1 de Abril de 2013

O RINOCERONTE DA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA!  
OS INCÊNDIOS NA MADRUGADA DO RIO! 
O DESMONTE DO CORREDOR CULTURAL!

1. Numa série sem precedentes, têm ocorrido incêndios na área central da cidade do Rio de Janeiro. Agora ocorreu mais um na SAARA – que é parte do Corredor Cultural, desenhado desde 1979 e transformado em APAC em 1984. Nele e na semana passada, foi autorizado pela Câmara Municipal o prédio do BNDES de 42 metros de altura, uns 20 andares. Antes foi autorizada pela Câmara Municipal a Eletrobrás construir um prédio no Corredor Cultural de mais de 20 andares. A resistência o tem postergado. O QG da PM está prestes a entrar na mesma ‘operação guindaste’.

2. A rua da Carioca foi comprada dos -sem malícia- franciscanos, pelo Opportunity. A rua da Assembléia está em desmonte. A prefeitura do Rio está aprovando dois projetos de lei complementar. Num –PLC-84- autoriza a incorporar imóveis sem ocupação. Noutro –PLC-85- autoriza mudar o uso e até a zona urbanística de imóveis tombados e preservados. Os focos são o Corredor Cultural, a SAGAS –Saúde, Gamboa e Santo Cristo- área portuária, as ruas da Carioca e Assembléia, Santa Teresa e Santa Cruz, todas parte de APACs, o Largo do Boticário,……

3. Jane Jacobs salvou o centro histórico de Nova York lembrando que a proximidade entre as pessoas era um valor em si, urbano e social. O ‘espigãonaço’ de Robert Moses foi interrompido ali. E aí estão o Soho, Village, no Downtown.

4. O incêndio na SAARA ocorreu as 2 horas da manhã. Não havia ninguém. Sorte? Ou tudo aparentemente bem controlado? Nem bem o sol raiou e as autoridades municipais informaram que em função do incêndio, SEIS prédios seriam demolidos. Que altura tinham? Que altura terão os novos prédios?

5. O Vereador Cesar Maia fez imediatamente, essa pergunta ao prefeito e a secretaria de urbanismo através de um Requerimento de Informações. “O Corredor Cultural do Centro do Rio é uma APAC. Dentro desta APAC está a SAARA. Com o incêndio no dia 30/03/2013, foram demolidos seis prédios. Que altura tinham os prédios que foram demolidos? Que altura os novos prédios poderão ser construídos, como limite”?

6. (GloboOnline-30) O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, disse, que somente a perícia vai poder apontar as causas do incêndio que destruiu as Lojas Caçula, na Rua Buenos Aires, na Saara, Centro do Rio. O comandante, no entanto, não descarta a hipótese do incêndio ter causas criminosas.

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O CLIENTELISMO INIBE OS PROTESTOS E MANIFESTAÇÕES! 

(César García na Universidade Pública do Estado de Washington – El Pais- 27)

1.O clientelismo é, não nos iludamos, uma variante ou um substituto da corrupção. É uma forma de organização social que ignora as fronteiras geográficas e une em um mesmo destino os países do sul da Europa e da América Latina. Com ele, o acesso a determinados recursos é controlado por uma série de “patrões”, cuja condição é determinada por serem políticos, detentores do poder econômico ou as duas coisas, que distribuem dádivas para os seus clientes em troca de apoio.

2. É um fenômeno social com raízes profundas, herdadas dos tempos medievais, quando a maioria da população rural dependia dos proprietários de terras. O clientelismo, em suma é a persistência de tradicionais estruturas sociais hierárquicas que alienam o indivíduo e constroem sociedades fechadas.

3. O que importa, “não é o que você sabe, mas quem você conhece”.  Ou,  “um bom contato vale mais do que uma carreira”.  Nas sociedades regidas por uma lógica clientelista, os protestos, as manifestações, tendem a ser mais escassos. O indivíduo aceita as situações injustas, tende a desconfiar do Estado e das instituições e a buscar soluções individuais renunciando a lógica, a racionalidade ou a aplicação das leis. A lógica clientelista espirra na sociedade em seu conjunto e não somente nos políticos ou nos empresários.

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AS AMEAÇAS DA CORÉIA DO NORTE: RAZÕES!

Andrea Berger, Royal United Services Institute, especial para a BBC-30

1. Mais de 40 mil soldados americanos e sul-coreanos estão conduzindo manobras militares na Península Coreana, como parte do exercício Foal Eagle. Aviões de combate, bombardeiros e submarinos dos EUA se dirigiram à região, em um esforço para “melhorar a segurança e a preparação” da Coreia do Sul. Esses exercícios são considerados uma maneira visível pela qual Washington reafirma sua aliança com Seul. A Coreia do Norte supostamente interpreta o propósito desses exercícios de maneira diferente, ao afirmar que poderiam servir para encobrir a preparação de um ataque surpresa. Em resposta, Pyongyang recorreu à sua ferramenta mais familiar: inflamadas ameaças de escalada do conflito.

2. Há décadas Pyongyang tem se oposto ruidosamente às manobras conjuntas. A diferença dessas ameaças mais recentes é sua intensidade e especificidade. Enquanto podemos repudiar as ameaças de Pyongyang como bravatas destinadas principalmente ao público doméstico, é possível que as inseguranças subjacentes da Coreia do Norte sejam sinceras.  O temor de que exercícios militares possam ser usados para encobrir a preparação de um ataque surpresa contra a Coreia do Norte parece incompreensível de um ponto de vista ocidental. “Jogos de Guerra” são apenas isso, e seu valor em tranquilizar uma nervosa Coreia do Sul é uma importante vantagem política agregada.

3.O ex-presidente americano Bill Clinton cancelou repetidas vezes os exercícios anuais Team Spirit para aplacar as preocupações de Pyongyang e incentivar negociações sobre seu programa nuclear.  Atualmente, o risco não é de uma guerra em grande escala ou de um ataque nuclear, mas de um erro de cálculo.  A Coreia do Norte continua buscando novas formas de emitir ameaças, em parte em uma tentativa do regime de consolidar seu poder e em parte esperando que os EUA cancelem seus exercícios, como fez Clinton.  Entretanto, o Ocidente mantém os exercícios e voos de B-52 sobre a península coreana.  Esse padrão preocupante ocorre na ausência de um compromisso regular entre os EUA e a Coreia do Norte. Caso persista, o risco de um erro de cálculo de quaquer uma das partes vai aumentar.

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REINO UNIDO NORMALIZA AS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS COM O PARAGUAI! 

O Secretário do Exterior William Hague recebeu em Londres o Ministro das Relações Exteriores do Paraguai, José Félix Fernández Estigarribia – o primeiro encontro entre os dois Chanceleres, além da primeira visita paraguaia de alto nível ao Reino Unido desde 1994.  Hague aproveitou a oportunidade para anunciar a designação de Jeremy Hobbs para o cargo de novo Embaixador do Reino Unido no Paraguai, efetivamente reinaugurando a representação diplomática britânica no país, que havia sido fechada em 2005, quando a Embaixada em Buenos Aires passou a acumular Assunção.