10 de junho de 2014

O ELEITOR BRASILEIRO ESTÁ SATISFEITO OU INSATISFEITO? DEPENDE!

1. Recentemente, toda a imprensa brasileira divulgou uma pesquisa do conceituadíssimo instituto norte-americano PEW RESEARCH sobre a conjuntura brasileira. A pesquisa foi realizada em abril.

2. A resposta que teve o maior destaque na imprensa -inclusive com gráfico- foi sobre satisfação do brasileiro. INSATISFEITOS 72%. SATISFEITOS 26%.

3. Na última pesquisa de maio, do IBOPE, o resumo executivo deu o seguinte resultado: INSATISFEITOS 17%. SATISFEITOS 71%.

4. A diferença é de tal tamanho que se foi entender as razões. Como se sabe, dependendo das perguntas aparentemente semelhantes, os resultados podem ser diferentes e muito diferentes, como foi o caso.

5. O PEW RESEARCH perguntou: “Em geral, você está satisfeito ou insatisfeito com o modo como as coisas vão no seu país?”

6. O IBOPE perguntou: “Como o(a) sr(a) diria que se sente  com relação à vida que vem levando hoje? Muito Satisfeito/Satisfeito, Muito Insatisfeito/Insatisfeito.”

7. Ou seja. Pew quer saber a opinião de uma pessoa sobre o país. IBOPE quer saber de como a pessoa se sente consigo mesma.

8. Perguntas aparentemente semelhantes, mas que -no fundo- são muito diferentes e por isso as respostas são antípodas.

9. Por isso há que se ter muito cuidado numa leitura apressada de pesquisas. Leia primeiro a pergunta que foi feita ao eleitor e depois compare e avalie os números.

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E O QUE OS CANDIDATOS MAJORITÁRIOS DEVEM APRENDER COM AS PERGUNTAS ACIMA, DE PEW E DO IBOPE?

1. Em resumo: quando se avalia –hoje- o índice de satisfação do eleitor em si, ele descola essa avaliação da situação externa a ele, da situação do país, ou de seu estado ou de sua cidade. A resposta é positiva e o valoriza.

2. Quando se avalia –hoje- o índice de satisfação por sua visão de seu país, estado ou cidade, externa a ele, a resposta do eleitor é negativa e desvaloriza o entorno.

3. Portanto, a comunicação dos candidatos majoritários sobre a crise econômica deve estar dirigida ao ambiente externo aos eleitores  e nunca permitir que o eleitor compreenda a crítica como se fosse dirigida a ele. É uma sutileza, mas que os redatores dos teleprompter devem cuidar. E da mesma forma os media-training devem orientá-los.

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SÃO PAULO: FALTOU ÁGUA  E LUZ, CRESCERAM AS GREVES, AS MANIFESTAÇÕES E A VIOLÊNCIA E DILMA DESPENCA!

(Datafolha – S. Paulo – Folha de SP, 10) 1. Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) venceriam a presidente Dilma Rousseff num eventual segundo turno. E com folga. Com o tucano, o resultado seria 46% a 34%. Com o ex-governador de Pernambuco, 43% a 34%.  Em São Paulo, a rejeição a Dilma chega a 46%. Em todas as outras regiões é de 32%. Em São Paulo, só 23% aprovam o atual governo. Em todas as outras regiões, 36%.

2. Em São Paulo, os eleitores são mais pessimistas que os demais brasileiros em todas as questões econômicas. Entre eles, 69% acham que a inflação vai subir, 52% temem aumento do desemprego, 48% entendem que o poder de compra irá diminuir.  A maioria dos paulistas (54%) também sente mais vergonha que orgulho pela organização da Copa no Brasil.

3. A dificuldade de Dilma no Estado fica evidente desde o primeiro turno. Nessa simulação, Aécio aparece tecnicamente empatado com a petista na liderança: 23% para ela, 20% para ele. Campos tem 6%, seguido de perto por dois pré-candidatos evangélicos, o Pastor Everaldo Pereira (PSC), com 4%, e o senador Magno Malta (PR-ES), com 3%. O pré-candidato do PSTU, José Maria, marca 2%.

4. No país, 30% do eleitorado não tem candidato. Em São Paulo, a soma de brancos, nulos e indecisos é ainda maior: 37%.  O Datafolha entrevistou 2.029 pessoas em São Paulo.