ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA: OUTRO PACOTE NAS COSTAS DA OLIMPÍADA!
(Blog Urbe Carioca, 08) 1. Mais um projeto de lei complementar voltado para o mercado imobiliário será votado na Câmara de Vereadores. Tal como o Pacote Olímpico 1 – leis publicadas em 2010 que concederam mais áreas de construção e isenções fiscais para hotéis – outra vez as indústrias da construção civil e da atividade hoteleira serão agraciadas direcionada e exclusivamente, caso o PLC nº 79/2014 seja aprovado.
2. Segundo a ementa da proposta, ao que consta de autoria de um grupo de vereadores, o projeto “ESTABELECE INCENTIVOS PARA A CRIAÇÃO DE CENTRO DE CONVENÇÕES NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO”. As poucas linhas do mal escrito texto mostram que os tais incentivos nada mais são do que aumentar ainda mais o potencial construtivo dos terrenos destinados a hotéis.
3. É certo que a Lei nº 108/2010 já havia “beneficiado” sobremaneira aquele tipo de edificação com normas urbanísticas intrincadas, privilégios em nome dos Jogos Olímpicos que geraram uma “enxurrada hoteleira” em tempos de ‘Tudo é prá Olimpíada’: por exemplo, em relação aos próprios Centros de Convenções dos hotéis olímpicos, que, junto com outros compartimentos dos prédios, não são computados no cálculo da área de construção nem no volume máximos permitidos, como se não existissem!
4. Mesmo sendo o PLC confuso e mal redigido é clara a intenção do que se quer excepcionar: permitir a construção de um enorme embasamento (parte inferior das construções em geral maior em largura e profundidade do que a torre acima dela) nos hotéis andares e 25,00m de altura – cerca de 8 andares -, dos quais cinco ocupando 90% da área do terreno, contra 1(um) andar e 50% do terreno previstos na malfadada Lei nº 108/2010.
5. Um exemplo com maquete eletrônica.
6. Como se fosse pouco, o inciso III beira a pior mesquinharia. Às dimensões muito aumentadas pelos privilégios a proposta acrescenta ainda mais área e volume – 20 cm em toda a volta do prédio –– inclusive sobre as medidas mínimas exigidas para ventilar e iluminar os compartimentos. Conheça o inciso III.
7. Ao jornalismo investigativo, uma curiosidade e uma sugestão: saber qual o percentual de área construída foi acrescido aos hotéis pela Lei nº 108/2010 e qual o acréscimo gerado pelo PLC nº 79/2014, tudo somado às isenções fiscais e traduzido em vantagens financeiras à custa do contribuinte e do uso do solo da cidade de modo nocivo.
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PESQUISA DATAFOLHA: AVALIAÇÕES DIVERGENTES!
1. A pesquisa Datafolha publicada na Folha de SP (09) apresenta duas formas de avaliar a presidente Dilma Rousseff. A primeira divide a avaliação em conceitos: ótimo, bom, regular, ruim e péssimo. A outra através de notas, 0 a 10.
2. Avaliando pelo conceito, Dilma tem 35% de ótimo+bom, 26% de ruim+péssimo e 38% de regular.
3. Avaliando pelas notas, de 7 a 10, Dilma tem 48%. De 0 a 3, Dilma tem 20%. De 4 a 6, tem 32%.
4. Há um pequeno desvio em função das notas baixas e altas terem 4 notas e as intermediárias terem 3 notas.
5. Mas, de qualquer forma, as avaliações -por conceito e por notas- dão resultados muito diferentes. Qual dos dois critérios é o que retrata melhor a avaliação da presidente Dilma? Os técnicos do Datafolha poderiam nos ajudar a entender.
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MONTENEGRO DO IBOPE: “AS PESSOAS ESTÃO NAUSEADAS, ENFADADAS, ENOJADAS.”!
(Sonia Racy entrevista Montenegro, do Ibope -Trecho inicial – Estado de SP, 12) 1. Estou aqui há 42 anos e acho que esta é a eleição mais difícil da história do Ibope. A impressão que me dá é de que realmente o Brasil precisa fazer uma reforma política, mas fazer mesmo. Sinto que as pessoas estão nauseadas, enfadadas, não sei nem o termo, estão enojadas. A princípio, pela leitura das pesquisas hoje, quem é o grande ganhador da eleição? Ninguém. Está cada vez maior a fatia de branco, nulo, indeciso. O desânimo é com tudo, é com a política, é a confusão.
2. O volume de informação, de denúncias é tão grande que dá a impressão de que isso aconteceu 40 dias atrás ou ontem. Não passa a impressão de que isso foi em 2006 ou em 2008. O fato é que o pessoal não aguenta mais toda essa confusão.
3. Na resposta à pergunta “se as pessoas têm interesse pela política ou pelo noticiário político”, isso aparece cada vez mais. As opções “pouco interesse” ou “nenhum interesse” representam mais da metade. Se o voto fosse facultativo, quase 60% não votariam nesta eleição. As manifestações do ano passado já foram um aviso disso. Eu diria que qualquer um dos candidatos que vencer a eleição será uma zebra – qualquer um, porque o desânimo, a tristeza com a política, a falta de sonhos e de programas é imensa. O desencanto é tão grande que, acredito, qualquer um que ganhar será uma surpresa para mim. Aí, você pode perguntar: mas até a Dilma? Até ela, que era favorita absoluta há um ano e pouco. Mas a agenda está ruim.
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PARLAMENTO EUROPEU: ELEIÇÕES 25/05! EUROCÉTICOS-NACIONALISTAS LIDERAM PESQUISAS NO REINO UNIDO E NA FRANÇA!
(Folha de SP, 11) 1. Ukip (Partido pela Independência do Reino Unido), a extrema direita britânica acusada muitas vezes de racismo por defender a restrição à entrada de imigrantes no país. O Ukip é a sensação do momento após pesquisas que o colocam como sigla local mais votada nas próximas eleições do Parlamento Europeu (22 a 25 de maio). Na França, a extrema direita, com a Frente Nacional de Marine Le Pen, também deve liderar a votação da União Europeia.
2. Ou seja, duas das principais potências do bloco mandam um recado: apostam nos partidos “eurocéticos” em um Parlamento criado justamente para discutir a integração. Votação significativa nessa linha deve se repetir em países como Áustria, Holanda, Grécia e Finlândia. “Para o bem ou para o mal, isso tem deslocado o centro da gravidade do sistema político para a direita autoritária”, diz o professor Tim Bale, da Queen Mary University.