não questões rejeitarão a asserção de que sua área de conhecimento em nada importa. As pessoas que se dizem centristas buscarão um território comum que na verdade não existe. E como resultado ouviremos muitas afirmações de que os candidatos na verdade não querem dizer aquilo que afirmaram. No entanto, haverá uma assimetria na maneira pela qual essa suposta distância entre retórica e realidade será apresentada.
4. Você provavelmente deve ter percebido que tenho medo dos próximos 18 meses, que estarão repletos de sonoras declarações e fúria, significando nada. Uma coisa é certa: Os eleitores dos Estados Unidos terão uma escolha real a fazer. Que o melhor partido (ideias cristalizadas) vença.