SETOR DE SERVIÇOS DERRUBA ECONOMIA!
(O Estado de S. Paulo, 11) O volume de serviços prestados na economia brasileira caiu em junho e foi inferior em 2,3% ao patamar observado em dezembro de 2018. Com o recuo de 1% entre maio e junho apontado na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais os resultados pouco expressivos do comércio varejista e ruins da indústria, a retomada da economia está prejudicada.
O quadro foi negativo mesmo descontando o efeito calendário: entre junho de 2018 e junho de 2019, o volume de serviços caiu 3,6%. O recuo é maior do que se justificaria pelo fato de que junho de 2018 teve dois dias úteis a mais. Este fator, isoladamente, seria compatível com um recuo de 2,9% no mês, avaliou o gerente da PMS, Rodrigo Lobo.
A fraqueza do segmento de serviços aparece tanto no curto como no longo prazo. A receita nominal caiu 1,1% entre maio e junho e cresceu apenas 0,4% entre os meses de junho de 2018 e de 2019, bem inferior à taxa oficial de inflação de 3,37% em igual período.
A retração do volume entre maio e junho foi registrada nas cinco atividades pesquisadas, sendo mais intensa nos serviços de informação e comunicação (-2,6%).
Na comparação entre junho de 2018 e junho de 2019, o melhor resultado apareceu nos serviços prestados às famílias (+5,7%), mas, em igual período, o item transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio caiu 10,9%. Este indicador foi pressionado, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços, pelos maus resultados do transporte rodoviário de carga, aéreo de passageiros, operação de aeroportos, gestão de portos e terminais e transporte rodoviário coletivo de passageiros.
Os resultados regionais também foram ruins, inclusive em São Paulo. Entre maio e junho deste ano, houve queda de serviços em 19 das 27 unidades da Federação pesquisadas. Entre os meses de junho de 2018 e de 2019, a queda foi observada em 20 unidades da Federação.
O setor de serviços representa cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) e tem, portanto, grande influência na atividade econômica. Em junho, segundo os economistas do Banco Itaú, o PIB caiu 0,7%, influenciado por serviços e indústria. A recuperação da economia brasileira tende a ser fraca e expectativas melhores ficam transferidas para o futuro.