13 de janeiro de 2016

TRANSIÇÃO E PÓS-TRANSIÇÃO: QUAL O JOGO A SER JOGADO EM 2018?

1. Este Ex-Blog, anos atrás, comentou casos que em processos de transição política, de forma aparentemente surpreendente, o líder responsável por esta mesma transição desmonta eleitoralmente na eleição seguinte. Lembramos dois casos destacados de forma ampla pela imprensa e pelos analistas: Adolfo Suarez, o condutor da transição espanhola à democracia e Ulysses Guimarães, o condutor da transição brasileira à democracia.

2. Qual a razão do fracasso rotundo, abismal desses dois grandes líderes na eleição que se seguiu à transição democrática, e de outros? A explicação mais comum dos analistas é que de tal forma os líderes da transição à democracia estavam tão natural e inexoravelmente envolvidos no processo, que quando a transição culmina, a memória do eleitor grava não só a força política que será expelida pela transição, como a força política que ganhou protagonismo e destaque ao impulsionar a mudança. É como se fosse uma moeda e suas duas faces.

3. Esta introdução deve nos levar a pensar em profundidade o processo político brasileiro atual. A primeira pergunta é: Trata-se de uma transição? A resposta a ser dada é SIM. Quem transformou uma natural alternância democrática em transição, em mudança, foi o PT, ao afirmar a continuidade de seu projeto como algo necessário e inevitável para o interesse dos mais pobres e do país.

4. Essa afirmação convenceu muitos e se manteve assim, como um pensamento hegemônico, durante mais de 10 anos, desde 2002 até meados de 2013, quando as manifestações -espontâneas e massivas- desintegraram esta lógica. A partir daí, a alternância passou a ser mudança e a dinâmica política passou a ser de transição a um “novo” regime de democracia econômica, política, social e ética.

5. A questão que se coloca é: Que forças serão jogadas para fora do tabuleiro nessa transição? O PT, obviamente. O PMDB, provavelmente. E que força de oposição? Provavelmente aquela que mais destaque consegue, seja pela presença maior de seus líderes, pela própria cobertura que faz a imprensa, construindo um sistema binomial inexistente. Inexistente pois a pulverização da Câmara de Deputados é mostra disso, com 28 partidos e onde aquele de maior bancada -o PT- não chega a 15% dos parlamentares.

6. A suave oposição do PSDB talvez explique os cuidados que tem tido nessa transição, de forma a não se atracar de tal forma com o PT que produza um abraço de afogados. Numa lógica política de personagens, como a nossa, a dinâmica dessa transição tenderá a afogar personagens e exaltar personagens. Não é difícil indicar os nomes dos personagens que se afogarão nessa transição. Também não é difícil sugerir nomes de personagens da oposição que correm sérios riscos para 2018.

7. Alguns políticos mais experimentados avaliam este quadro e sentem que os espaços para se lançarem como os personagens pós-transição está aberto, deixando os personagens da transição para trás. Seria até irresponsável destacar afirmativamente esses personagens, até porque a volatilidade da política brasileira não permite fazê-lo seriamente.

8. Mas alguns políticos já sentiram que o jogo é esse e que se propõe a jogá-lo para liderar na eleição de 2018 a pós-transição. Talvez, por isso, Marina Silva, Ciro Gomes e Álvaro Dias, todos eles com forte carisma a seu modo, já se anteciparam nesse processo. Marina quer derrubar a chapa Dilma-Temer e, com isso, se apresentar como candidata a eleição já e a reeleição em seguida. Ciro Gomes foi para o PDT como candidato a presidente. Álvaro Dias foi para o PV como candidato a presidente.

9. Isso não garante competitividade deles, mas sinaliza que esse é o jogo que -assim- será provavelmente jogado, com estes ou outros nomes.

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ENERGIA EÓLICA AVANÇA NO BRASIL!

(Maria Cristina Frias – Folha de S. Paulo, 11) 1. A instalação de parques de energia eólica foi recorde no ano passado no Brasil. No total, foram 111 inaugurações, um aumento de 15% em relação a 2014, quando passaram a funcionar 96 centrais. A capacidade instalada de energia incorporada ao sistema foi de 2,75 gigawatts, 10% a mais do que em 2014. Na soma, a capacidade é a mesma que seria gerada por uma hidrelétrica de grande porte, afirma Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica, a associação do setor.

2. O investimento para a expansão dos parques eólicos em 2015 foi de R$ 19,25 bilhões.  O custo de cada novo megawatt de energia eólica fica entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões, diz Horst Kesselmeier, diretor da Statkraft, empresa de capital norueguês.   Hoje a empresa tem um parque de 57 máquinas em operação que gera 100 MW, mas um novo está nos planos para 2016, com capacidade de 30 MW, na cidade de Brotas de Macaúbas (BA). O principal risco para os investimentos são eventuais atrasos nas construções de linha de transmissão de energia, segundo o executivo.

3. 6,2% é o quanto a eólica representa da matriz elétrica do país.

4. Ranking.