2014-PRÉ-CAMPANHA ELEITORAL: TRADIÇÃO MINEIRA E TRADIÇÃO DE ESQUERDA!
1. Há duas escolas políticas claramente definidas em relação ao processo de chegada ao poder. Ambas têm o tempo como fator chave. Numa nada se antecipa e o tempo deve ir mostrando o que fazer até o limite da decisão a ser tomada. Noutra o tempo deve ser previsto, antecipando cenários e se agir já. No Brasil, a primeira é percebida como política mineira e a segunda como política de esquerda.
2. De certa maneira –paradoxalmente- a expressão maior da política mineira foi Getúlio Vargas e a revolução de 30 é expressão disso. Ele foi o último a entrar (Getúlio de Lira Neto). Na biografia de Napoleão, de André Maurois, ele lembra que, até a chegada ao poder, Napoleão dizia: “A chegada ao poder deve aprender a nada prever. Avançar dia por dia”.
3. A política de esquerda, no acesso ao poder, tem como patrono Lenin (Estado e a Revolução), que entendia o processo gradual como oportunismo. Ou como traduzido por Geraldo Vandré (Pra não dizer que não falei de flores): “Esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
4. Trazendo para a conjuntura política pré-eleitoral brasileira, com vistas a 2014, se identificam claramente esses dois processos e um a mais, híbrido. Na comemoração dos 10 anos no poder do PT, Lula foi claro: fez a hora e antecipou cenários e o processo eleitoral. Curiosamente, FHC, com raízes na esquerda, fez o mesmo com Aécio.
5. Mas Aécio tem raízes na política mineira em seu avô Tancredo Neves e em Getúlio, do qual seu avô foi ministro da justiça. E é da escola que dá tempo ao tempo e que só decide quando não houver mais tempo a dar. A lógica da política mineira é como se sempre fosse possível surgir um fato novo ou na citação de Bonaparte por Mauroir: nada prever e avançar dia a dia.
6. Mas há um tertius –Eduardo Campos- que tenta entrar pelo meio. Faz campanha e diz que não faz. Antecipa o tempo e diz que ganha tempo até 2014. Com isso, consegue provocar a desconfiança de ambos os lados. Ou como dizem os deputados sêniores: na política não há bobos. E as políticas mineira e de esquerda passam a agir contra ele na mesma frequência, limpando o campo para que o tempo ensine ou limpando o campo o sabendo adversário.
7. Assim se abre a eleição de 2014. Dois vetores tradicionais e um que tenta ser a mediana.
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NOSSO PORTUGAL EM CRISE PROFUNDA!
(Mário Soares – Diário de Notícias, 12) 1. Os portugueses não vão esquecer-se, por muito tempo, da manifestação do dia 2 de março, um misto de profunda tristeza e de enorme desespero. Como se Portugal estivesse para desaparecer do mapa e a Democracia, herdada do 25 de Abril – e do 25 de Novembro – se estivesse a perder definitivamente. Realmente, o Governo, em silêncio absoluto, como se nada se tivesse passado. O Povo e os milhares de desempregados empobrecidos e muitos obrigados a emigrar não contam nada para o Governo, que os ignora como se não existissem. Portugal é, há muitos séculos, um país independente – dos mais velhos da Europa, com as mesmas fronteiras – e está, com o atual Governo, a perder a independência, tornando-se um protetorado dos mercados usurários e dos tecnocratas da troika.
2. Poderia ser de outra maneira? É claro que podia, se o Governo não fosse um fiel da austeridade e não ignorasse a recessão e o flagelo do desemprego, ao contrário do que prometeu na campanha eleitoral. Resultado: o Governo – sob a tutela do ministro das Finanças – falhou sempre, enganou-se em tudo e continua a falhar. E Passos Coelho não tem qualquer estratégia e continua todos os dias a empobrecer o País e a vender a retalho – e mal – o nosso patrimônio.
3. Sabemos que a crise financeira, econômica, ética e política é gravíssima e muitos Estados da Zona Euro têm vindo a perder o norte. Dou um exemplo: as taxas de desemprego: 26,2% em Espanha, 25,4% na Grécia e em Portugal já passámos os 17%. A verdade é que todas as previsões do Governo têm sempre sido revistas em baixa: PIB, desemprego, consumo, investimento e o mais que se sabe. Há hoje 930 mil desempregados e 200 mil chamados inativos, que nem sequer entram nas estatísticas. Mas não esqueçamos os cem mil emigrantes anuais que nos estão a abandonar. O investimento político e privado está a descer, significativamente, bem como as exportações. Tudo vai mal.
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CHÁVEZ, A OPOSIÇÃO E A MÍDIA!
(Clarín, 11) Antonio Pasquali, ex-diretor de Política de Comunicação da Unesco. “No âmbito dos impressos –jornais e revistas- que não é o mais relevante porque não somos uma sociedade de leitura, a oposição predomina. Mas o governo ganhou a batalha pela hegemonia no campo da TV e do Rádio, comprando, chantageando, fechando ou impondo-lhes acesso ao digital, às emissoras de Rádio e TV, criando um império governamental de 6 canais de TV, dezenas de emissoras de Rádio e umas 350 comunitárias, de estrita obediência ao regime. O satélite é basicamente empregado pela CANTV para levar a informação do governo gratuitamente aos mais afastados rincões do país, aonde não chegava sinal algum.”
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NÚMERO DE DIAS PARA ELEGER O PAPA, DESDE 1903!
PAPA PIO X (1903): Duração do conclave: 5 dias / PAPA BENTO XV (1914): Duração do conclave: 4 dias / PAPA PIO XI (1922) Duração do conclave: 5 dias / PAPA PIO XII (1939): Duração do conclave: 2 dias / PAPA JOÃO XXIII (1958): Duração do conclave: 4 dias / PAPA PAULO VI (1963): Duração do conclave: 3 dias / JOÃO PAULO I (1978): Duração do conclave: 2 dias / JOÃO PAULO II (1978): Duração do conclave: 3 dias / PAPA BENTO XVI (2005): Duração do conclave: 2 dias.