AMÉRICA LATINA: OS FALSOS PROFETAS –POPULISTAS- TERMINARAM DESINTEGRANDO!
1. “Governar é fazer crer”, dizia Maquiavel. As lideranças míticas, sejam políticas, sociais ou religiosas, se afirmam por dois caminhos distintos. De um lado, os líderes cuja autoridade se afirma como guias de seus povos. São os detentores da legitimidade pelas ideias que conduzirão seus povos ao paraíso. Perón e Vargas são exemplos.
2. Outras lideranças legitimam a sua autoridade pela ausência. Representam divindades. O que os legitima está ausente deles, está em outro plano. Padre Cícero, no Ceará, e Santa Dica, em Goiás, são exemplos. Maria de Araújo, beata de padre Cícero, em transe, ao meio de milagres, conversava com os anjos.
3. Santa Dica, em transe, ia até a “corte dos anjos” e voltava com as orientações a serem seguidas. Padre Cícero elegia e elegeu-se. Santa Dica elegeu seu companheiro. O monopólio da legitimação pela ausência trouxe e traz conflitos inter-religiosos. A autoridade legitimada pela ausência não é restrita à esfera religiosa. Líderes políticos, em diversas épocas, ao se incluir no universo dos deuses, assim se legitimavam. Ramsés 2º, Júlio Cesar e Hirohito são exemplos.
4. Em outros, a própria nação é uma divindade. Agitam com símbolos milenares, cenografia e coreografia relativas. Representam essa divindade-nação ausente. Hitler (a raça germânica superior) é um caso. Outras vezes, essa divindade é um autor cujas ideias são estruturadas como dogmas. A legitimação pela ausência se refere a eles e a suas ideias.
5. O líder é quem representa essas ideias da forma mais autêntica. Marx foi usado assim. Depois vieram as suplementações de legitimação derivada: leninismo, stalinismo… Outro tipo de legitimação da autoridade se dá pela contra-ausência. Ou seja, uma ausência que coloca em risco o país e exige a delegação de todos ao líder. O “perigo vermelho” foi usado assim, legitimando líderes e ditadores. “O imperialismo ianque”, idem.
6. Mas há um tipo de liderança mítica que se parece com a do tipo guia dos povos. Apenas se parece. Na verdade, legitima-se também pela ausência. O povo, em abstrato, passa a ser uma divindade. Um povo amalgamado que incorpora todos os valores de fé, justiça e de esperança. E de dentro desse amálgama surge o líder, que é ele, o próprio povo, encarnado em sua pessoa, como redentor.
7. As lideranças míticas são desintegráveis pelo fracasso, pela desmistificação (falsos profetas), pela força ou por outros tipos de líderes míticos. Num regime democrático, a força se exclui. Quando a alternância acontece em uma conjuntura de sucesso, a desmistificação não é tarefa simples.
8. Com isso contaram tantos caudilhos latino-americanos nos últimos anos. Mas quando o ciclo mudou, veio a crise. E a liderança mítica deles –o Povo como divindade- fez ele ressurgirem como Falsos Profetas. Foram desintegrados pelo fracasso. Chávez em primeiro lugar.
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“AGORA EU É QUE PRECISO DOS CONSELHOS DO RODRIGO”!
(Blog Lauro Jardim – por Guilherme Amafo, 14) 1. Cesar Maia estava cabreiro ontem à noite, horas antes da votação ainda do primeiro turno. Dizia que, aos 71 anos, sabia que o melhor seria esperar o resultado antes de cantar vitória. Mesmo tendo assistido a tudo do Rio de Janeiro, Cesar foi citado por Rodrigo no discurso antes da votação final, quando ele contou que pisou na Câmara pela primeira vez em 1988, com o pai constituinte, e no discurso da vitória, em que o primeiro a quem o novo presidente da Câmara agradeceu foi a Cesar.
2. No começo desta madrugada, perguntado sobre que conselho daria ao filho, disse Cesar: — Conselho, eu já dei em 1998 e ele lembrou no discurso. Agora eu é que preciso de conselhos do Rodrigo.