11 de junho de 2015

O “POLÊMICO” PLC 107/2015 – PEU DA ILHA DO GOVERNADOR, OU O DIABO ESTÁ NOS DETALHES!

(Blog Urbe Carioca) 1. O site ilhados.com divulgou que haverá nova audiência pública na Câmara de Vereadores.  Detalhes e observações.

2. A nova proposta em alguns pontos tem sido considerada uma “agressão”, um “estupro ambiental” e uma “imoralidade”, algumas das expressões segundo especialistas que têm se pronunciado nas redes sociais.

3. PEU DA ILHA –  Boechat na Rádio Band News, chamou de canalhice a proposta do “novo” PEU (Plano de Estruturação Urbana) que ameaça a qualidade de vida dos moradores das ilhas do Governador e do Fundão.

4. No dia 11/6 às 18 horas será realizada Audiência Pública sobre o PEU da Ilha do Governador, na Câmara de Vereadores do Rio. Participe! Se o projeto (PEU) for aprovado significará um grande DESASTRE AMBIENTAL e um CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL: o “novo” PEU autoriza a demolição do casario antigo de valor histórico-cultural para construção de prédios (nos últimos anos várias construções antigas já têm sido destruídas sem a prévia adoção de qualquer critério técnico de preservação).

5. Está previsto o aumento dos gabaritos (altura dos prédios) de até 12 andares na Ilha do Fundão e o adensamento de 100% das unidades residenciais na Ilha do Governador. Estas absurdas mudanças urbanísticas, que estão sendo adotadas sem ouvir a população, terão como resultado um maior caos no trânsito da região. O PEU não prevê o reconhecimento da comunidade de Tubiacanga como Área Residencial, nem prevê sua Regularização Fundiária, mantendo o risco de sua futura remoção e despejo para ampliação do Aeroporto Internacional do Galeão.

6. Caso o projeto (PEU) seja aprovado pela Câmara de Vereadores, ao invés de um bairro que tem tudo para ser uma referência em sustentabilidade e qualidade de vida, a Ilha será transformada num bairro cinza, com mais imobilidade no trânsito, mais poluição e péssima qualidade de vida, além de inviabilizar a futura despoluição da Baía de Guanabara.

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MORADOR – ESPECIALISTA URBANO- AGREGA INFORMAÇÕES PREOCUPANTES SOBRE O PEU DA ILHA DO GOVERNADOR!

(WV) 1. Existia em vigor o decreto 2108/75 do então Prefeito Marcos Tamoyo que em seu artigo 6º, para evitar o adensamento da Ilha do Governador que naquela época causava um caos na saída do bairro, estabeleceu que em toda a Ilha do Governador poderia ser construída no máximo uma unidade para cada 100 metros quadrados por lote existente.

2. Pelo que estou vendo estão retirando tal limitação para diversos bairros da Ilha do Governador, tipo Tauá, para que possam ser demolidas unidades unifamiliares e construídas multifamiliares, inclusive vilas, o que vai gerar um crescimento brutal populacional sem qualquer avaliação para o trânsito, impacto para o Galeão, disponibilidade de água, energia elétrica, esgoto, entre outras.

3. Da mesma forma no PEU se consolida a área onde está o bairro da Tubiacanga como área do Aeroporto Internacional que pode levar a remoção do futuro.  Me parece muito estranho como cidadão que se façam tais modificações.

4. Outro ponto que me preocupa com impacto no trânsito é a possibilidade de construção de unidades de até 30 metros (10 andares) na Ilha do Fundão, inclusive para empreendimentos hoteleiros, justamente na confluência da Linha Vermelha com a Baixada Fluminense na saída e entrada do Aeroporto Internacional e da Ilha do Governador e da própria Ilha do Fundão.

5. Além dos impactos no trânsito, inclusive se contrapõe com a própria permissão que é positiva de novos empreendimentos de hotelaria na Ilha do Governador que, por terem número pavimento máximo no antigo e no novo PEU de 3 andares, perderiam toda competitividade. Eu, como cidadão que moro lá desde os 5 anos, fui a público e me indignei quanto a isso, pois, como engenheiro, considero tais erros primários e prefiro não acreditar que interesses da especulação imobiliária local estejam motivando tais modificações.

6. A Ilha é um bairro consolidado e fazer ali é o mesmo que querer discutir o novo PEU para Urca ou para o Leblon.

(Ex-Blog) Hoje se sabe e se demonstra que o adensamento urbano adicional em bairros consolidados aumenta a violência. Essa é uma razão implícita da importância das APACs.

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MAIS SOBRE A ILHA DO GOVERNADOR E O POLÊMICO PEU PROPOSTO!

(Blog Urbe Carioca) 1. No Rio de Janeiro os índices construtivos criados por novas leis urbanísticas invariavelmente são maiores do que os vigentes. Exceção foram normas relacionadas à proteção do ambiente cultural que reduziram parâmetros para manter a harmonia dos conjuntos preservados. A Ilha do Governador é um dos poucos lugares da cidade com edifícios e casas baixos, função da presença do Aeroporto Internacional do Galeão.

2. Ao propor o aumento do número de andares e das áreas de construção para a XX Região Administrativa, os gestores públicos repetem o discurso de que “incentivar” o mercado imobiliário é garantia de renovação (leia-se: demolição e substituição das construções) e requalificação urbanas. Ora, requalificar um lugar exige muito mais do que atrair empreendedores oferecendo-lhes projetos de maior porte, com mais andares e volume, o que por si traz mais adensamento e piores condições de trânsito, por óbvio.

3. O setor imobiliário tem seu papel – que é bem-vindo do ponto de vista da geração de empregos e da economia – e se esgota na entrega das unidades vendidas. O produto que fica poderá contribuir para determinadas melhorias, ou, ao contrário, desqualificar o espaço urbano, conforme cada caso. A Ilha do Governador tem sido objeto de intensa ocupação formal desde os anos 1970 quando foram fixados os índices construtivos responsáveis pelo perfil edificado que hoje conhecemos: média de 3 andares. Como no resto da cidade, as construções irregulares também se espalham pelo território.

4. As justificativas para o projeto de lei complementar que pretende aumentar gabaritos, entre outras benesses para o setor imobiliário, não têm fundamento nem convencerá o mais crédulo munícipe. Pouca renovação urbana, conforme alegado, não é defeito nem razão para aumentar o volume dos edifícios e gabaritos de altura.

5. Quanto às leis urbanísticas, que fique a Ilha como está.