ESTABILIDADE DO PERCENTUAL DE INTENÇÃO DE VOTO NÃO SIGNIFICA ESTABILIDADE DOS ELEITORES!
1. Quando se lê uma pesquisa de intenção de voto, onde um candidato mantém seu percentual, não se pode imaginar o movimento dos que abandonam a candidatura e dos que entram na candidatura. Uma mesma porcentagem não significa que sejam os mesmos eleitores.
2. Para identificar esses movimentos, institutos de pesquisa nos EUA realizam uma volta ao entrevistado. O instituto GPP, no Brasil, usa essa metodologia, que chama de Grupo Controle.
3. Como é feita? Durante uma pesquisa, o entrevistador pergunta ao entrevistado se poderia dar seu telefone e ser contatado posteriormente. Numa pesquisa de 800 entrevistas, umas 150 a 200 concordam em dar seu telefone. O entrevistador marca o questionário.
4. Quinze dias depois, se telefona a estes e se pergunta em quem vai votar, numa pesquisa telefônica de intenção de voto. Se o eleitor confirma o mesmo nome que marcou antes, apenas se arquiva. Se o eleitor informa um nome diferente, o entrevistador pergunta por que fez agora essa opção. As respostas sobre saídas e entradas são anotadas.
5. Depois se agrupam -entradas e saídas- e se tem um quadro das razões, que subsidiarão a comunicação eleitoral do candidato adversário.
6. Para que serve o Grupo Controle? Primeiro para se analisar as razões de saída e de entrada de eleitores e, com isso, orientar a comunicação. Segundo, para se avaliar a efetiva estabilidade das intenções de voto. No caso citado, numa grande capital, os 20% de volatilidade do voto, mantida a mesma intenção de voto, significa que um fato novo pode desestabilizar o favorito.
7. A mera pesquisa de intenção de voto pode significar uma falsa estabilidade e a surpresa para muitos de mudança no final da campanha, já era perfeitamente previsível antes. E reforçada e acelerada pelo uso, por outro candidato, das razões de saída do voto do líder das pesquisas.