A ‘EXPOSIÇÃO AO SOL’ NA POLÍTICA QUEIMA: BOLSONARO NA FILA!
1. Dias atrás, este EX-Blog antecipava o declínio da imagem de Dória junto à opinião pública, ou melhor, às Pesquisas de Opinião. Citava especialmente o publicitário francês Jacques Séguelá, assessor de imagem de Mitterrand.
2. Ao contrário da escola de publicidade política nos Estados Unidos, onde “todo dia é dia de eleição”, Séguelá recomendava emergir e submergir na politica, como nos nados de peito e borboleta. E concluía que emergir e ficar muito tempo exposto traz, inevitavelmente, queimaduras de segundo e terceiro graus.
3. Bolsonaro iniciou sua pré-campanha visitando vários locais do país e até indo ao exterior. Mas sem expor essa sua maratona aos meios de comunicação e às redes sociais.
4. Funcionou bem e, num sentido “tardiano” (Gabriel Tarde sociólogo francês do final do século 19, teórico da microssociologia), foram se formando fluxos de opinamento com um expressivo multiplicador.
5. Como era de se esperar, as pesquisas pré-eleitorais acusaram seu crescimento e passaram a aproximá-lo dos 20%, com Lula liderando com 30% ou mais. Isso deve ter estimulado a “profissionalização” de sua pré-campanha, com assessoria de comunicação – imprensa e publicidade.
6. E Bolsonaro passou a aparecer quase diariamente na mídia -tradicional e social- e, em função dos “fluxos de opinamento”, passou a ser tema das conversas e discussões entre as pessoas.
7. Naturalmente, Bolsonaro, como tema, passou a encontrar nos “fluxos de opinamento” não só os multiplicadores como os divisores. E nas redes sociais com muito maior frequência, como mostram os levantamentos sobre os Facebook, Twitter, blogs, etc.
8. Nos últimos dias, as pesquisas conhecidas informalmente já mostram uma provável tendência da curva de Bolsonaro ter alcançado o teto e começar a vergar. Um indicador importante sobre isso, nessas pesquisas, é quando se imaginando o hipotético impedimento de Lula na segunda instância, se retira seu nome.
9. Nesse caso Bolsonaro cresce, mas o faz timidamente, como se sua ‘pescaria’ sem Lula fosse acanhada e, assim, as alternativas se tornassem mais importantes. Ou seja, em boa medida, Bolsonaro depende de Lula para atrair atenção como o único sniper que pode abater Lula.
10. O tempo e os fluxos de opinamento em função da exposição conseguida podem já estar sinalizando queimaduras maiores que as de primeiro grau. Acompanhemos.