09 de novembro de 2012

PARA ENTENDER OS HOMICÍDIOS EM SP, SUA CARACTERÍSTICA E GRAVIDADE!

1. Uma comparação numérica entre os homicídios em S. Paulo e no Rio de Janeiro não ajuda a entender o núcleo do problema em SP.

2. No Estado do Rio de Janeiro, para uma população de 15.993.583 habitantes pelo censo de 2010, entre janeiro e setembro de 2012 (dados oficiais do ISP), foram registrados 3.028 homicídios dolosos. No Estado de SP, para uma população de 41.252.160 habitantes pelo censo de 2010, neste mesmo período –janeiro a setembro de 2012- foram registrados 3.329 homicídios. São taxas anualizadas, por 100 mil habitantes, de 25,24 para o Estado do Rio e de 10,76 para o Estado de SP.

3. Comparando as Capitais, no mesmo período, para uma população de 6.323.037 pelo censo de 2010, a Cidade do Rio de Janeiro (ISP) registrou 935 homicídios. Para 11.376.685 habitantes pelo censo de 2010, a Cidade de SP registrou 919 homicídios. São taxas anualizadas de 19,72 para a Cidade do Rio de Janeiro e 10,77 para a Cidade de SP.

4. Em setembro, na Cidade de SP ocorreu pânico, com um número recorde de homicídios dolosos: 135. Nesse mesmo mês, foram 95 homicídios dolosos na Cidade do Rio de Janeiro. Anualizando -apenas esse mês de setembro- a taxa por 100 mil habitantes de SP alcançaria 14,24. No caso da Cidade do Rio de Janeiro, os homicídios de setembro, anualizados, produziriam uma taxa por 100 mil habitantes de 18,02.

5. Qual a diferença? No Rio a violência é difusa e em boa parte relacionada ao crime organizado e sua ação.

6. Em SP, anos atrás, as facções foram unificadas em torno do PCC. Anos atrás, o PCC havia feito um ensaio de operação pânico/terror, matando policiais e chacinando grupos. Agora, a operação pânico/terror é feita contra qualquer pessoa, sozinha ou não, independente de assalto ou tráfico de drogas ou qualquer razão ou pretexto. Qualquer pessoa em qualquer situação é alvo do pânico/terror. No início, os policiais eram o alvo preferencial. Agora é qualquer um.

7. Por isso a gravidade da situação em SP. No Rio, em 2007, uma operação foi feita por uma facção contra veículos. A origem dos delinquentes estava em uma comunidade que cercada se eliminou o problema. Agora, em SP, o terror/pânico vem de vários pontos e assassinam qualquer um sem pretexto. Uma questão de extrema gravidade.

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BANCO CRUZEIRO DO SUL GRAMPEOU TÉCNICOS DO BANCO CENTRAL ENQUANTO ERA FISCALIZADO!

A. (Ex-Blog) No grampo de e-mail já pode ser aplicada a lei Carolina Dieckmann.

B. (Estado de SP, 08) 1. Durante o período de auditoria que antecedeu a intervenção no banco, conversas e e-mails foram interceptados ilegalmente.  A Polícia Federal investiga a ação de arapongas nas dependências do Banco Cruzeiro do Sul para monitorar técnicos do Banco Central durante o período em que a instituição foi submetida à auditoria que antecedeu o Regime Especial de Administração Temporária e a liquidação extrajudicial.  Amparada em autorização judicial, a PF fez buscas na sede do Cruzeiro do Sul e descobriu interceptações telemáticas (e-mails) e conversas telefônicas transcritas e arquivadas em computadores do próprio banco.

2. A PF trabalha com duas hipóteses: as gravações podem ter sido feitas pelo próprio aparato de segurança do banco ou por uma empresa especialmente contratada para essa finalidade, que teria usado um sistema remoto para interceptar e-mails e telefonemas dos auditores.  Teriam caído na malha dos grampos funcionários do BC, interventores e os próprios administradores originais. Para a PF, alguns diálogos mostram antigos administradores do Cruzeiro do Sul tentando burlar ou ludibriar a fiscalização do BC.  A PF verificou que as interceptações foram realizadas enquanto técnicos do BC agiam no Cruzeiro do Sul. Eles teriam ficado sob vigilância durante praticamente todo o período da inspeção, até que suspeitaram da trama. Alguns e-mails revelam o plano para despistar a auditoria.

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ROUBOS E FURTOS DE AUTOMÓVEIS: CIDADE DE SP QUASE TRÊS VEZES MAIOR QUE CIDADE DO RIO!

1. Cidade de S. Paulo. 2012. Roubos de Veículos no terceiro trimestre: 10.339. Furtos de Veículos no terceiro trimestre: 10.936.  Roubos anualizados por 100 mil habitantes: 363,53 / Furtos anualizados por 100 mil habitantes: 384,5.

2. Cidade do Rio de Janeiro. 2012.  Roubos de Veículos no terceiro trimestre: 2.628. Furtos de Veículos no terceiro trimestre 1.799.  Roubos anualizados por 100 mil habitantes: 166,25 / Furtos anualizados por 100 mil habitantes: 113,80.

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APÓS CEM ANOS, BOLÍVIA COLOCA TÍTULOS DE 10 ANOS NO MERCADO DE NOVA YORK COM JUROS DE 4,8%! 

1. A Bolívia concluiu com êxito a venda, em Nova York, de bônus soberanos com vencimento de dez anos, no valor de US$ 500 milhões (taxa de juros de 4,8%).   Com a operação, a Bolívia retorna ao mercado internacional de dívidas soberanas após quase cem anos (última emissão ocorreu no contexto de indenizações previstas nos acordos de paz com o Brasil e Chile).   A demanda pelos bônus – principalmente por parte de investidores norte-americanos e europeus – atingiu US$ 4,217 bilhões, bem acima do montante autorizado pelo Legislativo.  Especula-se que novas emissões no mesmo valor possam ocorrer em 2013.   A Bolívia possui reservas internacionais de US$ 13 bilhões (mais da metade do PIB) e é hoje classificada na categoria “BB-“ pelas agências Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch.

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ARGENTINA HOJE!

(Juan Llach, Economista e sociólogo foi vice-ministro da Economia, ministro da Educação e atualmente é professor em diversas universidades – Clarín, 04) 1. A Argentina tem a 5ª maior inflação do mundo. Existem apenas sete países com inflação acima de 20% e a Argentina é o quinto, atrás da Bielorrússia, Sudão, Sudão do Sul e Irã. Há um conformismo com a estabilidade da inflação, mas isso ocorre devido à taxa de câmbio e a defasagem dos preços dos combustíveis líquidos.  Temos que começar reconhecendo a inflação. E controlando a emissão: não se pode emitir a 37% ao ano, é perigoso.

2. Querer pagar todos os vencimentos da dívida com reservas do Banco Central é um erro. E sem possibilidade de acesso ao mercado de capitais, pior. A Argentina deve ter acesso a preços razoáveis, a Bolívia colocou dívidas de 4% e o Peru, se quisesse, faria a 3%. Em janeiro de 2007 tivemos o mesmo risco país do Brasil. Saímos do padrão e os mercados financeiros, que não têm muita memória e olham sempre para frente, estavam dispostos a nos emprestar. O custo de faltar com a verdade nos coloca em uma situação de risco desnecessário. Além disso, o que ocorreu com a YPF nos prejudica. O país tem um endividamento baixo. Mas temos um risco alto porque não acreditam em nós.

3. O gasto público está chegando a 47% do PIB, é mais elevado que o do Reino Unido ou da Alemanha e só é menor do que o Norte da Europa incomparável na oferta de serviços públicos. E a produtividade desse gasto? Esse gasto, como peso na economia, é muito grande e interrogantes sobre sua eficácia e como ele é financiado.