11 de março de 2015

LAVA-JATO: AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA!

1. Em março de 2005, o prefeito Cesar Maia foi chamado com urgência ao gabinete de um ministro de Lula que o conhecia há muitos anos. O ministro pediu que ele passasse para a sala ao lado, que um assessor seu lhe daria uma informação importante. O assessor, com muita objetividade, disse que estaria havendo uma reunião no Palácio do Planalto coordenada pelo ministro José Dirceu.

2. Participavam dessa reunião: Lula e os ministros José Dirceu, Palocci (Fazenda) e Humberto Costa (Saúde). Dirceu, municiado por pesquisa do IBOPE, mostraria que a vitória, no primeiro turno, de Cesar Maia em 2004 havia lhe dado exposição nacional. E que o PFL tinha aproveitado para apresentá-lo nos comerciais do partido na TV, em fevereiro.

3. A pesquisa para presidente no ano seguinte (2006) mostrava Lula na frente, mas Cesar Maia já vinha abrindo em segundo lugar, ultrapassando Alckmin e Garotinho. Era necessário interromper essa ascensão. Para isso, Dirceu apresentou um decreto para Lula assinar, fazendo uma intervenção na Saúde no Rio, incluindo hospitais municipais. E que a imprensa já estava sendo mobilizada.

4. O prefeito Cesar Maia retornou imediatamente ao Rio e se dirigiu ao Palácio da Cidade. Ao chegar, a TV Globo já o esperava na base da escadaria e perguntava sobre o decreto de intervenção que sairia no dia seguinte. No sistema de Saúde do Rio, o único que funcionava e dava sustentação aos demais (estadual e federal) era o da prefeitura.

5. Foi feita a intervenção com toda a coreografia e fogos de artifício. Uma intervenção tão absurda que a prefeitura e o PFL recorreram ao STF contra tamanha arbitrariedade, caracterizando o ato como inconstitucional. O procurador geral do município, Julio Horta, e o ex-ministro do STF Paulo Brossard ofereceram os argumentos. O STF decidiu por 11 x 0 contra o decreto de Lula. E a intervenção nos hospitais municipais foi cancelada.

6. Ao ler nos sites e jornais da noite desta sexta (06) e em toda a imprensa no dia seguinte (07) na lista do Lava-Jato os nomes de José Dirceu, Antonio Palocci e Humberto Costa, e o de Lula que tinha conhecimento da sórdida operação, o ex-prefeito Cesar Maia reagiu de bate-pronto: Aqui se Faz, Aqui se Paga.

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NOTAS ECONÔMICAS BRASILEIRAS!

1. (Firjan, 06) O custo médio da energia elétrica para a indústria brasileira subiu 23,4% e hoje é de R$ 498,30 por MWh. O aumento ocorreu após a Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) de 58 distribuidoras, autorizada pela Aneel. Com isso, o Brasil passa da 6ª para a 3ª posição em ranking que contempla 28 países, atrás apenas da Índia e da Itália.

2. (Valor, 10) Exportações do agronegócio despencaram em fevereiro.  As exportações brasileiras do agronegócio renderam US$ 4,904 bilhões em fevereiro, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) compilados pelo Ministério da Agricultura. Em relação ao mesmo mês de 2014, houve queda de 23,2%. As importações setoriais recuaram 12,1% em igual comparação, para US$ 1,204 bilhão, e, com isso, o superávit ficou em US$ 3,699 bilhões, em queda de 26,3%. Conforme o ministério, o novo tombo das exportações, um dos mais expressivos nesse tipo de comparação anual dos últimos anos, voltou a ser influenciado por quedas dos preços de exportação das carnes e da soja tradicionais líderes da pauta.

3. (Valor, 10) As captações de recursos pelas empresas brasileiras no mercado de capitais nos dois primeiros meses deste ano registraram o menor resultado para o período desde 2009, ainda no auge da crise financeira. As emissões somaram R$ 5,1 bilhões em janeiro e fevereiro, uma retração de 64,2% na comparação com o mesmo período de 2014 e melhor apenas que o resultado de seis anos atrás, quando o volume foi de R$ 3,4 bilhões.

4. (Fiesp) A indústria de transformação, que teve déficit recorde de US$ 58,86 bilhões em 2014, foi a principal responsável pelo maior saldo negativo da balança comercial brasileira desde 1998 – US$ 3,96 bilhões. Ela contribuiu, ademais, para piorar a qualidade do fluxo de comércio exterior: o Brasil se consolidou nos últimos oito anos como um exportador de itens que são quase matérias-primas também no segmento industrial. Entre 2006 e 2014, setores intensivos em recursos naturais e que usam pouca tecnologia, responderam por quase 70% do avanço das exportações da indústria.  para avaliar o comércio exterior por setor produtivo com base na intensidade tecnológica.

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MAIS DE OITO ANOS DEPOIS, BELTRAME CONTINUA TRANSFERINDO A PETECA!

(Folha de SP, 11) 1. A crise financeira enfrentada pelos governos federal, estadual e municipal pode gerar um aumento no índice de violência nas ruas. A afirmação foi feita nesta terça (10) pelo secretário de Segurança do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, durante o Fórum Empresarial de Defesa e Segurança do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio).

2. “Temo a crise que se avizinha, que vá se refletir nas ruas. Deixa chegar a conta de luz, de água, vir o impacto do preço do óleo diesel, da gasolina, e o desemprego aumentar. O pior é que ainda vão reclamar da segurança. Mas já estou avisando hoje que isso irá ocorrer”, disse o secretário de segurança do governador Pezão.

3. Sobre o índice de violência nas ruas, o secretário, que está no cargo há mais de oito anos, também criticou a falta de políticas públicas para auxiliar no combate de crimes cometidos por menores de 18 anos. “Estamos enxugando gelo. Por dia, a polícia apreende cerca de 20 menores. Somente no feriado de Zumbi foram 123 crianças. Dessas, apenas cinco pais foram buscá-las. Temos que discutir isso, pensar como ela foi parar no crime”, afirmou Beltrame.

4. “Não adianta só reclamar quando roubarem o cordãozinho de ouro da madame e dizer que não há polícia.”

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O SISTEMA DE ÔNIBUS E A LICITAÇÃO DAS LINHAS NA CIDADE DE S. PAULO!

(Estado de SP, 09) 1. Um setor controverso, de empresas bilionárias, prepara-se para disputar uma das maiores licitações de transporte público do mundo, com contratos que podem atingir um valor de R$ 90 bilhões em 15 anos. O processo envolve a troca das empresas de ônibus da cidade de São Paulo, hoje com uma frota de 15 mil veículos. A Prefeitura espera que as companhias vencedoras sejam conhecidas ainda em julho e que a disputa atraia fundos de investimento estrangeiros e até multinacionais.

2. A nova configuração do sistema de transporte paulistano tem tudo para mexer com um mercado controlado por discretos grupos familiares que movimentam, por ano, no País, uma cifra superior a R$ 50 bilhões. De acordo com um levantamento exclusivo feito pela assessoria financeira Advisia, o setor conta com 2,1 mil empresas que são controladas por cerca de 1 mil grupos. As cinco maiores companhias respondem por apenas 14% de tudo que esse mercado movimenta por ano, segundo dados de 2013, que são os mais recentes disponíveis.

3. A maioria das empresas começou no negócio com um ou dois veículos, carregando gente na carroceria de caminhões dirigidos pelos próprios fundadores nos anos 40 e 50. Elas cresceram, compraram concorrentes e deram origem a conglomerados que chegam a ter dezenas de bandeiras de ônibus.

4. Há dois anos, o aumento da cobrança da tarifa de ônibus em São Paulo colocou essas companhias novamente na berlinda. O reajuste foi o estopim para uma onda de manifestações populares pelo Brasil. Os protestos fizeram a Prefeitura de São Paulo contratar a auditoria Ernst&Young para abrir a chamada “caixa-preta” do transporte. Os auditores identificaram, por exemplo, que 10% das saídas programadas de ônibus na cidade de São Paulo não estavam sendo cumpridas e indicaram que a taxa de lucro das empresas poderia ser reduzida de 18%, no contrato atual, para 7%.