08 de julho de 2015

ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA E A CRISE POLÍTICA BRASILEIRA!

1. As organizações –sejam elas públicas, privadas, empresariais, esportivas, sociais, politicas, religiosas…- exigem um enorme cuidado e aprimoramento quando enfrentam crises nos campos de suas atuações. É esperado que as crises que enfrentam tenham dois desdobramentos. O primeiro é que sempre atingem a organização interna, estimulando conflitos, fragilizando a organização, que termina se culpando por uma crise que não necessariamente é dela, é externa.

2. O segundo, supondo que a organização se mantenha internamente imune- é como a organização deve atuar de forma a que a crise –externa- não afete a sua própria sobrevivência. Na economia se vê isso como rotina, com mudanças organizacionais, demissão de dirigentes, reduções de custos, etc. E muitas não sobrevivem a uma crise, seja por não estarem preparadas para isso, seja por superação tecnológica e perda de competitividade, seja por mudanças nas exigências do próprio mercado, para as quais não se prepararam.

3. Carl Phillip von Clausewitz (1780 — 1831) e seu clássico “Da Guerra” (1819), cunhou uma expressão que entrou no cotidiano militar e político: “A guerra é a continuação da política por outros meios”.  Uma crise política profunda nos remete a analogias com as necessidades de tática, estratégia e organização (militar), planejamento e controle. É quando mais se exige, sob pena de eliminação, UNIDADE. Unidade nas ideias (tática e estratégia), unidade de comando, sinergia entre seus diferentes níveis de organização – chefias e chefiados. E mais: confiança nas decisões tomadas e MOTIVAÇÃO, construindo um espírito de vitória.

4. A crise política (econômica, moral, social) pela qual passa o Brasil, mostra a cada dia que os detentores do poder e, portanto, o seu partido nuclear, o PT, estão sendo tragados pela crise.  Não há mais unidade no partido, não há mais unidade no governo, não há mais unidade de comando, não há mais unidade nas diversas instâncias partidárias, não há mais unidade no parlamento, não há unidade tática nem estratégica, não há confiança entre os diversos níveis e funções, não há mais motivação.

5. Ou seja, a crise não apenas afetou profundamente as condições externas em que atuam o governo e o PT, mas desintegrou o PT e o governo, atingindo-os mortalmente. Não há gestão sem organização. Portanto, os fatos apontam na direção de responsabilizar outra ou outras organizações.

6. Mas olhando os demais partidos –um a um os 15 mais significativos- pergunta-se se a organização existente de cada um –se tiverem a responsabilidade de governo- resistirá a crise ou naufragará como o PT está naufragando? A organização política que cada um deles tem para fazer oposição sem responsabilidades de governo e de oferecerem-se como alternativa sobreviverá se, numa certa noite, o governo do PT sucumbir?

7. Hoje, provavelmente não.  Mas é fundamental que tratem disso já, que vasculhem a teoria dos jogos e em especial os jogos estratégicos, simulando o que precisarão para assumir a gestão política. A crise atual é de tal forma profunda que se assemelha a uma guerra. E esta exige que se desdobre a política com outros meios, como sublinhou Clausewitz.

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CAMPANHAS VÃO DURAR A METADE DO TEMPO!

(Jornal Nacional, 07) 1. A Câmara dos Deputados deve votar nesta quarta (8) um projeto que reduz a duração da campanha eleitoral de 90 para 45 dias. Se for aprovado, a propaganda eleitoral no rádio e na TV também vai ficar menor.

2. O objetivo da proposta é modernizar e baratear a propaganda eleitoral gratuita. Nesta terça (7), as emissoras de televisão e de rádio têm que abrir espaços pré-determinados na programação, de manhã, de tarde e de noite, para candidatos e partidos durante 45 dias.

3. O projeto de lei muda isso. Se for aprovado, a propaganda eleitoral gratuita terá duração de 30.

4. O relator da proposta acredita que com essas mudanças, a campanha vai ficar mais barata e as propagandas dos candidatos podem atingir uma audiência mais variada, já que não ficarão mais tão concentradas em um mesmo horário.

“Acho que melhora muito. Melhora para a política, para os políticos, melhora para o debate, para a sociedade que não vai ficar ali 50 minutos em cada um dos horários esperando aquele tempo passar para voltar assistir o seu programa. E no comercial, ele entra na grade, de forma natural, e claro, já tem muitas pesquisas sobre isso que mostram que a audiência é completamente diferente.”, disse o deputado Rodrigo Maia, do DEM-RJ, e relator.

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REINADIMPLENTES SÃO 63%!

(Jornal Nacional, 07) 1. Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (7) sobre a inadimplência mostrou que os brasileiros estão mais cuidadosos na hora de gastar dinheiro e de fazer dívidas. Até porque não tá fácil pagar as dívidas antigas. A maioria dos consumidores que quitaram ou renegociaram dívidas em atraso voltou a ficar com o nome sujo. Devem, não negam. O problema é poder pagar…

2. Muitos se endividaram comprando a casa própria, o carro, o material de construção. O pior é que há menos gente pagando dívidas antigas e o percentual dos que confiam que vão conseguir quitar as dívidas também diminuiu. Eram 90% em junho do ano passado, agora, são 75%.

3. O que mais chama atenção nessas estatísticas, é o crescimento do número de reinadimplentes. É uma palavra que eu não consegui achar no dicionário, mas que, aqui, no mundo da proteção ao crédito, faz referência ao consumidor que ficou devendo, negociou a dívida e muitas vezes até quitou as pendências, mas, um ano depois, voltou ao vermelho, voltou a entrar na relação dos maus pagadores.

4. É comum metade dos antigos devedores voltarem a atrasar pagamentos depois de um ano. Mas, em junho, o percentual passou para quase 63%.

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DOIS INSTITUTOS DISPUTAM AUDIÊNCIAS DAS TVS!

(Cristina Padiglione – Sem Intervalo – Estado de SP, 06) CEO global da Kantar Media Audiences, do grupo britânico que comprou o Ibope Media – segmento que mede audiência de TV no Brasil -, Richard Asquith não vê espaço para dois institutos do gênero no País. É uma posição tomada diante da chegada da alemã Gfk por aqui. Os primeiros números prometidos pela empresa (que mede audiência em Portugal e outros países da Europa) estão previstos para o 3º trimestre. A Gfk chega ao Brasil com patrocínio de quatro grandes redes – Record, Bandeirantes, SBT e RedeTV!.