13 de agosto de 2013

JACQUES SÉGUÉLA, CABRAL E DILMA!

1. Jacques Séguéla -publicitário francês, destaque na comunicação política- foi o assessor de imagem de François Mitterand. Seu livro sobre essa experiência (La parole de Dieu) faz um contraponto com a escola americana de marketing político. A começar pela orientação para que o governante apareça para a mídia e mergulhe, em movimentos alternados. Ele diz que a aparição continuada é como a exposição ao sol e traz queimaduras políticas de segundo e até terceiro graus. Em outra passagem ele diz que “A cena política parece –mas é diferente da cena teatral. Nessa, o ator muda de personagem e continua a produzir emoções. Na cena política, não, ao contrário”.

2. Num momento de desgaste político o recomendável é seguir Séguéla e evitar a exposição continuada. Dilma e Cabral escolheram o caminho norte-americano, a exposição continuada, ou como aconselha Dick Morris (publicitário de Clinton na reeleição): “Todo dia é dia de eleição”. O provável, segundo Seguelá, no caso aqui, agravado pelo momento de desgaste de imagem de ambos, é que a exposição continuada produza queimaduras de segundo e terceiro graus.

3. Mais grave é o caso de Cabral. Ele resolveu mudar de personagem: de soberbo para humilde. O publicitário que o aconselhou a isso em breve será demitido. A cena política é diferente da teatral, conforme Séguéla. Político não é ator. Mudar de personagem é não produzir emoções e ainda ser exposto à crítica, ao ridículo e ao deboche.

4. Dilma pode até manter as queimaduras de segundo grau de sua rejeição optando pela exposição continuada. Mas Cabral terá –com certeza- queimaduras de terceiro grau e sua sobrevivência política inviabilizada. As redes sociais já começam a ironizar a mudança de personagem.

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BRASIL: POBRES “CRESCEM” DE 13,9 MILHÕES PARA 29,6 MILHÕES!

(Globo, 13) Novos critérios (renda, escolaridade, posse de bens duráveis, acesso a serviços públicos, entre outros, num conjunto de 35 indicadores) fizeram crescer a parcela dos pobres e extremamente pobres. Pelo modelo — que será usado a partir do ano que vem por empresas de pesquisa e publicidade para dirigir estratégias de venda — há um incremento de 13,94 milhões de brasileiros (7,3%), para 29,6 milhões (15,5%), na base da pirâmide social. São pessoas que, com renda média familiar de R$ 854 (melhor que na classificação vigente), têm pouco acesso a bens duráveis e serviços públicos, além de menor escolaridade. Cerca de 60% desse estrato social têm apenas até três anos de estudo. E o número de banheiros por domicílio não chega a um.

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LA NACION (11) DIZ QUE ‘NATURA’ É UM EXEMPLO QUE INSPIRA A AMÉRICA!

1. “Vamos optar por somar a força dos mercados à autoridade dos ideais universais. Vamos optar por conciliar a energia criativa da iniciativa privada com as necessidades dos mais desfavorecidos e as exigências das futuras gerações”, disse em 1999, ao assinar o Pacto Global, o então secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

2. Quase uma década e meia depois, a Natura, uma empresa da América Latina, foi capaz de consolidar um modelo de negócio que integra esses valores. A empresa brasileira de venda direta de cosméticos apresentou um lucro líquido de 861 milhões de reais em 2012 e, segundo afirma, investiu 73,2 milhões de reais em sustentabilidade.

3. Foi fundada em 1969 com a ideia de criar um modelo de negócio de perfumes baseado na variedade de recursos naturais no Brasil. Em 1999, expandiu-se com a compra da empresa Flora Medicinal e chegou a ter 270 mil vendedores diretos. Hoje são 1,5 milhão de consultoras e 7.000 colaboradores. Além disso, a empresa tem 4.700 fornecedores e 100 milhões de consumidores.

4. Já em 1980, figurava como a primeira empresa mais admirada nesse segmento do Brasil e a segunda no mercado como um todo. No entanto, com o lançamento da linha de produtos Ekos, buscou integrar sua estratégia de responsabilidade social corporativa à estratégia de negócios da empresa.  A Natura incluiu todas as partes interessadas (comunidades que vivem nas margens do rio Amazonas, ONGs, agências governamentais e universidades) na estratégia de negócios e criou alianças com eles.

5. A empresa também reorganizou sua cadeia de valor, de acordo com a sua nova filosofia. Recrutou a Cognis, que já vinha trabalhando com ONGs que controlavam a extração de recursos naturais de uma maneira socialmente responsável. Além disso, contratou o Imaflora para certificar o trabalho da Cognis.

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AUDIÊNCIA DAS TVs: EMPRESA ALEMÃ QUER ENTRAR NO BRASIL!

(Keila Jimenez – Outro Canal – Folha de SP, 12) 1. O instituto germânico GfK, que pretende se tornar concorrente do Ibope no Brasil em aferição de audiência de TV, irá reunir-se nos próximos dias com o mercado anunciante e emissoras de TV para dar sequência aos acordos de instalação do serviço. As conversas do GfK com seus potenciais clientes começaram em dezembro de 2012 e ganharam força a partir de abril deste ano.

2. O instituto, que atua em mais de cem países, entre eles EUA, Holanda e Portugal, oferece amostragem de pesquisa 35% maior que a do Ibope, com mais peoplemeters (aparelhos instalados nas residências para aferir a audiência) e preço menor. O instituto apresentou orçamento preliminar de cerca de R$ 50 milhões anuais, a ser rateado entre os clientes do país para a implantação da pesquisa. Band, Record, SBT e RedeTV! estão negociando a divisão desses custos.