ELEIÇÕES E VOLATILIDADE DA OPINIÃO PÚBLICA! ELEIÇÃO PRESIDENCIAL 2018!
1. Nos últimos anos, as pesquisas eleitorais divulgadas mostram números que muitas vezes ficam longe do resultado eleitoral. Independente de inversão ou não dos números, a diferença proporcional entre as intenções de voto e o voto tem sido significativa.
2. Partindo do princípio que as pesquisas dos institutos de maior qualidade e tradição representam a opinião dos eleitores em cada momento, não há nenhuma razão para que após as eleições a decisão de voto tomada tenha sustentabilidade no tempo.
3. O regime parlamentarista, pela flexibilidade que incorpora, pode corrigir essa variação num período maior.
4. Mas o regime presidencialista não tem essa flexibilidade, e a inversão da opinião pública pode produzir forte desgaste dos governos e crises políticas, como se tem visto mundo afora.
5. O sistema eleitoral é muito menos volátil no voto distrital puro, como no Reino Unido e nos Estados Unidos. O voto proporcional é muito mais volátil, especialmente nos dias de hoje. E muito mais na medida que essa volatilidade ocorre entre os partidos e até na existência dos mesmos, como na Itália e Espanha, recentemente, para citar apenas 2 exemplos de democracias amadurecidas. E Europa Central e América Latina em geral.
6. Os Institutos de Pesquisa têm explicado essas diferenças entre tendências nas pesquisas e resultados, afirmando que, cada vez mais, os eleitores deixam para a última hora suas decisões.
7. Poder-se-ia supor que entre as pessoas menos informadas ou menos ligadas ao processo político e eleitoral, a volatilidade tenderia a ser maior.
8. Mas em 2018, na campanha pré-eleitoral brasileira para presidente, isto ocorre entre os eleitores mais bem informados e mais conectados ao processo eleitoral, pois os resultados podem atingi-los.
9. Por exemplo, a “XP Investimentos” tem realizado sondagens mensais com investidores institucionais: 204 agora no início de junho. Num período de 30 dias ou pouco mais, a sondagem da XP Investimentos mostrou uma enorme variação nas resposta sobre “quem será o vencedor da eleição presidencial de 2018?”.
10. Em abril, Alckmin tinha 48% e nos dias 4/5 de junho 31%. Bolsonaro, em abril, tinha 29% e no início de junho 48%. Ciro Gomes tinha, em abril, 1% e agora no início de junho 13%. São números e diferenças enormes num espaço tão curto de tempo e entre pessoas das mais bem informadas, qualificadas e interessadas.
11. A sondagem da XP Investimentos, com essa gigantesca volatilidade em 30 dias, sugere que, mais do que nunca, as pesquisas de opinião serão apenas sinalizadores e que a decisão final do eleitor virá em cima da urna. Acompanhem sem ansiedade.