12 de março de 2015

UMA DECISÃO ABSURDA! “REFORMULADAS, UPPs ACOMPANHARÃO FREQUÊNCIA ESCOLAR DE JOVENS”!

1. (Globo, 10) Depois de cobrar, reiteradas vezes, apoio de outras áreas do poder público à política de segurança do estado, o secretário José Mariano Beltrame tomou uma decisão: agora, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) desempenharão várias ações sociais nas 38 comunidades em que estão presentes, atuando inclusive dentro de escolas. Entre as iniciativas planejadas, está a criação de conselhos nos quais policiais, pais e professores vão acompanhar a frequência de alunos. Buscando maior aproximação com moradores, haverá aulas de diversas modalidades esportivas, e até mesmo os bailes funk, que ficaram proibidos por anos em algumas favelas, serão incentivados.

2. (Ex-Blog) 2.1. No início dos anos 90, em função da violência nas escolas do Brooklyn (NY), a secretaria de educação e a secretaria de segurança da cidade de Nova York decidiram introduzir um novo método, de forma a pacificar as escolas. Foram designados policiais para dar presença no interior das escolas. Com isso, se pretendia inibir a violência pela presença dos policiais, em geral dois por escola por turno.

2.2. Esse programa fracassou, não só em relação à violência, mas especialmente em relação ao funcionamento das escolas. O relatório relativo a esta experiência foi colocado à disposição da sociedade e de outras secretarias de educação. E um grupo daqueles policiais foi visitar grandes cidades das Américas, através dos consulados e embaixadas dos EUA.

2.3. Por volta de 1996 o Rio foi visitado por este grupo e o próprio prefeito, policiais de sua coordenação militar e dirigentes da secretaria de educação participaram de reuniões promovidas na prefeitura, em parceria com o consulado dos EUA. O depoimento desses policiais foi contundente. Os atos de violência apenas se deslocaram nos espaços internos e no entorno das escolas.

2.4. Mas o grave –gravíssimo- foi a desestruturação interna da escola com a completa perda de autoridade dos professores, inspetores e diretores. Quando a professora pedia disciplina a um aluno ou a turma, a resposta passou a ser, progressivamente, a mesma: Vou falar com o sargento Y, com o cabo X, com o soldado Z. “Estou nem aí. Quem manda aqui é o sargento Y, o cabo X o soldado Z”. E quantas vezes, os professores, para fazerem voltar a disciplina e o respeito, tinham, eles mesmos, que recorrer aos policiais e trazê-los às salas de aula.

2.5. Dessa forma, concluíram os policiais de NY: O programa de presença de nossos policiais nas escolas foi um desastre completo. Desintegramos –por nossa presença- a autoridade dos mestres, inspetores e diretores. Sem autoridade, os professores começaram a faltar e a pedir transferência para as escolas que não estavam nesse programa de presença policial e mesmo de outros bairros.

2.6. Que as secretariais de educação e segurança daqui do Rio, antes de reproduzir essa experiência catastrófica nas escolas, contatem a prefeitura de Nova York e a NYPD (polícia de Nova York) e conversem sobre aquele programa de presença de policiais nas escolas do Brooklyn. E interrompam enquanto é tempo esse absurdo.

2.7. Que fique tudo como uma ideia que não foi implementada, ou uma notícia equivocada que foi vazada. Ainda há tempo, antes que a experiência seja registrada como mais um equívoco.

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CRISE FINANCEIRA DO RIO PODE REBAIXAR SEU RATING!

(Valor, 11) 1. A queda do preço do barril do petróleo, a desaceleração do crescimento econômico e a crise da Petrobras deixaram as contas do governo do Rio de Janeiro em apuros. Em janeiro, no primeiro dia do novo mandato, o governador Pezão anunciou um pacote de cortes que somariam R$ 4,5 bilhões neste ano. O plano era reduzir gastos e cobrar na Justiça empresas que estão na lista da dívida ativa.

2. Apesar de todo esforço, as agências de classificação de risco ligaram sinal de alerta para o crescimento da dívida do Palácio Guanabara. Para a Standard & Poor’s (S&P), a falta de alternativas para aumentar as receitas e o crescente endividamento chamam atenção e colocam o rating do Estado – que tem o selo de investment grade – em perspectiva negativa. Na avaliação da agência de classificação de risco, o Estado tem capacidade limitada para cortar despesas operacionais. Segundo a analista da S&P Daniela Brandazza, “a expectativa é que a dívida para os próximos anos aumente, basicamente pela necessidade de financiamento em infraestrutura até 2016. Porém, achamos que uma intenção política de ajuste fiscal também tem margem”.

3. Para Daniela, as contas do governo do Estado do Rio mostram deterioração, com “as despesas operacionais crescendo em um ritmo mais acelerado do que as receitas”. A agência irá realizar nova avaliação das contas entre setembro e outubro. A Operação Lava-Jato, que paralisou obras importantes da Petrobras, é um ingrediente a mais na receita da crise fluminense. Segundo Daniela, a investigação e a dificuldade da estatal “não necessariamente terão impacto negativo imediato, mas é uma combinação de fatores que nós achamos que é importante entender na próxima avaliação”.

4. A questão da redução dos investimentos faz parte do ajuste fiscal, mas admitiu que a queda no preço do petróleo vai exigir um esforço maior do Rio para compensar a queda nas receitas, que respondem por quase de 15% dos ganhos. Segundo o governo do Estado a arrecadação de ICMS teve queda de R$ 2,4 bilhões em 2014. Para este ano, a estimativa é de redução de R$ 2,6 bilhões em royalties do petróleo.