12 de dezembro de 2017

“AS ÁGUAS DE MARÇO FECHANDO O VERÃO”!
1. A nova legislação abre no mês de março as “janelas” para a troca de partidos pelos deputados federais e estaduais.

2. A insegurança entre os deputados em relação às eleições de 2018 nunca foi tão grande. Na medida em que as suas reeleições estarão principalmente dependentes dos quadros regionais, a amplitude desta insegurança nas atuais condições é muito maior que em eleições anteriores.

3. Tradicionalmente a taxa de renovação nas eleições para deputados está na casa dos 40%. Nas eleições de 2018 esta taxa deve ser maior. Maior e mais imprevisível.

4. Supondo que o “não voto” (abstenção+brancos+nulos) se aproxime dos 50%, a primeira questão que se coloca é de onde e para onde irão os não-votos. Na medida em que seja por uma rejeição genérica aos políticos, não se pode falar de tendências. Todos podem perder ou não. Mas se a rejeição for focalizada, será diferente.

5. O discurso de renovação será generalizado. Os novos candidatos ou novos partidos, ao sublinharem esta renovação, não terão a vantagem que imaginam. Afinal, a baixa representatividade dos deputados não fixa na memória o nome dos “veteranos”, em geral e em especial daqueles que são arrastados pelo voto de legenda.

6. As denúncias de corrupção política estão quase sempre relacionadas aos políticos nas suas regiões. As redes sociais se encarregarão de alertar sobre os seus nomes e seus casos.

7. Quando isso ocorre de forma concentrada numa certa região e num ou noutro partido, a tendência será o amplo uso das janelas de março.

8. Numa eleição com alta taxa de não-voto, a faixa de propulsão para o segundo turno tende a estar nos 15%. E sendo assim a importância dos deputados carregarem o número e o nome de seus candidatos a presidente e a governador pode ser decisiva para estes.

9. Surgiram diversos grupos ou movimentos defendendo a renovação e -até- individualizando seus candidatos. Mas como já se demonstrou embrionariamente em 2016, isso isola esse candidatos e não fortalece seus grupos ou partidos.

10. Muito mais efetivo seria que esse grupos ou movimentos defendessem propostas e projetos, e criassem um sistema de vinculação supra-partidário com links de cobrança e garantias. Os candidatos que defendam essas propostas autenticamente teriam vantagens e com isso se formaria esses grupos de baixo para cima.

11. Nunca um verão político foi tão quente. Quem sabe as águas de março poderão esfriar este quadro construindo um outono de mudanças.