2014: DESCOLAMENTO ENTRE AS ELEIÇÕES PARLAMENTARES E PRESIDENCIAL!
1. A cada dia fica mais evidente que nas eleições de 2014 haverá um forte descolamento entre as eleições parlamentares e a de presidente. A sensação de risco e de que a taxa de rotatividade de deputados aumentará nessa eleição é a cada dia mais comentada pelos deputados com mandato em todo o país.
2. Os 4 pré-candidatos a presidente desfilam suas pré-campanhas e mal chamam para o desfile os deputados. E mais grave: colocam lenha na fogueira junina do desprestígio da “classe política”. Dilma é exemplo e até o presidente do STF entrou nessa “festa junina”, criticando os partidos. Os deputados são apresentados pela presidenta como problemas e pontos de vista e representações são vazadas como clientelismo.
3. Os meios de comunicação que saboreiam este tema deitam e rolam.
4. Em nível regional a situação começa a ser de estresse. Ninguém sabe direito quais serão os aliados e o adultério político se espalha, assim como os divórcios locais. Como as campanhas majoritárias, exponenciadas pela imprensa, puxam a atenção do eleitor, a expectativa dos candidatos a deputado se deprime ainda mais.
5. Com isso –pensam- as campanhas terão que ficar mais caras, o que intensificará a antecipação da troca por votos e, com isso, testemunhando o noticiário.
6. Ou os pré-candidatos presidenciais começam a pensar em avaliar os quadros eleitorais estaduais com seus aliados deputados, mesmo que potenciais, ou esses vão, se já não estão (usando expressões portenhas) fazendo, “cambalaches y partusas” eleitorais.
* * *
“O PSD NÃO É DE DIREITA, DE CENTRO OU DE ESQUERDA”: CONFIRMADO!
(Globo, 11) 1. Seguindo os passos do PSD de Minas Gerais, que rachou para apoiar o tucano Aécio Neves (MG) contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff, o diretório do partido em Santa Catarina anuncia apoio à pré-candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), a presidente em 2014.
2. — No início da formação do PSD era para a gente ter um candidato a presidente. Agora a coisa tomou outro rumo. Quem sempre lutou na trincheira da oposição vai quebrar agora para pegar um fim de festa no PT? Se não perder agora, o PT perde em 2018. Colombo não vai constranger ninguém a votar no PT. Ele não vai poder nos impedir, para não perder apoios — disse Paulo Bornhausen. — Quando (o PSD) antecipa o apoio a Dilma, antecipa também as saídas. Já houve problemas em Minas, em Santa Catarina e vai haver em outros estados também.
3. — Quem quer apoiar Dilma fica no PSD. Quem vai apoiar o Eduardo Campos, vai para o PSB — completou Jorge Bornhausen, sentenciando o destino do PSD em Santa Catarina.
* * *
“HÁ FORÇAS QUE LEVARÃO O REAL A UM NÍVEL MAIS DEPRECIADO”!
(Afonso Celso Pastore – Estado de SP, 09) Agora não há mais preocupações com os efeitos da “guerra cambial”, e sim com a insuficiência dos ingressos de capitais, que podem acentuar a tendência à depreciação do real. A valorização do dólar, combinada com a perda de relações de troca proveniente da queda dos preços de commodities, são forças que enfraquecem o real. Nenhuma dessas duas forças tem características de transitoriedade, a sua consequência sobre o real também não é transitória. Ou seja, há forças que levarão o real a um novo nível mais depreciado do que se encontra atualmente. Mas essas não são as únicas forças. O déficit brasileiro nas contas correntes vem crescendo, e já se elevou de US$ 54 bilhões ao final de 2012 para perto de US$ 70 bilhões nos 12 meses encerrados em maio, equivalente a 3% do PIB.
* * *
DELFIM NETTO: “OU AJUSTE FISCAL OU JUROS VÃO PARA DOIS DÍGITOS”! SITUAÇÃO FISCAL É UMA ESCULHAMBAÇÃO!
(Entrevista de Delfim Netto ao Estado de SP, 08) 1. Só a política monetária (taxa de juros) é incapaz de controlar essa inflação. Os juros sozinhos impõem um custo social gigantesco, muito maior que o necessário. O governo acabou aceitando a ideia de que precisa de uma política monetária um pouco mais ativa. Falta um complemento fundamental que é uma mudança radical no entendimento da economia brasileira.
2. Tem de esquecer o superávit primário. Temos de ir para o déficit nominal zero. O que interessa é o déficit fiscal. Se Dilma disser “eu vou buscar o déficit nominal zero nos próximos três anos”, o efeito ocorre hoje, pois ela tem credibilidade. Está na mão dela fazer isso. O governo precisa fazer com que todos os gastos avancem menos que o PIB, sobretudo despesas correntes.
3. Graças aos enormes truques contábeis, ninguém mais acredita em nada. A tal quadrangulação fiscal realizada no fim do ano foi a gota que derrubou a água do copo. O mercado tem a percepção de que a situação fiscal no Brasil é uma esculhambação. Há uma crença no mercado, de que o governo já não sabe mais qual é o déficit público que está criando. Para o mercado, o governo faz tanto truque, mexe com tanta coisa, que não tem mais credibilidade. É preciso encontrar um caminho claro e transparente que não tenha mais truque.
4. O BC adotou essa postura, de alta dos juros, para cortar a demanda mesmo. Mas vai cortar a demanda privada, quando o que tem de ocorrer é a redução da demanda pública. E, na medida em que isso não acontece, sobe o custo da dívida, que eleva o déficit público. A solução para o problema é fiscal. O Tombini vai aumentar os juros para onde eles terão de ir. Só que, se tiver que subir os juros sem o ajuste fiscal, a Selic vai aumentar para dois dígitos, seguramente. Isso vai gerar uma recessão muito mais profunda do que em qualquer outra condição.
* * *
“DÓLAR VAI A R$ 2,30”!
(Marcelo Carvalho é Ph.D. em economia University of Illinois, é economista-chefe para a América Latina do Banco BNP Paribas – Resposta ao Valor, 06)
Valor: Qual a tendência do câmbio? Carvalho: Já trabalhávamos com o câmbio indo para R$ 2,30. Mas o caldo entornou lá fora. Estamos revendo a projeção, mas já posso dizer que dólar a R$ 2,30 hoje parece algo bem conservador. Há uma piora muito grande da conta corrente. E o cenário também não é positivo para a conta de capital, que poderia financiar o déficit em transações correntes. O mundo mudou. Não vai ter tanto dinheiro para os emergentes. A tendência do câmbio é de alta, e a inflação deve fechar o ano perto dos 6%. A percepção é que o BC terá que subir os juros mais do que se imaginava.
* * *
DIREITOS HUMANOS: MINISTRO DE LULA ATACA GOVERNO DE DILMA!
(Globo, 11) Eleito integrante da Comissão dos Direitos Humanos da OEA, o ex-ministro do governo Lula, Paulo Vanucchi acredita que o cenário na área “não é animador”: – Há uma persistência de violação dos direitos humanos no Brasil, em nível preocupante. Ninguém no Brasil pode estar satisfeito. Enfim, o cenário não é animador. É preciso que os governantes reconheçam isso. E esse é o primeiro passo para avançar, disse o ex-ministro.
* * *
JORNAL FRANCÊS “L’EQUIPE” FAZ MATÉRIA ESCANDALOSA CONTRA O RIO!
1. (ESPN, 11) “Descubra a face escondida do Rio-miséria, violência e corrupção”, diz o título do anúncio da revista, publicado hoje no jornal francês L’Equipe Magazine. A bandeira brasileira esfacelada por buracos de tiros nos lugares das estrelas brancas. A matéria só estará à disposição no sábado. Provavelmente terá informações fieis à realidade do Brasil. A L’Equipe Magazine, revista encartada no jornal L’Equipe que circula aos sábados, chegará às bancas da França no dia da abertura da Copa das Confederações com um relato sobre o lado do Rio que a Europa conhece menos. A capa da revista terá o Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara. A bandeira brasileira esfacelada por buracos de tiros nos lugares das estrelas brancas.
2. Foto da Capa.