11 de fevereiro de 2015

EX-BLOG ENTREVISTA CESAR MAIA SOBRE MANGABEIRA UNGER!

1. Ex-Blog: Qual a sua opinião sobre o novo ministro Mangabeira Unger? Cesar Maia: A melhor possível, seja em relação a sua condição pessoal, intelectual e coerência político-ideológica.  Ex-Blog: Você o conhece pessoalmente e politicamente? CM: Com certeza. Trabalhamos juntos no primeiro governo Brizola, quando ele trabalhava na política de menores (escreveu um texto que era quase um livro) e eu era secretário de fazenda.

2. Ex-Blog: E depois? CM: Voltamos a ter contato indireto na campanha de Brizola a presidente após o primeiro turno. Estava conversando com Brizola que resistia a apoiar Lula (o sapo barbudo). Ele havia desligado o telefone e disse que ia apoiar o Lula. Mangabeira lhe falou de um líder sindical britânico, exilado e que foi para a Austrália e terminou sendo um grande primeiro ministro. E que isso poderia acontecer aqui. Pareceu-me o argumento decisivo.

3. Ex-Blog: Em 2008, ele sendo ministro de Lula, teve contato com você? CM: Sim, e uma reunião que me impressionou muito. Primeiro porque ele pediu que eu o recebesse no meu gabinete de prefeito e que sua entrada não precisava ser discreta. Assim foi.

4. Ex-Blog: Qual foi o conteúdo da conversa? CM: Foi dividida em duas partes. Na primeira, ele me perguntou como fazer com que parlamentares, ministros e o próprio Lula dessem atenção ao que apresentava. Mostrou-me seis “papers” relativamente curtos, em que fazia reflexões estratégicas sobre vetores fundamentais para o Brasil – como Educação, Desenvolvimento, Amazônia, Segurança, Transportes e Saúde.

5. Ex-Blog: Qual sua sugestão? CM: Sugeri que conversasse com Lula e perguntasse: Presidente, como o senhor acha que a história daqui a mais de 50 anos vai lembrar-se do senhor? Os programas de inclusão social são importantes, mas a própria superação da pobreza os dilui, assim como outros países que adotam políticas semelhantes. Presidente, seu nome só estará inscrito na história por decisões estratégicas de longo e permanente alcance que adote. Até porque o senhor não é um general comandando tropas em guerras cruciais.

6. Ex-Blog: E além de Lula? CM: Sugeri que conversasse com Senadores de expressão e que cada um desses convidasse um Ministro desses temas e outros Senadores –poucos- e um ou outro Deputado- integrados ao tema. Aqueles Senadores, cada um faria um jantar, onde até ser servido como encerramento da reunião, não seria servida bebida alcoólica. E se trataria de um dos temas e o paper relativo seria distribuído.

7. Ex-Blog: E a segunda parte? CM: Ele introduziu a questão da sucessão de Lula e perguntou minha opinião, pois Dirceu estava fora e se falava em Dilma, Tarso Genro… Eu respondi que para o governo ter continuidade politica, ele deveria estar preocupado com um ministério de quadros preparados e o presidente deveria ser Patrus Ananias, seu ministro de desenvolvimento social, responsável pelo bolsa família. As funções ministeriais básicas nas esferas econômica, ambiental e de infraestrutura, seriam os alicerces técnicos de Patrus.

8. Ex-Blog: Só isso? O que ele disse? CM: Na primeira parte ele agradeceu e achou interessante. Na segunda não opinou e disse que era uma decisão difícil e que não acredita que seria chamado a opinar.

9. Ex-Blog: Tiveram algum outro contato? CM: Apenas duas vezes por telefone quando me ligou desde Harvard para ouvir minha opinião sobre a conjuntura. Eu não estava otimista. Ele também não.

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UM LEGADO DE CORRUPÇÃO!

(José Casado – Globo, 10) 1. Um legado de corrupção e má gerência deixou em agonia o projeto industrial mais ambicioso dos governos Lula e Dilma Rousseff: um empreendimento de US$ 89 bilhões para construção e operação de 23 navios-sonda e seis plataformas vitais à Petrobras na exploração da camada pré-sal. Lula mobilizou empresários com o privilégio da reserva de mercado. O presidente recebeu a confirmação do nascimento da Sete Brasil na quarta-feira 22 de dezembro de 2010, uma semana antes de passar a faixa presidencial a Dilma Rousseff.

2. Era um conglomerado com mais de três dezenas de subsidiárias e um só ativo (29 contratos) — tudo com um único cliente, a Petrobras.   Oficialmente, o grupo é privado, controlado pelo fundo FIP-Sondas (95%) e Petrobras (5%). Na vida real não é bem assim. O governo determinou a fundos de pensão (Previ, Petros, Funcef e Valia) que comprassem metade do FIP-Sondas. Junto com a Petrobras têm 59% das cotas. O BTG de Esteves lidera o bloco privado (com 20%), seguido pelo Bradesco e Santander (12%, somados). O restante (9%) está fracionado entre EIG Global, Lakeshore e Luce Venture Capital.

3. Antes de fechar seu primeiro balanço, em 2011, a Sete Brasil já acumulava US$ 75 bilhões (R$ 202,5 bilhões) em contratos com a Petrobras. Para cada um criou uma sociedade com grupos nacionais (Camargo Correa, Engevix, Queiroz Galvão, Odebrecht, UTC e OAS) e asiáticos (Keppel Fels, Jurong, Kawasaki e Cosco).   No seu último balanço, de 2013, a Sete Brasil revelou dívidas não pagas de US$ 3,1 bilhões (R$ 8,5 bilhões). Indicou promessas de US$ 4,1 bilhões (R$ 11,2 bilhões) do BNDES, que exigia vários documentos.  Na semana passada, 19 meses depois, a empresa ainda negociava a documentação com o banco estatal, quando se tornou pública parte da confissão de Barusco sobre US$ 97 milhões (R$ 261,9 milhões) em subornos que ele e outros receberam.

4. Leia o artigo completo.

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REVIRAVOLTA NA POLÍTICA ESPANHOLA! ELEIÇÕES NO FINAL DE 2015!

(Pesquisa Metroscopia – El Pais, 08) 1. Se as eleições fossem amanhã em que partido votaria? Podemos 27,7%; PP 20,9%; PSOE 18,3%; Cidadãos (aliado do Podemos); 12,2%; Esquerda Unida IU 6,5%; UPyD 4,5%. Brancos, Nulos, Outros 9,9% (Abstenção 28%, não está incluída).

2. Espontânea. Podemos 20,4%; PP 12,2%; PSOE 11,2%; Cidadãos 6,8%; IU 3,8%; UDyD 2%. Brancos, nulos e outros 9,6%.

3. Sobre os partidos. Levam em conta o que as pessoas pensam? NÃO 90% / Só pensam no que lhes beneficia e interessa. SIM 90%.

4. Aprovam: Rei Felipe VI 71%; Alberto Rivera (Ciudadanos); 49%; Pablo Iglesias (Podemos); 34%; Pedro Sanches (PSOE); 31%, Rajoy (PP), 23%.

5. Situação da Economia hoje: Má 83%, Regular 7%, Boa 4%.