14 de janeiro de 2013

RAZÕES DE POPULARIDADE PRESIDENCIAL (BRASIL) E IMPOPULARIDADE (CHILE)!

1. A economia brasileira cresceu menos de 1% em 2012 e a inflação foi de quase 6%. A economia chilena cresceu 6% em 2012 e a inflação foi de 1,5%. A popularidade da presidenta do Brasil é de 56% e de Lula ainda maior. A do presidente do Chile é de 31%. A popularidade da ex-presidente Bachelet, 60%. Razões foram debatidas dentro do seminário promovido pela FAES/PP-Espanha em Santiago do Chile nos dias 10 e 11/01/2013.

2. “Programas não ganham eleições, nem dão popularidade. O fundamental é que o eleitor perceba que há um ‘Relato’, um ‘Projeto’ por trás dos fatos, que imprima esperança”. Uma vez, Brizola explicando a sua popularidade na época dizia que não é essa e aquela ações de governo que explicam a popularidade, mas a percepção pela população que se trata de um processo que vai continuar. Num seminário em 1996 onde se comparava Brizola e Montoro, um analista disse que se Montoro fizesse quase tudo num local, os moradores reclamavam do que não foi feito. E no caso do Brizola –quando fazia pouco em um local, os moradores o aplaudiam e diziam que ele faria o resto.

3. Popularidade é também sensação de proximidade, de identidade, de confiança e não só façanhas econômicas. Só um desastre econômico, uma tragédia econômica, seria mais forte.

4. No dia 10 de janeiro, nas grandes manifestações em Caracas pró-Chávez, uma jornalista do El País (ES) foi perguntando aos manifestantes, aleatoriamente, o que afinal Chávez tinha feito por essa pessoa. A grande maioria das respostas foi: Me deu uma Pátria. Explicar essa resposta como populismo é um equívoco. Há um “relato” por trás. Venezuela com toda a demagogia, inflação, com toda violência, com toda desintegração macro e microeconômica, não é mais percebida como subúrbio de Miami pela maioria das pessoas. Isso conta.

5. O Globo (13) apresentou uma pesquisa feita pela UFRJ sobre avaliação das pessoas sobre suas situações. Uma pergunta é a mais importante para se entender o que foi dito atrás. Pergunta-se como as pessoas se sentem em relação há 5 anos e como acha que estarão 5 anos na frente. O ideal seria fazer a comparação com a vida de seus pais no passado e de seus filhos no futuro.

6. Isso foi feito em pesquisas. Até 2006 a resposta da maioria é que na época de seus pais se vivia melhor e que seus filhos talvez vivam no futuro pior que eles. Isso mudou de 2006 para cá. Na pesquisa UFRJ 69% responderam que vivem melhor que há 5 anos e 80% que em 5 anos mais viverão melhor que hoje. Os números dos economistas não projetam isso em relação ao futuro, nesse prazo.

7. Relato, projeto, proximidade, identidade, confiança…, são elementos que não se traduzem em taxas de PIB, Juros ou Inflação. Exigem dos políticos e suas equipes uma análise que os economistas profissionais ainda não sabem fazer. A oposição tem um ano e meio ainda para isso. Depois…

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BRASIL DE DILMA PERDE PARTICIPAÇÃO EM INVESTIMENTO ESTRANGEIRO!

(Folha de SP, 14) 1. Segundo dados da consultoria EPFR, especializada em fluxos de investimento, o percentual do portfólio de fundos de ações especializados em mercados emergentes investido no Brasil caiu de 16,7% no fim de 2009 para 11,6% em novembro, o patamar mais baixo desde 2005.

2.  O país também vem perdendo espaço nos fundos globais de ações. A fatia desses fundos investida no país chegou a ficar acima de 2% no início de 2012, mas recuou para 1,2% no fim do ano, menor nível desde o fim de 2008. No caso dos fundos de ações focados em América Latina, a exposição ao Brasil caiu: de uma média superior a 65% do total dos recursos administrados em 2010 e 2011 para 56,6% em novembro.

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CIDADE DA MÚSICA: O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO!

1. O extraordinário arquiteto francês Christian de Portzamparc, que no início da atual prefeitura sofreu ofensas de todo tipo do próprio prefeito e de vereadores, tem matéria especial no caderno ELA do Globo (12). Chamada de Capa, foto destacada no ELA e matéria mostrando seu êxito e identidade com o Rio.

2. (Caderno ELA – Globo, 12) O arquiteto das Artes. O arquiteto Christian de Portzamparc é quase um menino do Rio. Mora em Ipanema, anda no calçadão todo dia, vai à praia no Arpoador e está pensando em se organizar para passar pelo menos seis meses por ano no Brasil. Autor do polêmico projeto da Cidade das Artes, reinaugurada no início do mês, ele ganhou em 1994, aos 50 anos, o prêmio Pritzker, o Oscar da arquitetura. Foi o primeiro francês e o mais jovem, na época, a entrar para o rol da fama da arquitetura mundial, que já premiou os brasileiros Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha.

3. Veja a capa do Globo e do Caderno ELA e a matéria correspondente.

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ATÉ O “THE NEW YORK TIMES” EXALTA A CIDADE DA MÚSICA!

(Globo, 12)  “A cidade tropical, talvez mais famosa por seu hedonismo carnavalesco, caminha para se tornar um centro cultural mais sofisticado”, escreveu o jornal. O texto — assinado por Seth Kugal, jornalista que contribui para o “Times” dividindo sua vida entre São Paulo e Nova York — cita a recente inauguração da Cidade das Artes e a expectativa pela chegada da Casa Daros, em Botafogo, e dos museus de Arte do Rio e do Amanhã, na Zona Portuária.

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PMs DAS UPPs NO RIO SÃO FORMADOS EM APENAS 3 MESES!

(Luiz Eduardo Soares – Folha de SP, 13) A União deveria supervisionar a educação e formação dos policiais. Hoje estes pontos são decididos de modo autônomo pelas instituições de cada Estado. Temos situações como a dos policiais contratados para as UPPs, no Rio, que estão sendo capacitados em três meses. Três meses mesmo para quem nunca foi policial? Sim. É inacreditável.

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SÍRIA: RESUMO DA OPINIÃO DE ESPECIALISTAS DO ORIENTE MÉDIO EM SEMINÁRIO RECENTE!

1. Não há qualquer perspectiva de solução para o conflito na Síria, pelo menos nos próximos seis meses. As duas partes em confronto estão num estado de relativo equilíbrio de forças sobre o terreno. Essa é a opinião do enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, El Brahimi. /  Os EUA, que estão procurando retirar suas tropas do atoleiro afegão, não admitem envolver-se militarmente na Síria. /  As demais grandes potências ocidentais (Reino Unido, França, Alemanha e Itália), debaixo de sérios problemas econômicos,  não se mostram dispostas a investir numa aventura sobre o território sírio, repetindo a experiência na Líbia. / Bashar al-Assad continua recebendo importante ajuda militar e assistência financeira não apenas da Rússia, mas, sobretudo do Irã e do Iraque. Conta com forças armadas bem treinadas e bem equipadas, de 350 mil ‘homens’.

2. A coligação da oposição síria, que ainda não logrou integrar-se de modo pleno, está sendo alimentada por contribuições financeiras importantes da Arábia Saudita e do Catar. As deserções de oficiais sírios têm sido estimuladas por vultosas indenizações concedidas pela Arábia Saudita (por exemplo, um General desertor recebe US$ 15 milhões). O reino saudita separou US$ 14 bilhões para todas as ações na Síria. / Bashar al-Assad, ‘preso’ dentro de um círculo de altos dirigentes alauitas: não pode desertar, aceitando com sua família o confortável exílio num país estrangeiro. Se tentar a deserção, todos serão mortos. Assim, teve de recusar até mesmo uma oferta de US$ 200 milhões, que lhe foi apresentada para Arábia Saudita para compensar sua marcha para o exterior.

3. Parece cada dia mais nítida a possibilidade da desintegração territorial da Síria, com formação de enclaves para os alauitas (liderado pelo próprio Bashar al-Assad), os curdos e os xiitas. / Há o risco também crescente e, com essa desintegração, assumirem um protagonismo ainda maior os djadistas (islamitas extremistas). Isso preocupa alguns países da região, como a Turquia e o Egito. /  Há um consenso generalizado de que, cessado o conflito na Síria, será necessária a ocupação de seu território por uma força internacional, com pelo menos 180.000 soldados.