UMA NOVA DIREITA?
(Cesar Maia) Não há novidades na radicalização política dos últimos anos. É assim desde meados do século 19, entre direita e esquerda. A mobilização da direita através da massificação populista teve seu auge após a 1ª Guerra Mundial, com o Fascismo e o Nazismo. Em ambos os casos a propaganda ganhou enorme destaque.
Neste momento, a polarização passou a ser vista como um momento de uma nova direita. É importante analisar as circunstâncias que produziram essa percepção. Para tanto, há que analisar as extremas direitas nos diversos países, o que elas têm em comum nos dias de hoje e o que as diferencia de antes.
A mobilização da direita nos séculos 19 e 20 teve um caráter religioso. Mas sempre por um processo vertical, de cima para baixo. Nos últimos anos, ocorreu uma mudança significativa. Esse processo de mobilização e massificação ganhou um caráter horizontal. O seu multiplicador ocorreu de forma difusa. Isso teve uma liderança da direita. A razão de fundo foi tecnológica, através da internet e a popularização horizontal pelos smartphones. Isso gerou uma massificação através das Redes Sociais. Para se diferenciar da esquerda, essa nova direita assumiu-se como conservadora e antidemocrática.
A esquerda foi surpreendida ao sentir que o sindicalismo e os movimentos sociais articulados da forma anterior não eram mais capazes de mobilizar. A avaliação deste novo quadro, a partir dos democratas nos EUA e Europa e, como desdobramento, chegando ao Brasil, alterou essa hegemonia.
A esquerda e os democratas absorveram as novas tecnologias e passaram a também mobilizar via Redes Sociais. Esta é uma nova situação que superou a polarização anterior e, com isso, a extrema direita foi perdendo a hegemonia conquistada.
Assim, temos um novo quadro. A radicalização da direita atraiu a esquerda para uma aproximação ao centro em defesa da democracia. E a absorção e o uso das Redes Sociais.